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Significado de Mateus 23:29-36
O relato paralelo desta declaração é encontrado em Lucas 11:47-51.
O oitavo Ai de Mateus 23 considera o assassinato dos profetas de Deus pelos fariseus. Ele foi dirigido aos escribas e fariseus.
Os escribas eram advogados religiosos. Eles meticulosamente estudavam a Lei e a Tradição para criar brechas para si mesmos e produzir mais e mais regras para controlar o povo. Os fariseus eram os mestres desses costumes religiosos e os líderes das sinagogas locais. Eles esmagavam qualquer um que desafiasse sua autoridade ou que deixasse de seguir as regras dos escribas. Juntos, os escribas e fariseus eram uma força incontestável e corrupta.
Jesus os chamou de hipócritas. A palavra hipócrita vem do termo grego para "ator". É alguém que finge ser uma coisa, mas é outra. Descreve alguém falso. Jesus usou esse termo para rotular os escribas e fariseus como fraudes religiosas.
A razão pela qual Ele os chamou de hipócritas neste Ai foi porque eles agiam como se venerassem aos profetas de Deus que haviam sido martirizados por servi-Lo quando, na verdade, matariam entusiasticamente a todos os profetas que Deus enviasse. Em breve, os veremos assassinar ao profeta supremo, Jesus, que era Deus em carne.
Jesus disse: Porque vós edificais os túmulos dos profetas e adornais os monumentos dos justos. Os líderes religiosos erguiam monumentos e memoriais para comemorar os profetas e os heróis justos da história de Israel. Muitos desses profetas e heróis justos haviam sido perseguidos e assassinados pelos religiosos de seu tempo. Os escribas e fariseus afirmavam: "Se estivéssemos vivendo nos dias de nossos pais, não teríamos sido parceiros deles no derramamento do sangue dos profetas.” Eles diziam que seguiriam aos profetas e não se oporiam a eles ou os matariam como seus antepassados haviam feito.
Jesus continuou: Vocês testificam contra si mesmos de que são os filhos daqueles que assassinaram os profetas. Embora afirmando que não teriam agido como seus pais, que haviam assassinado os profetas, Jesus inidicou que os fariseus estavam testificando contra si mesmos, porque na realidade eles eram filhos daqueles assassinos. Jesus lhes diz que eles eram tão culpados quanto seus pais.
Com um sarcasmo pungente, Jesus lhes assegura profeticamente: "Não se preocupem, vocês também terão a oportunidade de matar a um profeta de Deus!" Jesus acrescenta: “Preencham, então, a medida da culpa de seus pais.” Isso, é claro, aconteceria em breve, quando os judeus conduziriam um julgamento ilegal (quebrando as disposições mais pesadas da Lei) e condenariam a Jesus por alegações falsas (Mateus 26:57-68).
Cristo, então, ecoou o sentimento do que João Batista havia dito no rio Jordão, alguns anos antes: "Raça de víboras, que os advertiu a fugir da ira vindoura?" (Mateus 3:7). Aqui Jesus diz: Serpentes, raça de víboras, como escaparão da sentença do inferno? Isto foi possivelmente dito como alusão à oposição dos fariseus a João e para envolvê-los em seu assassinato. Se este foi o caso, isso minou todo o argumento dos fariseus de que não eram como seus pais e que não teriam derramado o sangue dos profetas de Deus.
A frase a sentença do inferno é traduzida literalmente como a sentença do Geena.
O Geena era o nome grego do Vale de Hinom, localizado ao sul imediato das muralhas da cidade de Jerusalém. Servia como lixão da cidade, onde resíduos e carcaças de animais eram queimados. Jesus frequentemente usou o Geena como imagem de contraste para as bênçãos de Seu Reino.
(Para saber mais sobre o Geena, veja nosso artigo de Tópicos Difíceis "Geena, Inferno e Hades").
Uma sentença é a punição emitida por um tribunal ou outra autoridade legal pela violação da lei. Uma pessoa culpada recebe uma sentença. Os escribas e fariseus eram culpados pelo assassinato de João Batista. Eles logo seriam culpados pelo assassinato do Messias (Mateus 27:24-25) e outros homens justos (Atos 7:57-60; 9:1-2; 12:1-3).
A sentença do Geena foi provavelmente uma referência aos fariseus sendo banidos do Reino que Jesus havia vindo para inaugurar como o Messias de Israel, como punição por aqueles assassinatos. A "Parábola da Vinha" de Jesus (Mateus 21:33-41) e a primeira metade de Sua "Parábola da Festa das Bodas" (Mateus 22:2-8) descrevem graficamente sua culpa.
Visando dar uma chance aos escribas e fariseus de não matar ainda mais profetas de Deus, como seus pais haviam feito, Jesus sarcasticamente lhes diz: Portanto, eis que estou enviando profetas, sábios e escribas. Estas eram referências aos discípulos de Jesus e aos discípulos dos discípulos aos quais os fariseus caçariam e matariam. Jesus diz a alguns deles que eles seriam mortos e crucificados, e que alguns sofreriam flagelos nas sinagogas e perseguição de cidade em cidade. Antes de se converter dramaticamente a Jesus como o Messias, Paulo, o fariseu, estava no processo de fazer essas mesmas coisas (Atos 9:1-2).
Jesus enfatizou que os escribas e fariseus se tornariam tão culpados pelo assassinato dos profetas de Deus que sobre eles cairia a culpa de todo o sangue justo derramado na história na terra. Sua culpa se estenderia desde o sangue do justo filho de Adão, Abel, que foi assassinado por seu irmão Caim (Gênesis 4:8-10) até o sangue de Zacarias, o filho de Berequias, que, disse Jesus, vocês assassinaram entre o templo e o altar.
Quem era Zacarias, filho de Berequias?
Embora não tenhamos certeza, Jesus pode estar se referindo ao profeta Zacarias, o autor do Livro de Zacarias. Este Zacarias apresentou-se como o filho de Berequias (Zacarias 1:1). Ele foi ativo como profeta de 520 a 518 a.C. e exortou o povo a reconstruir o templo. Ele foi contemporâneo de Esdras e Neemias durante o retorno de Judá do exílio babilônico e pode ter feito parceria com Esdras para trazer os levitas de volta a Jerusalém (Esdras 8:16) e para ensinar a lei (Neemias 8:3-4). O Antigo Testamento não diz quando ou como o profeta Zacarias morreu.
Se Zacarias, o filho de Berequias, era esta pessoa, então há uma simetria na condenação de Jesus. O assassinato de Abel é relatado em Gênesis, o primeiro livro das escrituras judaicas. E o Livro de Zacarias era combinado com o Livro de Malaquias para formar o livro final das Escrituras judaicas. Assim, se este foi o Zacarias sobre quem Jesus falava, o Mestre estava, em essência, usando Abel e Zacarias para ilustrar o começo e o fim, colocando a culpa de cada pessoa justa morta no Antigo Testamento sobre as cabeças dos escribas e fariseus.
Jesus concluiu este oitavo e último Ai com o selo de Sua autoridade: Em verdade vos digo, que todas estas coisas virão sobre esta geração.
Sua expressão Em verdade vos digo foi a maneira de Jesus fazer referência à Sua própria autoridade pessoal. Muitos rabinos judeus fariam referência a outros escribas e estudiosos notáveis como uma maneira de reforçar seus argumentos. Jesus não fez isso. Em vez de dizer: "Como diz o rabino fulano ", Jesus diz: Em verdade vos digo. Sendo Deus, não havia autoridade superior a Ele.
Jesus frequentemente ensinava dessa maneira (Mateus 5:18; 5:20; 5:22; 5:26; 5:28; 5:32; 5:34; 5:39; 5:44; 6:2; 6:5; 6:16; 6:25; 6:29; 8:10; 8:11; 10:15; 10:23; 10:42; 11:11; 11:22; 11:24; 12:6; 12:31; 13:17; 16:28; 17:12; 17:20; 18:3; 18:10; 18:18; 18:19; 19:9; 19:23; 19:24; 19:28; 21:21; 21:31; 21:43; 23:36; 23:39; 24:2; 24:34; 24:47; 25:40; 25:45; 26:13; 26:21; 26:29; 26:34).
Jesus prometeu-lhes que todas aquelas coisas viriam sobre aquela geração de fariseus. A frase Todas essas coisas pode se referir apenas ao oitavo ai e à culpa de sangue por assassinarem aos profetas de Deus. Ou pode significar todos os oito ais proféticos que Jesus declarou sobre os escribas e fariseus neste capítulo.
Qualquer que seja o caso, a menos que se arrependessem, eles estariam em grande problema, pois todos os homens serão responsáveis por suas ações diante de Deus (Romanos 2:6-11).
Após a morte e ressurreição de Jesus, Pedro encorajou aos líderes judeus a escaparem da desgraça que cairia sobre "esta geração perversa" (Atos 2:40) arrependendo-se e sendo batizados em nome de Jesus Cristo (Atos 2:38). Alguns deles aparentemente fizeram isso e foram salvos (Atos 2:41; 21:20).