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Significado de Levítico 3:12-17
Levítico 3:12-17 fornece mais instruções para o sacrifício de ofertas pacíficas, desta vez focando na oferta de um bode. Esses versículos continuam a ressaltar a importância da adoração intencional e reverente como parte da santificação do adorador, bem como a comunhão contínua entre os irmãos israelitas e o SENHOR.
A passagem especifica: Além disso, se sua oferta for um bode, então ele a oferecerá perante o SENHOR (v. 12), indicando a inclusão de vários tipos de gado no ritual de oferta pacífica. Isso pode ilustrar a acomodação de diferentes status econômicos entre os israelitas ao permitir vários tipos de ofertas. O bode, da mesma forma que os animais descritos em Levítico 3:6-11 e Levítico 3:1-5, deveria ser oferecido perante o SENHOR, significando a conexão direta a Deus em adoração.
Assim como nas ofertas anteriores do cordeiro e do boi ou vaca, o adorador deveria colocar sua mão sobre sua cabeça e sacrificá-lo diante da tenda do encontro (v. 13). Essa imposição de mãos era um ato simbólico de identificação, significando a transferência do pecado do ofertante para o animal. O mais especial dos dias santos incluía a transferência do pecado, ilustrando o que estava sendo representado pela imposição de mãos sobre a cabeça do sacrifício.
No Dia da Expiação (Yom Kippur), o sumo sacerdote realizava a oferta pelo pecado mais esperada do ano. Neste caso, sortes eram lançadas sobre dois bodes, uma para “Azazel” (às vezes traduzido como “bode expiatório”) e a outra para “Yahweh”.
O bode sobre o qual a sorte de Azazel recaía (bode expiatório) era solto no deserto depois que o sumo sacerdote colocava as mãos sobre sua cabeça e confessava todos os pecados do povo sobre ele. Enquanto isso, o bode de Yahweh sobre o qual a sorte recaía seria morto como oferta especial pelo pecado de toda a nação de Israel (Levítico 16:8-9).
O sangue dessa oferta especial pelo pecado (Yahweh) era trazido para dentro do véu do tabernáculo e aspergido sobre a Arca da Aliança (Levítico 16:15). Isso era um prenúncio de Cristo entrando no véu como oferta perfeita pelo pecado, não com o sangue de bodes, mas com Seu próprio sangue (Hebreus 9:24-25).
Para saber mais sobre como os dois bodes no Dia da Expiação prenunciavam a obra de Jesus na cruz, veja nosso artigo: “Resgate e redenção: Jesus e Barrabás como símbolos do Dia da Expiação”.
Em seguida, os filhos de Arão realizava seu serviço sacerdotal em relação à oferta de paz, ou seja, eles aspergiam seu sangue ao redor do altar (v. 13). Este era um ato que consagrava a oferta e significava a santidade da vida trazida pela paz e reconciliação. Quase todas as coisas na Lei são purificadas com sangue (Hebreus 9:22). Isso antecipava o pagamento final de sangue para reconciliação realizado quando Jesus derramou Seu próprio sangue pelos pecados do mundo (João 3:16).
As partes internas do bode a serem oferecidas são descritas: a gordura que cobre as entranhas e toda a gordura que está sobre as entranhas, e os dois rins com a gordura que está sobre eles, que está sobre os lombos, e o lóbulo do fígado, que ele removerá com os rins (v. 14b-15).
A palavra hebraica traduzida como gordura também pode ser traduzida como “melhor” (veja Números 18:29). O excesso de gordura dos animais indicava que eles haviam sido bem alimentados. Havia nessa oferta uma intenção de devolver a abundância a Deus.
Além de primeiro aspergir seu sangue ao redor do altar (Veja o diagrama do Tabernáculo), o sacerdote os oferecia em fumaça no altar como alimento, uma oferta pelo fogo para um aroma suave; toda a gordura é do SENHOR (v. 16). A gordura, como parte do animal que representava a abundância, era reservada para Deus. A queima dessas partes criava um aroma suave e era simbólica da aceitação da oferta por Deus.
Além de simbolizar bênção, a gordura animal era valiosa no antigo Oriente Próximo e era usada para criar cremes cosméticos e sabão, além de ser usada como fonte de combustível. As partes comestíveis do animal oferecido em oferta pacífica eram, então, apreciadas entre os sacerdotes e ofertantes através de uma refeição alegre e sagrada.
Levítico 3 conclui com um forte mandamento, reforçando a santidade do sangue devido ao fato de a vida se encontrar nele: "Estatuto perpétuo é pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações: não comereis nenhuma gordura nem sangue" (v. 17).
A lei de se abster de comer sangue é descrita em detalhes em Levítico 17:10-16. Essa lei foi discutida pelos apóstolos de Jesus e anciãos da igreja de Jerusalém em Atos 15:28-29. Esta lei foi dada como parte da instrução aos gentios que havia crido em Jesus: “Se vocês se mantiverem livres de tais coisas, vocês farão bem”.
A passagem de Atos 15 deixa claro que os gentios não eram obrigados a seguir as leis religiosas judaicas, mas precisavam ter em mente o benefício de sua instrução. Em particular, eles precisavam evitar costumes que criariam uma pedra de tropeço para a comunhão com outros crentes.
Tiago diz algo similar ao se referir à lei como a “lei da liberdade” (Tiago 1:25, 2:12). Ao perscrutar a lei e entender seus ensinamentos, podemos “ser abençoados” (Tiago 1:25). Paulo afirma que quando os crentes andam no Espírito, eles cumprem a lei (Romanos 8:4).
Esses mandamentos serviam como lembrete da aliança/tratado de Deus com os israelitas. O povo concordara em obedecer aos mandamentos de Deus e Deus concordou em abençoá-los caso o fizessem (Êxodo 19:8). Deus deu os mandamentos para mostrar a Israel uma maneira melhor de viver, designando a nação de Israel como uma nação sacerdotal que pudesse servir de exemplo às nações vizinhas, visando a levá-los a descobrir e conhecer essa maneira melhor também, amando uns aos outros (Levítico 19:18, Êxodo 19:6).
Essas instruções detalhadas lembravam ao povo de que a obediência às leis de Deus os levaria a grandes bênçãos. Por outro lado, a desobediência às Suas leis os levaria a grandes perdas. Essas ações prescritas criavam uma oportunidade contínua para o povo crescer em comunhão com o Deus que os havia escolhido devido ao Seu amor por eles (Deuteronômio 4:37). Isso os conduziria a uma comunhão íntima com Deus, levando-os a conhecê-Lo. Conhecer a Deus produz a maior experiência possível na vida (João 17:3).
Essas ofertas prenunciavam o sacrifício final, Jesus Cristo, cuja morte estabeleceria uma nova aliança. Esta nova aliança passaria a escrever as instruções de Deus nos corações daqueles que cressem em Jesus e nos convidam a andar em harmonia e comunhão com Deus, nosso Criador. Andar em harmonia com Deus significa andar em shalom/paz.
As ofertas pacíficas também ensinavam a importância da nossa adoração. Somos chamados a ser “sacrifícios vivos”, que é o nosso serviço racional a Deus e uns aos outros (Romanos 12:1). As instruções detalhadas em Levítico para a santificação do povo e do tabernáculo mostravam o quão sério devemos levar a nossa santificação, ou seja, viver separados do mundo.
Todos os crentes são tabernáculo (morada) do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16). Alcançamos o dom da vida eterna ao crermos em Jesus Cristo e somos justificados diante Dele pela fé (João 3:14-15). Alcançamos a experiência e a recompensa (o prêmio) da vida eterna vivendo em obediência e fazendo boas obras diante de Deus e diante dos homens (Gálatas 6:8-9).
Cada crente alcança paz com Deus através do perdão de seus pecados pela morte de Cristo (Romanos 5:1, 10). Eles também podem alcançar a experiência de shalom/paz através de uma caminhada de fé, vivendo em obediência a Deus (Romanos 8:6).
Para saber mais sobre o dom e o prêmio da vida eterna, veja nosso artigo, “Vida eterna: Recebendo o presente vs. Herdando o prêmio”.