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Significado de Joel 1:5-7
Joel, agora, dirige-se à futura geração que experimentaria a invasão. O evento futuro era tão certo que ele fala como se fosse uma realidade atual. Seu apelo ao lamento se aplica, sem dúvida, aos judeus a partir de 586 a.C. até aos dias de hoje, uma vez que Israel nunca recuperou totalmente o seu território e o seu patrimônio. Joel se dirige a grupos específicos dentro do país, instando-os a lamentar os efeitos devastadores da peste. A cada grupo, o profeta faz um chamado para que o povo chore e se arrependa. O evento é um chamado a cada geração para que retorne à fidelidade a Deus e aos Seus caminhos, que levam a uma vida abundante.
O primeiro grupo eram os bêbados, aqueles que se embriagavam com vinho. Joel diz: Despertai, bêbados, e chorai; chorem, todos vós, bebedores de vinho. Joel pede aos bêbados que acordem, não do sono, mas da embriaguez. Os bebedores pesados normalmente não procuram viver uma vida justa diante de Deus, nem se importam muito com o que está acontecendo ao seu redor. Sua prioridade é fugir das responsabilidades e da administração da vida. Esta fuga acaba destruindo relacionamentos e chamados, bem como a mordomia. Joel pede que eles chorem e lamentem por causa do vinho doce que é cortado de sua boca. Os bêbados pareciam não se importar com muita coisa, mas iriam se importar caso seu vinho doce fosse cortado.
Choro e lamento são termos associados aos funerais, quando as pessoas expressam sua tristeza pela morte de um ente querido. Por exemplo, Abraão chorou a morte de sua esposa Sara (Gênesis 23:2) e Davi pela morte de seu amigo Jônatas (2 Samuel 1). Aqui, nesta passagem, esperava-se que os bêbados expressassem a tristeza de não haver mais vinho disponível. A praga dos gafanhotos destruiria os vinhedos de Judá. Com o fornecimento de vinho cortado, os bêbados estariam sóbrios. Eles deveriam encarar a Deus. Estariam acordados. A invasão de exércitos estrangeiros era algo horrível e lamentável, mas também chamaria a atenção daqueles que haviam desperdiçado suas vidas. Talvez esse despertamento os levasse ao arrependimento e à restauração.
A razão do alarme sobre a praga de gafanhotos é, então, explicitada através de uma declaração vívida: Porque uma nação invadiu minha terra, poderosa e sem número. Isso deixa claro que a praga de gafanhotos era um símbolo de uma invasão estrangeira. O fato de a frase estar no futuro do pretérito, ou seja, ainda não ter ocorrido, indica a certeza da previsão. Esta invasão teria soldados sem número. Deus não abandonaria Judá ou sua terra, pois Deus descreve a invasão como sendo da minha terra. Isso explicaria o por que de os versículos 2-4 afirmarem que nada daquilo havia sido visto por aquelas pessoas ou seus antepassados.
Um gafanhoto sozinho é algo insignificante e fácil de matar (Salmo 109:23). Porém, milhares e milhares deles estariam chegando. Assim, o profeta compara a praga de gafanhotos a um exército invasor que destruiria a vegetação da terra.
Uma das características marcantes de um gafanhoto é a sua capacidade de comer. Joel observa que os dentes do gafanhoto são os dentes de um leão, e tem as presas de uma leoa. Uma vez que os leões e leoas têm dentes muito poderosos (Amós 5:19; Salmo 58:6), a imagem evoca a noção de ferocidade, poder destrutivo e força irresistível. A profecia de Daniel no capítulo 7 prevê quatro reinos que viriam em ordem sucessiva, com o primeiro reino sendo representado por um leão (Daniel 7:4, 17). Este é provavelmente o reino da Babilônia. No tempo de Daniel, Babilônia era a potência mundial dominante. Daniel era um judeu deportado de Judá para a Babilônia. Na visão de Daniel, o leão representava a Babilônia, que em seu tempo estava no controle de Israel, enquanto os outros animais na visão de Daniel representavam as nações que viriam mais tarde.
Na época da profecia de Joel, a Babilônia ainda não havia chegado, embora isso fosse algo certo, levando Joel a falar dela no futuro do pretérito. Joel prevê que a praga/invasão de gafanhotos seria tão destrutiva que devoraria a terra, não deixando vegetação: Fez da minha videira um desperdício, e da minha figueira lascas. A menção à fragmentação de uma figueira pode indicar que o exército cortaria árvores, talvez para usá-las no cerco ou para apoiar seu esforço de guerra. O desperdício da videira pode indicar a queima de vinhedos em Judá.
Aqui, o profeta explica a extensão dos danos causados pelos gafanhotos (que retrata o exército invasor) quando diz a seu público que eles destruiriam a videira e a figueira. Estas eram duas fontes primárias de sustento para os habitantes de Judá. Joel descreve em detalhes a integralidade do dano: Desnudou-os e os jogou fora. Seus galhos ficaram brancos. Mais uma vez, a imagem é dos gafanhotos despojando Judá de sua capacidade de produzir alimentos.
Os gafanhotos são conhecidos não apenaws por atacar e devorar a vida vegetal, mas também por quebrar galhos e arrancar cascas. Ao destruírem as videiras e figueiras, eles exporiam a madeira branca dos galhos, causando danos significativos às árvores. Tais danos agressivos matariam as plantas inteiramente, de forma que elas nunca mais crescessem. Seria este o nível da destruição provocada pelo exército invasor; seria um quadro de devastação.