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Significado de Mateus 19:27-30
Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este evento são encontrados em Marcos 10:28-31 e Lucas 18:28-30.
Pedro, o porta-voz dos discípulos, parecia estar em dúvida após de ouvir Jesus falar sobre como era difícil para uma pessoa rica entrar no Reino dos Céus (Mateus 19:23-26). Pedro parece criar sua própria versão da pergunta feita pelo jovem rico: "Mestre, que coisa boa devo fazer para obter a vida eterna?" (Mateus 19:16). Em Sua resposta, Jesus substituiu a frase "entrar na vida" por "obter a vida eterna", deixando claro que o tópico girava em torno de alcançar os benefícios, realizações e recompensas por ações feitas durante a vida na terra. O jovem rico perguntou o que lhe faltava. Agora, Pedro faz a mesma pergunta, mas com o prefácio: Nós deixamos tudo e O seguimos. Parece que Pedro quer saber se aquilo era suficiente, ou (depois de ouvir a declaração de Jesus sobre o quão difícil era entrar no Reino) se os disciípulos também estavam em falta.
Pedro diz a Jesus: "Eis que deixamos tudo e te seguimos". Lucas foi mais descritivo quanto ao que significava o "tudo", incluindo "nossas casas" (Lucas 18:28). Era verdade. Quando os doze discípulos, Pedro entre eles, começaram a seguir Jesus, eles deixaram suas ocupações, suas famílias e suas casas na região da Galiléia (Mateus 4:18-22; Mateus 8:19-23; Mateus 9:9). Os discípulos foram dedicados. Eles haviam desistido de tudo pela chance de serem grandes no Reino do Messias.
Pedro parece pular a parte que Jesus acabara de lhes dizer, que todas as coisas eram possíveis para Deus. Pedro parece estar buscando uma garantia tangível relacionada ao preço que eles já haviam pago. Ele queria garantias de que haveria ampla recompensa disponível para ele e seus companheiros. Pedro quer saber: "Já fizemos o suficiente para entrar na vida eterna?"
Jesus trata isso como uma pergunta justa. Depois de negarem tanto a si mesmos, depois de ouvirem o que Jesus disse ao jovem governante, eles queriam ter certeza de que seu sacrifício a) bastava; e b) valeria a pena. Se fossem inelegíveis para entrar no Reino, então qual era o sentido de deixar tudo para trás? Se o padrão era inatingível, por que se preocupar?
Jesus não repreende a Pedro ou os outros discípulos por fazerem esta pergunta. Ele não os repreende ou tenta envergonhá-los por considerarem seus próprios interesses. Deus criou as pessoas para buscar seus próprios interesses. Todos nós, naturalmente, pelo desígnio de Deus, buscamos o que acreditamos ser o melhor. Isso é evidente no segundo maior mandamento, que nos instrui a amar aos outros como amamos a nós mesmos. O problema humano é que nossa perspectiva geralmente está errada e não percebemos adequadamente o que é o melhor para nós. É por isso que as recompensas da fé são tão imensas. Por meio da fé, podemos ver o que é verdade e buscar benefícios reais.
A Escritura nos diz que Jesus buscou Seu interesse próprio. Assim como Jesus foi o modelo de servo obediente e deu Sua vida como resgate pela humanidade, Ele o fez tendo em mente o Seu próprio bem maior. Ele tomou a forma de servo e foi obediente à vontade de Seu Pai até a morte e ressurreição e, "por esta razão", Deus O exaltou e edeu a Ele o nome acima de todo nome (Filipenses 2:7-10). Ele suportou o sofrimento da cruz e desprezou sua vergonha pela alegria que havia sido colocada diante Dele (Hebreus 12:1). Jesus viveu uma vida em busca de glória, mas buscou a glória verdadeira e duradoura por meio do Seu serviço amoroso. Jesus escolheu buscar a glória eterna de Seu Pai Celestial, em vez da glória fugaz e inconstante dos reinos desta terra. De fato, Satanás tentou a Jesus, oferecendo-Lhe a glória mundana e fugaz, sem ter que sofrer e morrer (Mateus 4:8-10). Jesus dispensou a sugestão de Satanás e escolheu o caminho da obediência, sabendo que teria uma recompensa muito maior, ou seja, uma glória duradoura dada a Ele por Seu Pai.
Jesus convidou outros a se juntarem a Ele na busca da glória. Quando ensinava as pessoas a terem humildade, a servirem aos outros e a negarem a si mesmas, Jesus consistentemente as lembrou de como a obediência à Sua abordagem produziria, na realidade, um maior benefício para elas. Negar-se a si mesmo por causa Dele é a única maneira de salvar a si mesmo (Mateus 16:25). Investir nos bens eternos do céu é um investimento de vida melhor do que adquirir bens destrutíveis na terra (Mateus 6:19-20). Viver com retidão de coração e honrar a Deus produz uma recompensa maior do que fazer boas obras para serem vistas pelos homens, a fim de ganhar seu louvor (Mateus 6:1-4).
Em vez de repreender a Pedro e Seus discípulos por considerarem seus próprios interesses e questionarem o benefício pessoal de segui-Lo, Jesus assegurou-lhes sobre o que fazer. Ele começou dando-lhes Sua garantia divina: Em verdade vos digo.
Ele reconheceu o sacrifício deles por Seu Reino. E Ele os informou sobre como estava plenamente consciente de tudo o que eles haviam deixado para trás: Vós que Me seguistes, como os discípulos tinham feito fielmente, sereis plenamente recompensados pela vossa fidelidade, disse Ele.
Jesus disse que a plenitude de sua recompensa viria na regeneração. A palavra grega para regeneração é "palingenesia". É uma palavra composta, consistindo de "palin", que significa "novamente", e "gênesis", que significa "começo" ou "criação". Descreve uma reconfiguração total da natureza e um realinhamento político. É o evento cósmico que traz o novo céu e a nova terra (Apocalipse 21:1). Os discípulos provavelmente entenderam que Jesus estava se referindo ao momento inaugural no qual o Messias estabeleceria Seu Reino em Israel (Atos 1:6). Eles não estavam errados em pensar isso - mas seria mais glorioso do que eles ou nós jamais poderíamos imaginar.
Ele lhes disse quando o Filho do Homem se assentar em Seu glorioso trono, assim vocês também se assentarão em cada um de seus doze tronos.
Esta foi uma promessa emocionante. Um trono era a sede de grande autoridade. Os tronos eram assentos literais e simbólicos de poder. Somente aqueles que tinham autoridade tinham o direito de se sentar e exercer o poder político do trono. Jesus disse aos discípulos que quando todas as coisas se tornassem novas, o Filho do Homem - o Messias - Jesus, Ele mesmo, se assentará em Seu glorioso trono. É um trono glorioso, porque é a sede do poder sobre toda a criação. Quando Jesus tomar Seu assento legítimo e exaltado sobre toda a criação, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Deus Todo-Poderoso (Filipenses 2:9-11). Jesus será a autoridade final.
Mas o Filho do Homem também terá uma administração pessoal para servir junto com Ele em Seu Reino. Haverá doze membros de Seu gabinete pessoal, que terão seus próprios tronos para se sentar. Esses tronos serão dotados de importante responsabilidade e poder do Messias. Jesus disse aos doze discípulos que aqueles que tinham deixado tudo receberiam um desses doze tronos. Os doze tronos estão sobre as doze tribos de Israel. A responsabilidade dos que se assentarão nos doze tronos será a de julgar e tomar decisões de liderança para as doze tribos de Israel depois que a regeneração tiver ocorrido.
Essa promessa lhes garantia que o que eles receberiam valeria muito mais do que tudo o que haviam deixado para trás.
Porém, Jesus continuou falando sobre a revelação da recompensa. Ele a expandiu para incluir a todos os que deixaram casas, irmãos ou irmãs, pai, mãe, filhos ou fazendas por causa do Seu nome. Ele convida a toda e qualquer pessoa a se juntar a Ele na vida em busca de glória.
Seguir a Jesus tem um custo. Às vezes é doloroso. Às vezes significa ser incompreendido ou mesmo perseguido por familiares próximos (Mateus 10:21).
"Aquele que ama o pai ou a mãe mais do que a Mim não é digno de Mim; e aquele que ama o filho ou a filha mais do que a Mim não é digno de Mim." (Mateus 10:37)
Às vezes, significa negar a nós mesmos. Às vezes, significa deixar de lado as buscas terrenas e as oportunidades de ganhar mais dinheiro para redirecionar nosso tempo, dinheiro e energias para os esforços de avanço do Reino.
Seguir a Jesus tem um custo, mas também produz uma imensa recompensa. Jesus promete que todos os que sofreram a perda de relacionamento de sua família ou negligenciaram suas carreiras profissionais por Sua causa receberão muitas vezes mais do que deixaram ou perderam. A palavra traduzida aqui por Muitas vezes é a palavra grega "hekatontaplasion". "Hekaton" significa "cem" ou "cem vezes". A maioria das traduções se traduz aqui como "cem vezes":
"Mas ele receberá cem vezes mais agora, na era atual, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e fazendas, juntamente com perseguições; e na era vindoura, a vida eterna." (Marcos 10:30)
Jesus ensina que o ganho será "cem vezes" maior do que o custo. Uma taxa de retorno sobre o investimento de 100% é praticamente insondável. Especialmente quando consideramos que um retorno de investimento de 10% é bom, e um retorno de investimento de 15% incrível. Em Marcos, Jesus também descreve o que o retorno é desfrutar da comunhão com a família de Deus. Ganhamos irmãos e irmãs, pais e filhos quando seguimos a Cristo. Ganhamos casas e lares, porque ganhamos sendo acolhidos por irmãos e irmãs em Cristo. Ganhamos verdadeira harmonia e comunidade. Ganhamos amor incondicional de outros crentes fiéis. E em Marcos, Jesus diz que ganhamos essas coisas nesta "era presente". Portanto, é um ganha-ganha. Ganhamos grande benefício por meio do Corpo de Cristo nesta vida e imensas recompensas de Deus na era vindoura, recompensas além da nossa capacidade de compreensão (1 Coríntios 2:9).
É "na era vindoura", que receberemos a herança completa da vida eterna no Reino. Esta vida eterna é o que o jovem rico queria obter e foi a sua plenitude que ele deixou passar a fim de manter os seus bens terrenos (Mateus 19:16, 22).
Jesus prometeu Seu Reino àqueles que são perseguidos por segui-Lo.
"[Makarios] são os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus. [Makarios] sois quando te insultarem e perseguirem, e dizerem falsamente todo tipo de mal contra vós por causa de Mim." (Mateus 5:10-11)
Ao contempla as recompensas porvir, Paulo e Pedro ficaram extasiados. Eles exortam seus leitores a considerar a incrível oportunidade e recompensa de confiar em Jesus.
"Pois considero que os sofrimentos deste tempo presente não são dignos de serem comparados com a glória que nos deve ser revelada.” (Romanos 8:18).
"Pois a aflição momentânea e leve está produzindo para nós um peso eterno de glória muito além de qualquer comparação." (2 Coríntios 4:17).
"Para que a prova de sua fé, sendo mais preciosa do que o ouro que é perecível, embora provado pelo fogo, possa resultar em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo." (1 Pedro 1:7)
"Amados, não se surpreenda com a provação ardente entre vós, que vem sobre vós para a vossa provação, como se alguma coisa estranha vos estivesse a acontecer; 13 mas, na medida em que compartilheis os sofrimentos de Cristo, continuai a regozijar-vos, para que também na revelação da Sua glória possais regozijar-vos com a exultação. 14 Se você é injuriado pelo nome de Cristo, você é abençoado, porque o Espírito de glória e de Deus repousa sobre você." (1 Pedro 4:12-14)
Seguir a Jesus tem um custo nesta vida. É o caso de qualquer investimento. Mas investir no Reino de Deus produz uma imensa recompensa. No entanto, não seguir a Jesus tem um custo maior - custa a sua "psuche" / vida / alma, e produz uma recompensa cada vez menor (Mateus 16:26).
Jesus, então, introduziu uma parábola com um provérbio. A parábola que Jesus introduz está registrada no próximo capítulo, Mateus 20. É frequentemente chamada de "Os Trabalhadores da Vinha" (Mateus 20:1-15). Esta parábola descreve como todos têm a oportunidade de receber muito no Reino dos Céus, mesmo aqueles que começam tarde.
O provérbio que Jesus usa para introduzir a próxima parábola é que muitos dos que são os primeiros serão os últimos; e os últimos, primeiro. Jesus conclui a parábola dos trabalhadores da vinha com o mesmo provérbio (Mateus 20:16).
O provérbio significa que muitos que são os primeiros nesta era presente e são ricos e poderosos nos reinos desta terra, serão os últimos na regeneração. E muitos que são os últimos nesta era presente, e são pobres ou considerados insignificantes entre os reinos desta terra, serão exaltados a tronos de poder e serão os primeiros no Reino. A correlação disso com a parábola dos obreiros, que Mateus registra a seguir, também pode significar que nunca é tarde demais para começar e obter uma grande recompensa (Mateus 20:1-16). Deus está mais focado em que façamos o que sabemos fazer. Às vezes nos atrasamos em perceber o que devemos fazer. Mas nunca é tarde demais para começarmos a ser fiéis.