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Significado de Levítico 18:1-4

Deus diz aos israelitas, por meio de Moisés, que Seus caminhos seriam sua melhor escolha. Os caminhos dos egípcios e dos cananeus, que eram caminhos carnais e pecaminosos, não eram para o seu bem. Esses caminhos os levariam à morte, enquanto os caminhos de Deus os levariam à vida e à paz.

Levítico 18 começa assim: Disse Jeová a Moisés: “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Eu sou Jeová, vosso Deus". Do Êxodo ao Deuteronômio, Deus fala aos filhos de Israel por meio de Moisés, Seu profeta. No Monte Sinai, em Êxodo 19, Deus declarara os Dez Mandamentos diretamente aos filhos de Israel. Porém, temendo a voz de Deus e o que Ele ordenava, o povo diz a Moisés: "Disseram a Moisés: Fala-nos tu, e ouviremos; porém não nos fale Deus, para que não morramos" (Êxodo 20:19).

Aqui, Deus diz: "Eu sou Jeová, vosso Deus" ou, mais literalmente, "Eu sou Javé, teu poderoso". Muitas vezes os israelitas precisavam de um lembrete de quem Deus era ("Javé" significava “o Existente”) e de Seu papel em suas vidas (Deus, "elohim", Todo-poderoso).

Os israelitas haviam visto como Deus era poderoso quando os libertou do Egito. Porém, Deus, que conhece a natureza caída da humanidade (Salmo 103:14), percebeu que, embora tenha retirado o povo do Egito, Ele precisaria tirar o Egito de dentro do povo. O Egito é um retrato do pecado em toda a Bíblia e a libertação do povo do Egito representa os incrédulos que chegam à fé em Jesus, que primeiro os livra da penalidade do pecado e, em seguida, lhes dá poder e capacidade para vencer ao pecado. No entanto, todos precisam escolher ser libertos do poder do pecado. Isso foi verdade com Israel e é verdade hoje para o povo de Deus.

Israel foi liberto do Egito pela mão de Deus porque eles eram Seu povo. Pporém, Deus deu-lhes a escolha de segui-Lo ou voltar aos caminhos do Egito. Deus fez um pacto com eles, deixando claras as consequências de suas escolhas. Deus diz aos israelitas: "Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes; não fareis segundo as obras da terra de Canaã, na qual eu vos hei de introduzir". Deus estava ordenando que Israel não fizesse o que era feito na terra de Canaã, deixando claro que eles tinham a opção de escolher as práticas da terra de Canaã, que significava essencialmente escolher voltar à escravidão, desta vez como escravos de seus próprios desejos.

Os egípcios e os cananeus, bem como a maioria das culturas pagãs, estavam impregnados de imoralidade sexual, muitas vezes incorporando-a a seus cultos pagãos. De acordo com a tradição judaica, os israelitas desenvolveram uma gíria para os cananeus, chamando-os de "cães" devido à sua prática de ter relações sexuais em público, sem pudor algum, como os cães faziam. Os cananeus também sacrificavam seus filhos ao deus pagão Moloque e tinham muitas outras práticas que visavam à autoindulgência. Suas práticas também incluíam a exploração dos outros.

Essas admoestações dadas a Israel também foram escritas para nosso exemplo (1 Coríntios 10:11). Como crentes, somos libertos da escravidão do pecado pela mão de Deus, por Sua graça (Efésios 2:8-9; João 3:14-16). Este é um dom não merecido que não pode ser perdido. Porém, assim como ocorria com Israel, devemos demonstrar obediência e andar nos caminhos de Deus, a fim de obtermos as bênçãos disponíveis para nós. Deus providenciou a libertação de Israel dos seus inimigos, porém somente se eles andassem em obediência (Josué 23:8-10).

Da mesma forma, Deus provê para os crentes do Novo Testamento a libertação (salvação) da penalidade do pecado através da fé (João 3:14-16), assim como Israel foi liberto do Egito pela mão de Deus. Deus também livra (salva) o crente do Novo Testamento do poder do pecado e suas consequências negativas, mas isso requer nossa obediência aos Seus caminhos antes que recebamos tal benefício. A esse respeito, Israel e os crentes do Novo Testamento são semelhantes, na medida em que cada um foi feito povo de Deus por Sua graça; após isso, cada um precisa escolher se seguirá aos Seus caminhos e será abençoado, ou se seguirá aos caminhos do mundo e cairá novamente na escravidão do pecado (Romanos 6:15-19).

Como crentes, não devemos viver como o mundo, como costumávamos nos comportar antes de sermos iluminados pelo Espírito Santo de Deus (Efésios 2:1-3, 1 Pedro 4:3-4). Fomos enxertados na família escolhida de Deus e separados do mundo para as boas obras (Efésios 2:10, 19). Embora Deus nos livre da penalidade do pecado e nos dê Seu Espírito quando cremos, Ele não remove nossa natureza pecaminosa e exige que nos separemos completamente do mundo; Ele nos salva do poder do pecado quando O invocamos e andamos em obediência ao Seu Espírito (João 3:14,  Romanos 8:4; 10:13). Deus, muitas vezes, nos leva a ser luz nas trevas do mundo (como Israel deveria ser na terra de Canaã). No entanto, não podemos adotar os caminhos do mundo caso desejemos receber Suas bênçãos.

Levítico 18 pode ser resumido como a proibição de Deus de que Israel vivesse um estilo de vida explorador, buscando explorar a Deus e aos outros seres humanos para satisfazer aos apetites, impulsos e prazeres da carne. Levítico 19 (e o restante da Bíblia) mostra que o caminho de Deus é viver uma vida de serviço a Ele e ao próximo, sacrificando nossos apetites, impulsos e prazeres para o bem dos outros. Esta segunda maneira de viver, de amar aos outros como amamos a nós mesmos, é para o nosso próprio bem (Levítico 19:18).

Deus deseja o melhor para Seu povo. É por isso que Ele diz: "Guardareis, pois, os meus estatutos e os meus juízos; fazendo os quais, o homem viverá por eles: eu sou JeováQuando Deus expressa Seu nome de aliança, SENHOR (hebraico "Javé", "O Existente"), Ele enfatiza que tinha o melhor interesse do povo em Seu coração. É óbvio que uma sociedade onde todos se amam e buscam o benefício mútuo uns dos outros, conforme Deus ordenou, é um ótimo lugar para se viver. Já uma sociedade onde os fortes exploram aos fracos, como no Egito e em Canaã, será um lugar miserável para se viver.

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