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Significado de Joel 1:15–20
A imagem da praga de gafanhotos prenunciava o julgamento iminente de Deus sobre Seu povo do pacto. Tendo testemunhado os efeitos devastadores da praga de gafanhotos, o profeta Joel clama: Ai do dia!
A palavra “Ai”, "ʾahāh" em hebraico, é um termo que muitas vezes introduz um lamento. É uma interjeição ou um comentário abrupto descrevendo o grito de alguém diante do medo (2 Reis 3:10; Juízes 11:35). O profeta usa o termo em conjunto com a palavra “dia” para descrever o terror que o dia traria. Mas, o que exatamente Joel tinha em mente? Que dia seria esse?
A palavra dia ["yôm" em hebraico] é usada literal e figurativamente na Bíblia. Em seu sentido literal, refere-se a um período de vinte e quatro horas, contadas de uma a outra meia-noite (Gn 1:5; Josué 10:13). Em seu sentido figurado, refere-se a uma época ou tempo em que um evento ocorreria (Amós 5:18-20).
O profeta, desejando esclarecer o que queria dizer com o termo "dia", vai além ao descrevê-lo como o dia do Senhor. A frase “dia do SENHOR” muitas vezes se refere ao momento em que o SENHOR revela Seu supremo poder e autoridade sobre os poderes e a existência humana. A frase “dia do SENHOR” pode se referir a qualquer momento da intervenção de Deus nos assuntos humanos. Em Joel 1:15, a frase refere-se ao julgamento iminente de Deus sobre o povo de Judá.
Haverá um Dia do Senhor, em que Deus julgará a todas as nações que se rebelaram contra Ele. Ele trará todas as coisas em sua ordem adequada e vingará toda iniquidade cometida ao longo da história (Isaías 2:12; Obadias 15). O dia do SENHOR aqui em Joel pode ser considerado um prenúncio do Grande Dia do SENHOR, no final dos tempos.
Quando Joel prenuncia o julgamento de Deus sobre Judá com um lamento, já que estava próximo e viria como destruição do Todo-Poderoso (Isaías 13:6). A palavra “destruição” ["shod" em hebraico] soa um pouco como a palavra “Todo-poderoso” ["Shaddai" em hebraico]. Através desse jogo de palavras, o profeta chama a atenção para a seriedade do julgamento iminente de Deus sobre seus contemporâneos. Deus havia dado ao povo de Judá a oportunidade de se arrepender, mas eles se recusaram. Portanto, o julgamento estava agendado e aconteceria. É por isso que Joel fala de um evento futuro como se já tivesse ocorrido. Joel está indicando que a janela de tempo para o arrependimento havia se fechado e agora o julgamento era certo.
Este é um padrão bíblico: Deus permite janelas de arrependimento, mas a janela acaba se fechando. Deus deu à terra 120 anos para se arrepender antes de julgá-la com um dilúvio (Gênesis 6:3). Deus deu aos amalequitas quatro gerações para se arrependerem, mas sua janela se fechou e eles foram julgados por Deus através de Israel (Gênesis 15:16). Deus foi paciente com a primeira geração que saiu do Egito, perdoando-os "dez vezes" (Números 14:22). No entanto, finalmente, sua janela de arrependimento se fechou e Deus os julgou, exigindo que vagassem no deserto por quarenta anos, até que todos os adultos , membros daquela geração rebelde, tivessem morrido (Números 14:20-25). A Esaú foi negada a restauração do direito de primogenitura que ele havia desperdiçado, embora desejasse arrepender-se; sua janela para se arrepender havia se fechado (Hebreus 12:15-17). Este princípio de que nossa janela de arrependimento pode se fechar é declarado em Hebreus 6:4-8 e é por isso que Hebreus enfatiza a importância de nos arrependermos "hoje" (Hebreus 4:7).
Deus estava prestes a trazer julgamento sobre Judá e esse julgamento seria mais terrível do que qualquer coisa que eles tivessem visto antes.
Para explicar as razões de seu lamento, Joel apresenta uma descrição detalhada das consequências da praga de gafanhotos. Ele começa com uma pergunta retórica: Não foi cortado alimento diante de nossos olhos, alegria e alegria da casa de nosso Deus? A resposta implícita para a pergunta é "Sim". A praga de gafanhotos causaria uma fome severa na terra de Judá porque destruiria "a oferta de grãos e a oferta de bebida" (vv. 9-10). Tudo isso aconteceria diante dos nossos olhos. O povo de Judá, impotente, testemunharia os gafanhotos devorando seus grãos, destruindo "a colheita do campo" (v. 11). E porque o alimento iria acabar, a alegria também seria cortada da casa de Deus. Simplificando, o povo de Judá não poderia mais oferecer nenhum produto ao SENHOR no lugar onde Ele escolhera "estabelecer Seu nome" (Deuteronômio 26:1-2). O regozijo foi, assim, substituído pela tristeza e pela angústia (v. 9). Isso se deve à devastação provocada pelos povos invasores.
A invasão de Judá causaria fome na terra. Mas, aparentemente, Deus adicionaria a seca à invasão, levando-os à ruína financeira. Joel descreve isso em três passos: (1) Ss sementes murcham sob seus torrões, o que significa que as sementes secariam devido à falta de umidade. (2) Os armazéns estão desolados porque não há vinho, nem azeite, nem grãos para armazenar neles (1 Crônicas 27:27). (3) Os celeiros utilizados para armazenar os grãos são derrubados e os grãos estão secos.
A invasão e a seca destruíram a vegetação da terra, o que também afetaria o gado. Ao lamentar pela crise, o profeta grita: Como as bestas gemem! Os rebanhos de gado vagam sem rumo. Os rebanhos de gado estavam aflitos porque não há pasto para eles. A situação era tão ruim que até os rebanhos sofrem. Isso significa que, como parte da criação, o gado e as ovelhas sofreriam as consequências do pecado humano (Jeremias 12:4). Enquanto o povo de Judá sofria a perda causada pelos gafanhotos/invasores e pela seca, os animais compartilhariam da angústia porque estavam passando fome.
Essa situação caótica leva o profeta a fazer uma oração a Deus: A Ti, ó Senhor, eu clamo. Em seguida, ele apresenta o motivo de sua petição usando a imagem do fogo: Porque o fogo devorou os pastos do deserto e a chama queimou todas as árvores do campo.
O termo “fogo” denota a manifestação física da destruição e o termo “chama” refere-se à parte gasosa do fogo, visível aos olhos humanos. Nos tempos antigos, o fogo servia a muitos propósitos. Era usado para se cozinhar alimentos (Êxodo 12:8; Isaías 44:15-16), para servir de luz para as pessoas (Isaías 50:11), para refinar metais (Is. 1:25) e para queimar lixo (Levítico 8:17). Também servia como um instrumento de guerra com o qual os conquistadores incendiaram cidades (Josué 6:24; Juízes 1:8; 1 Reis 9:16). Nesta passagem, o fogo e a chama parecem ser usados figurativamente. A questão é que, assim como o fogo e a chama podiam consumir, a seca que acompanhava os gafanhotos/invasores devastaria as pastagens.
Joel continua a imaginar a gravidade do sofrimento e diz: Até as bestas do campo sofrem; pois os riachos de água estão secos e o fogo devorou os pastos do deserto. Sem capim e sem água, tanto os animais domesticados quanto os animais silvestres sofreriam. O julgamento de Deus sobre Judá viria através da invasão e da seca, e seria algo horrível.