Add a bookmarkAdd and edit notesShare this commentary

Significado de Mateus 15:12-14

Os discípulos expressam a Jesus sua preocupação de que Ele havia insultado aos fariseus. Por trás disso está sua preocupação de que tais insultos alienarão Jesus dos agentes do poder cultural e impedirão Sua missão e/ou a segurança futura dos discípulos. Jesus responde à sua preocupação com duas metáforas e um conselho.

O relato paralelo do Evangelho quanto a este ensinamento é encontrado em Lucas 6:39.

Depois que as multidões se dispersam, os discípulos vieram a Jesus com alguns conselhos, disfarçados de observação: O Senhor sabia que os fariseus ficaram ofendidos quando ouviram Suas palavras? Eles estavam preocupados porque acreditavam que Jesus havia ofendido aos fariseus ao expor sua hipocrisia. A advertência dos discípulos não era totalmente injustificada.

Os fariseus não podiam ser ridicularizados. Eles exerciam grande influência entre o povo. Eles eram heróis culturais e exemplos de fidelidade aos olhos dos judeus. Os fariseus podiam ser aliados úteis ou inimigos poderosos.

Seria de se esperar que os fariseus fossem aliados. Eles eram os conservadores, crentes na Bíblia como a Palavra inerrante de Deus e eram parte do povo de Deus. Foi provavelmente por conta disso que Jesus foi tão duro com eles; eles tinham a verdade e deveriam agira de forma diferente. Isso fez com que seu pecado fosse ainda maior.

Jesus geralmente era direto com os que se diziam “donos” da verdade. Como disse à igreja de Laodicéia: "Aqueles a quem eu amo, eu repreendo e disciplino" (Apocalipse 3:19). Esta declaração foi feita pouco depois de Jesus ter dito aos mesmos crentes: "... não sabeis que sois miseráveis, miseráveis, pobres, cegos e nus" (Apocalipse 3:17). Sabemos que alguns fariseus creram em Jesus (Atos 15:5). Mas muitos não creram.

Mas Jesus não os temeu. Ele se recusou a comprometer Sua missão buscando harmonia ("dikaiosune" - justiça) com eles.

Ele respondeu a Seus discípulos com duas metáforas descrevendo os fariseus, além de um conselho.

A primeira metáfora que Jesus usou para descrever os fariseus foi com outro tema agrícola. Toda planta que Meu Pai celestial não plantou será arrancada. Nesta analogia, Jesus compara Seu Pai Celestial a um fazendeiro. Este fazendeiro poderia ser um jardineiro ou um agricultor. Este fazendeiro estava trabalhando em seu jardim ou campo. E ele tem uma visão clara do que o jardim ou o campo devem se tornar, bem como o que ele precisa fazer para cumprir tal propósito.

Um dos passos que este fazendeiro toma é arrancar todas as plantas que ele não havia plantado. Essas plantas não tinham propósito para seu jardim ou campo. O jardim ou o campo onde o plantio está ocorrendo é o Reino de Deus. Os fariseus e suas obras eram plantas infrutíferas. Os fariseus pensavam apenas em si mesmos e em seu reino. Eles só estavam interessados em buscar o Reino de Deus em seus termos. Eles não estavam interessados em buscar o Reino de Deus seguindo os princípios de Deus. Eles não haviam sido plantados no Reino por Deus e, por isso, seriam arrancados. Os fariseus eram como o joio na parábola do trigo e do joio (Mateus 13:37-43).

Se as plantas indesejadas se referissem às obras, ao invés de se referir aos próprios fariseus, tais obras poderiam até ser boas, porém eram executadas com base na realização e esforço humanos deles, não na fé e dependência do poder e da graça de Deus. Os fariseus realizavam muitas obras. Algumas podiam até parecer boas. Porém, eles as realizaram em suas próprias forças, a fim de serem honrados entre os homens. Tais obras não honravam a Deus. O Pai celestial não estava interessado naqueles tipos de obras e Ele arrancaria toda planta desse tipo.

O que Jesus deseja é que Seus seguidores vivam uma vida na dependência Dele. Como disse a Seus discípulos, provavelmente enquanto caminhava por uma vinha:

"Permanecei em Mim, e Eu em vós. Assim como o ramo não pode dar fruto de si mesmo a menos que permaneça na videira, assim também vós também não podeis, a menos que permaneçais em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos; aquele que habita em Mim e Eu nele, dá muito fruto, pois sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, é jogado fora como um galho e seca; e os recolhem, e os lançam no fogo e são queimados." (João 15:4-6)

Nesta passagem de João 15, Jesus deixa claro que aqueles que não permanecem Nele não darão fruto, de modo que suas obras só serão boas para aumentar o fogo. Tais obras de "madeira, feno, palha" serão queimadas no fogo do julgamento de Deus (1 Coríntios 3:12-13).

O apóstolo Paulo afirmou que "...tudo o que não provém de fé é pecado" (Romanos 14:23).

Entre essa primeira metáfora mostrando que Deus arrancaria todas as plantas indesejadas de Seu Reino, e a metáfora seguinte que descrevia os fariseus, Jesus dá a Seus discípulos um conselho sobre como lidar com eles: Não se importem com eles.

A política de Jesus era geralmente a de ignorar os fariseus o máximo possível. A maioria, senão todos, os Seus confrontos com os fariseus começavam quando eles O desafiavam e o confronto era inevitável. Basicamente, Jesus aconselhou a Seus discípulos a ignorar os fariseus e não se preocupar com o que eles diziam ou faziam.

Neste ponto, Jesus parece estar abordando o medo dos discípulos em relação à retaliação que Ele - e, por extensão, os discípulos - receberiam caso Jesus continuasse a insultar os fariseus, os guardiães culturais do judaísmo. Assim, Jesus os instrui a deixá-los em paz. Em Seu Reino, eles deveriam estar alinhados ao Pai Celestial (Mateus 6:33).

O conselho de Jesus a Seus discípulos para lidar com pessoas como os fariseus é semelhante ao que Ele apresentou quando enviou Seus discípulos para pregar o Reino dos Céus às ovelhas perdidas da Casa de Israel (Mateus 10:5-42): "Cuidado com os homens, pois eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão em suas sinagogas" (Mateus 10:17 ). Jesus os estava ensinando a ser astutos (Mateus 10:16). Ele os estava advertindo quanto ao custo que pagariam por segui-Lo (Mateus 10:24-25). É por isso que eles precisavam "tomar cuidado". Nesta passagem de Mateus 15, um aspecto da astúcia seria deixá-los em paz.

Isso também se encaixa com o ensinamento de Jesus no Sermão da Montanha. Jesus ensinou sobre o princípio de que as pessoas deveriam estar atentas às suas próprias falhas, vendo-as nos outros, mas sem tentar corrigir as pessoas que não entendem o valor daquele conselho (Mateus 7:3-6).

Jesus termina Sua resposta à preocupação dos discípulos com outra metáfora: Eles são guias cegos de cegos. Um guia é alguém que conduz os outros através de territórios ou circunstâncias desconhecidas. Ele ajuda os outros a "ver" e navegar até o seu destino ou objetivo.

Os fariseus eram os venerados guias do judaísmo nos dias de Jesus. Após seu retorno do cativeiro babilônico, por volta de 539 aC, eles reinstituíram as Escrituras e os mandamentos de Deus em toda a Judéia. O povo olhou para eles e para o seu exemplo sobre como viver fielmente. Mas os fariseus estavam cegos para Deus, Seu Reino e para Jesus, o Messias. Eles eram os líderes do povo, mas eram líderes espiritualmente cegos de pessoas espiritualmente cegas.

Um guia cego é inútil porque ele não consegue ver para onde ele mesmo está indo. Ele é incapaz de levar seus seguidores ao seu destino. É mais provável que ele os leve ao buraco do que ao sucesso. E se um cego guiar um cego, ambos cairão em um poço.  Nesta metáfora, Jesus estava dizendo aos discípulos que seguir aos fariseus não levaria as pessoas ao Reino de Deus. Segui-los levaria à ruína. Assim como uma pessoa saudável ignoraria as instruções de um cego, eles deveriam ignorar os fariseus.

Lucas registra que Jesus registrou essas palavras com uma pequena parábola.

"E Ele também lhes falou uma parábola: 'Um cego não pode guiar um cego, pode? Será que os dois não cairão em um poço?'" Lucas 6:39.

Select Language
AaSelect font sizeDark ModeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.