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Significado de Lucas 3:15-18
Os exemplos paralelos do Evangelho para essa passagem estão em Mateus 3:11-12, Marcos 1:7-8 e João 1:19-20, 26-27.
Algo inspirou e motivou a todo o povo da Judéia a viajar pelo deserto buscando ouvir ao que João estava dizendo. Lucas relata qual foi era essa motivação:
Estando o povo na expectativa, e discorrendo todos em seus corações a respeito de João, se, porventura, seria ele o Cristo (v. 15).
A nação judaica, sob a opressão romana, esperava por seu Messias. O que inspirava e motivava a todo o povo da Judéia e de Jerusalém a ouvir a mensagem de João? Eles queriam saber se ele era o Messias, Aquele que cumpriria suas esperanças e sonhos (Mateus 11:7-9).
João entende a razão pela qual eles vinham ter com ele.
João chama a atenção do povo para si mesmo e a natureza de seu batismo como exemplo para falar sobre o Messias e Seu batismo. Quanto a mim, diz João, eu vos batizo com água. O batismo de João era significativo, porém simbólico. Era administrado pela água, uma exibição pública de um coração e mente transformados. O batismo de João indicava que as pessoas a quem ele batizava desejavam estar preparadas para a vinda do Reino dos céus (Mateus 3:2). João pregava a mensagem de arrependimento e mergulhava o penitente na água como sinal de seu compromisso com Deus e Seu iminente Reino. Porém, João explica que aquele era o limite de seu ministério.
João entende seu papel como mensageiro messiânico (Marcos 1:2). Ele atende às expectativas do povo, dizendo: Mas, vem um que é mais poderoso do que eu, e eu não sou apto a desamarrar as correias de suas sandálias. Aquele que estava vindo, mais poderoso do que ele, era a expressão de João para o Messias. João deixa absolutamente claro não ser ele o Messias (João 1:19-20).
A palavra traduzida como “poderoso” é o termo grego ἰσχυρός (G2478 - pronunciado: "His-chu-ros"). Pode significar "força, forte, valente ou violento". João estava dizendo que Aquele que viria depois dele tinha mais poder e autoridade do que ele. O uso de "His-chu-ros" também pode sugerir que o Messias seria muito menos gentil e brando do que João era (ou seja, mais "violento/contundente" do que ele).
João, então, demonstra a grande lacuna entre seu valor e valor e o do Messias: Não sou apto a desamarrar as correias de suas sandálias. De acordo com o costume judaico, remover as sandálias de alguém era uma tarefa para o servo menos valorizado da casa. João estava dizendo que, comparado ao Messias, ele era indigno até mesmo de realizar aquela tarefa mais humilde para o Messias. Dada a extensão na qual João era reverenciado, esta era uma afirmação e tanto.
Tendo demonstrado sua fraqueza e humildade em comparação ao poder e glória do Messias, João descreve a natureza do batismo do Messias: Ele vos batizará com o Espírito Santo e fogo. João mergulhava as pessoas na água, em uma cerimônia simbólica. Os elementos do batismo do Messias eram o Espírito Santo e o fogo. O fogo é quente e intenso. Ele queima. O fogo purifica, consumindo todas as impurezas.
O fogo é frequentemente mencionado em toda a Bíblia como um símbolo da presença de Deus. Veja a aliança de Deus com Abrão (Gênesis 15:17); a sarça ardente (Êxodo 2:2-5); a Coluna de Fogo à noite (Êxodo 13:21); Isaías diante do trono de Deus (Isaías 6:4); Deus é um muro de fogo (Zacarias 2:5), o Espírito em Pentecostes (Atos 2:1-4); Deus é um fogo que consome (Deuteronômio 4:24; Hebreus 12:29).
O fogo é um símbolo frequente do julgamento de Deus, tanto como meio de manifestar Sua ira quanto como meio de santificação. Ver Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:24); a Oitava Praga (Êxodo 9:23); a Batalha de Jericó (Josué 6:24); Elias e os profetas de Baal (1 Reis 18:20-40); Isaías na presença de Deus (Isaías 6:1-7); Advertências dos profetas menores (Sofonias 3:8); Os Relatos de Cristo sobre Geena e as Trevas Exteriores (Mateus 13: 40, 42, 50; Marcos 9:43-49); o Tribunal de Cristo (1 Coríntios 3:11-15); a ira de Deus para com os degenerados (Hebreus 10:26-27); o Lago de Fogo (Apocalipse 20:14-15).
Esses dois usos simbólicos comuns do fogo demonstrando a presença e o julgamento de Deus não precisam ser mutuamente exclusivos. Ambos podem ser aplicados ao mesmo tempo.
O batismo do Messias seria uma imersão na presença de Deus, que queimaria todo pecado e impureza. Era, ao mesmo tempo, intenso e positivo. Todos os que entrassem no Reino de Cristo passariam pelo batismo do Messias. A mensagem de arrependimento de João e seu chamado ao batismo era uma preparaçãom, uma forma de diminuir a dor do refinamento ardente e de preparar-se para os benefícios do batismo do Messias.
João, então, apresenta outra metáfora agrícola, descrevendo o batismo do Messias:
Sua pá está em Sua mão para limpar completamente Sua eira e recolher o trigo em Seu celeiro, mas Ele queimará o joio com fogo inextinguível (v. 17).
Há uma semelhança notável com a metáfora de Paulo sobre a avaliação de Cristo aos crentes e suas obras no Dia do Juízo:
"Porque ninguém pode lançar outro fundamento senão aquele que está posto, que é Jesus Cristo. Ora, se alguém edificar sobre o alicerce com ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, o trabalho de cada homem se tornará evidente; pois o dia o mostrará porque deve ser revelado com fogo, e o próprio fogo testará a qualidade do trabalho de cada homem. Se a obra de qualquer homem que ele construiu sobre ela permanecer, ele receberá uma recompensa. Se a obra de alguém for queimada, sofrerá perda; mas ele mesmo será salvo, ainda assim pelo fogo" (1 Coríntios 3:11-15).
João descreve o Messias como um ceifador prestes a colher. Sua pá está em Sua mão, e Ele limpará completamente Sua eira. A eira era uma superfície plana onde todos os talos cortados da colheita de grãos eram colocados para serem batidos (debulhados), de modo que os grãos (as partes úteis, também chamadas de trigo) eram separados de seus caules (as partes inúteis, também chamadas de joio). A referência de João é que o Messias colheria todos os talos (todos) em seu campo (todo o Seu povo) e jogaria os grãos (as boas obras) deles em Sua eira (lugar de julgamento).
O fato de o Messias limpar completamente Sua eira indica que Ele não perderia nem um único grão. Ele não se esqueceria de um único bom trabalho. Depois de fazer isso, o Messias reunirá Seu trigo (os grãos produtivos e comestíveis) no celeiro, mas queimará o joio (a parte inútil) com fogo inextinguível. Todo o joio, os talos e as cascas não comestíveis serão queimados por Ele com fogo inextinguível. Este termo sugere que essas partes inúteis serão completamente destruídas. Elas não durarão nem serão lembradas.
Assim, com muitas outras exortações, ele pregava o Evangelho ao povo (v. 18).
Depois de relatar as declarações de João sobre a vinda do Messias e o julgamento iminente, Lucas resume o restante dos ensinamentos de João no deserto. Exortar significa "chamar para perto, convidar, implorar, suplicar". Uma exortação é um chamado à ação. João estava chamando o povo com muitas exortações a ouvir o Evangelho e a agir de acordo com suas boas novas. A frase traduzida como “pregar o evangelho” é o termo grego εὐαγγελίζω (G2097 - pronuncia-se: "Yoo-ang-ghel-id'-zo"). É uma palavra composta que consiste em "εὐ"/"eu", que significa "bem feito" ou "bom", e ἄγγελος/"ang-ghel-os", que significa "anjo" ou "mensageiro". No Novo Testamento é usada para descrever a mensagem de boas novas da chegada do Reino de Deus e da salvação a ser obtida através do Messias. De acordo com sua mensagem nos versículos anteriores, João estava pregando ao povo sobre a vinda do Messias e Seu Reino.