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Significado de Mateus 12:43-45

Jesus descreve uma estranha verdade sobre a possessão demoníaca e a compara àquela geração maligna.

O relato paralelo do Evangelho quanto a este ensinamento é encontrado em Lucas 11:24-26.

Depois de enfrentar o desafio dos escribas e fariseus de dar-lhes um sinal para provar que Ele era o Messias, bem como Sua repreensão histórica de sua falta de fé, Jesus retorna ao tópico dos espíritos malignos. No terceiro desafio dos fariseus contra Jesus, eles O haviam acusado de expulsar demônios pelo poder e autoridade do chefe dos demônios (Mateus 12:24).

Jesus explica o que acontece quando um espírito impuro sai de um homem. O termo  espírito imundo é outro nome para um demônio. Jesus diz que o demônio passa por lugares sem água em busca de descanso, e não o encontra. Não é literal o que Jesus quer dizer com lugares sem água, mas o contexto parece indicar períodos em que o demônio não possui um corpo para habitar. Isso pode ser uma referência ao fato de o corpo humano consistir principalmente de água. Quando o espírito impuro não está habitando em um ser humano, ele não consegue encontrar descanso, já que é forçado a ficar em lugares sem água. Tudo o que ele busca é possuir outro homem para atormentar.

Quando não encontra descanso, o espírito impuro diz (possivelmente para si mesmo): “Voltarei para a casa de onde vim. Depois de sair do homem, o demônio volta para sua casa (o homem), a fim de encontrar descanso. Retornar e encontrar a casa do homem desocupada, varrida e ordenada significa que aquele homem está espiritualmente vazio e sem conteúdo. Jesus se refere à casa varrida e ordenada para indicar que o homem está pronto para ser reocupado. Sua casa está pronta para ser ocupada mais uma vez.

Mas o espírito impuro não se muda sozinho. Ao invés disso, ele vai e leva consigo sete outros espíritos mais perversos do que ele, e eles entram no homem e passam a viver lá. Ao invés de se mudar sozinho, ele encontra outros “amigos” mais perversos do que ele e, em  seguida, todos possuem o homem juntos. Talvez esse demônio, que foi despejado na primeira vez, recrute reforços para garantir o potencial de permanência no homem. Em vez de ser oprimido apenas por um espírito imundo, o homem agora será afligido com oito espíritos malignos. Jesus aponta que o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro. É muito ruim ser o hospedeiro de um demônio. É muito pior ser o hospedeiro de oito.

Jesus, então, compara esse homem possuído por demônios àquela geração presente e má. Ele diz que Assim também será com esta geração má. O que Jesus quer dizer com essa comparação?

Ele poderia estar tentando descrever a nação da Judéia. O relato que Jesus acabara de dar sobre o homem, o espírito impuro e os sete outros espíritos ímpios, pode ter um significado alegórico, além de ser uma descrição literal do mal sobrenatural.

A metáfora pode ser a seguinte. O homem simbolizava a Judéia, ou os líderes espirituais de Israel, como os escribas e fariseus. O espírito impuro simbolizava o pecado da idolatria pagã, contra o qual os filhos de Israel e os reinos do Norte e do Sul haviam lutado constantemente até o exílio babilônico. A expulsão do espírito representava o exílio e o retorno de Israel sob a direção de Esdras, Neemias e, mais tarde, dos Macabeus, quando os judeus renovaram seu compromisso com a Lei e os mandamentos de Deus.

Porém, mesmo que externamente fingissem guardar a Lei, eles não guardavam, pois não a obedeciam de coração. Eles negligenciavam os ensinamentos fundamentais e o espírito da Lei. Mesmo quando louvavam a Deus com suas palavras e rituais externos, internamente estavam vazios e desocupados. Quando o espírito impuro do paganismo retornou com a ocupação romana, encontrou os judeus prontos para serem repossuídos. Porém, ao invés de meramente restabelecer as velhas formas de paganismo, o espírito impuro também convidou sete outros demônios, como o legalismo religioso, o elitismo social e a luta sectária. Nesse ponto, os judeus estavam em uma situação pior do que no início. Se Jesus tivesse isso em mente, então Seu ponto é que aquela geração atual havia se tornado pior do que as gerações infiéis ao longo da história de Israel.

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