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Significado de Mateus 24:45-51
O relato paralelo do Evangelho quanto a este ensinamento é encontrado em Marcos 13:34-37.
Depois de responder às três perguntas dos discípulos (Qual é o sinal do fim dos tempos? Qual é o sinal da sua vinda? Quando serão essas coisas?, Mateus 24:3) e os exortar a ficarem alertas para o Seu retorno (Mateus 24:42), Jesus conta quatro parábolas para ilustrar o que havia dito.
Ela foi contada para ilustrar especificamente a admoestação de Jesus de "estarem alertas, pois não sabeis em que dia virá o vosso Senhor" (Mateus 24:42).
As três primeiras parábolas provavelmente descrevem diferentes aspectos do julgamento de Cristo da fidelidade dos crentes. A parábola final parece descrever três julgamentos separados.
Esta parábola é uma versão condensada da terceira parábloa, a "Parábola dos Talentos" (Mateus 25:14-30).
A Parábola dos Servos Fiéis e Infiéis começa com uma pergunta retórica: Quem é, então, o escravo fiel e sensato que o seu senhor encomendou a sua casa para lhes dar o seu alimento no momento oportuno?
Nesta parábola, o senhor da casa e os servos representam Deus. Ele é o dono da casa e de tudo que há nela. A casa do mestre inclui todas as suas propriedades, seus negócios e assuntos. É o seu património. Na parábola, a família do mestre representa amplamente a criação de Deus, porém mais especificamente representa o Reino de Deus. O senhor tem servos que fazem parte de sua casa. O termo grego traduzido como escravos é "Doulos". Significa servo, escravo ou trabalhador contratado.
Como Deus representa o mestre, sua família representa a criação e o Reino nesta parábola, os escravos representam os crentes e, portanto, pessoas que fazem parte de sua casa.
Deus encarregou as pessoas de administrar Sua criação no Jardim do Éden (Gênesis 2:15). Mas Adão e Eva abdicaram de sua responsabilidade e caíram em pecado. Jesus está falando esta parábola a discípulos crentes, membros da família de Deus (João 1:12-13). Depois que Jesus ressuscitou dos mortos e antes de subir ao Céu, Ele delegou a autoridade do Reino a Seus discípulos quando os encarregou de "ir e fazer discípulos de todas as nações" (Mateus 28:19).
Os crentes são encarregados de administrar a casa de Deus pelo tempo adequado, enquanto o Filho está fora. Mas, quais crentes serão fiéis e sensatos à vontade de seu mestre?
A questão inicial é o que o senhor se pergunta (seja em sua cabeça ou em voz alta) qual servo/escravo colocar no comando de sua casa enquanto estiver ausente. A versão desta parábola registrada por Marcos esclarece que o mestre "vai embora em uma jornada" e deixa sua casa nas mãos de seus escravos, atribuindo uma tarefa diferente a cada um (Marcos 13:34). A frase Para dar-lhes sua comida no momento adequado significa gerir as atividades domésticas, incluindo a distribuição dos estoques de alimento a todos os que pertencem à casa do mestre durante o tempo em que ele esteja ausente.
O Mestre (Deus) pergunta: "Quem será responsável por gerenciar tudo isso para mim, enquanto eu não estou presente para fazê-lo? Quem administrará fielmente a minha casa?"
Jesus diz: Bem-aventurado ("Makarios") é aquele escravo que seu mestre encontra fazendo isso quando ele voltar. Um servo que fielmente faz a vontade de seu mestre, mesmo quando o mestre está ausente, agrada ao mestre e demonstra ser capaz e digno de responsabilidades maiores.
Jesus ressalta esse ponto: Em verdade vos digo que o colocará no comando de todos os seus bens. O ponto principal é que Jesus dará aos que são mordomos fiéis, durante suas vidas na terra, a grande recompensa de reinar com Ele no mundo por vir.
Quais responsabilidades estão inclusas na expressão Colocá-lo no comando de todas as suas posses? Tudo pertence a Deus. Portanto, isso inclui todos os bens materiais, bem como todas as responsabilidades e relacionamentos. Isso inclui administrar a criação dos filhos, bem como as responsabilidades em ser um empregado ou empregador. Todas essas são pequenas responsabilidades em comparação com as responsabilidades que Deus tem em mente no Reino dos Céus. Mas é aos fiéis nas pequenas coisas que Deus pretende recompensar com mordomia sobre grandes responsabilidades.
Este ponto é semelhante ao que Jesus fez em outra parábola chamada "A Parábola do Mordomo Injusto" (Lucas 16:1-8). Um dos pontos dessa parábola era: "Aquele que é fiel em uma coisa muito pequena é fiel também em muito; e aquele que é injusto em uma coisa muito pequena é injusto também em muito" (Lucas 16:10).
Uma das principais recompensas que Jesus dá aos que são fiéis nesta vida é reinar com Ele na terra na próxima vida e na nova criação, em amor, serviço e harmonia (Romanos 8:17; 2 Timóteo 2:11). Os reis-servos da nova criação trarão sua glória para a Nova Jerusalém (Apocalipse 21:24).
Jesus prometeu: "Aquele que vencer, eu lhe concederei que se sente comigo no meu trono, como eu também venci e me assentei com o meu Pai no seu trono" (Apocalipse 3:21). A palavra para "vencer" nesse versículo é a palavra grega, "nikao". Significa "conquistar" ou "conquistar a vitória". Para saber mais, leia nosso artigo "Superar" de Tópicos difíceis.
Jesus conquistou a vitória sobre a tentação e a morte através do aprendizado da obediência, até a morte de cruz (Filipenses 2:8-9; Hebreus 5:8). Da mesma forma como o dono da casa pergunta quem é o escravo fiel e sensato a quem seu senhor pode colocar no comando da casa, assim também Jesus se pergunta quem deve compartilhar Seu trono e governar Seu reino. Resposta: Aqueles que estiverem servindo a Ele fielmente em Sua volta.
O que os que governam Sua casa farão em Seu Reino? Eles distribuirão comida no momento adequado. O que Jesus irá procurar para julgar se um servo é fiel e sensato? Ele vai procurar pelos escravos ou servos que estiverem alimentando Seu povo, que esteja investindo em Seu rebanho. Aqueles a quem o Mestre encontrar fazendo isso quando vier serão os bem-aventurados. É provável que a referência de Jesus a alimentar Seu povo aqui seja um corolário de Sua instrução na Grande Comissão: "ensinando-os a observar tudo o que eu vos ordenei" (Mateus 28:20a). Como Jesus deixou claro, o alimento espiritual tem valor maior do que o alimento físico (João 4:32-34, 6:27, 6:55).
Os servos que estiverem alimentando fielmente ao rebanho de Jesus na Terra serão abençoados com uma recompensa incrível. Jesus os colocará no comando de todas as suas posses e eles reinarão com Ele em Seu reino. Essa metáfora é paralela à de Apocalipse 3:21, onde Jesus promete compartilhar Seu trono com os que vencerem. Faz sentido. Jesus quer governantes da Nova Terra que tenham provado sua disposição em servir. Não haverá tiranos no Reino que está por vir. Somente reis que, como Jesus, aprenderam a servir (Mateus 20:28).
Jesus, então, contrasta o escravo fiel com um escravo infiel ou mau. Este escravo diz em seu coração: 'Meu senhor não virá por muito tempo'. Ele raciocina que pode fazer o que quiser e não precisa seguir as instruções de seu mestre. Este escravo abusa da autoridade delegada dada a ele por seu mestre e começa a bater em seus companheiros escravos, desperdiçando as riquezas do mestre, comendo e bebendo com bêbados. Em vez de ser um servo, ele é um explorador. Jesus não "promoverá" ou recompensará aos exploradores em Seu reino. Ele promoverá aqueles que realizam Sua missão de servir aos outros.
Isso traz à mente o que Jesus havia ensinado a Seus discípulos sobre a grandeza:
"Vocês sabem que os governantes dos gentios a dominam sobre eles, e seus grandes homens exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós, mas quem quiser tornar-se grande entre vós será vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso escravo." (Mateus 20:25-27).
Jesus, assim, explica o que acontecerá com esse escravo maligno quando o mestre retornar:
“O senhor desse escravo virá em um dia em que ele não o espera e em uma hora que ele não conhece, e o cortará em pedaços e lhe atribuirá um lugar com os hipócritas.”
Jesus acrescenta a expressão Naquele lugar com os hipócritas, haverá choro e ranger de dentes. Chorar significa ter profunda tristeza. Ranger de dentes significa raiva ou amargura. Este escravo infiel estará acompanhado por outros que estão de luto por suas perdas e provavelmente com raiva de si mesmos por suas ações.
A frase Cortá-lo em pedaços também pode ser traduzida como "açoitá-lo severamente". Uma vez que esta parábola trata de servos da casa de Deus, deve-se tomar que isso se refira aos crentes, pertecentes à família de Deus. A posse da vida eterna com Deus é um dom irrevogável de Sua graça e não tem nada a ver com nossas obras ou fidelidade (Romanos 11:6, 11:29; Efésios 2:8-9). No entanto, se negligenciarmos esta dádiva, não experimentaremos a vida abundante disponível no Reino. Em vez disso, cairemos nos modelos exploradores do mundo.
Essa punição, por mais dura que seja, é uma perda de recompensas. A expressão "açoitá-lo severamente" parece se encaixar melhor dentro da parábola, uma vez que o mestre determina que o escravo seja lançado junto aos hipócritas, onde há choro e ranger de dentes. Caso fosse literalmente cortado em pedaços, o escravo não seria capaz de fazer parte de qualquer grupo, muito menos capaz de chorar.
Isso deixa claro que, quando chegarmos à presença de Jesus, nosso Mestre, saberemos qual a posição que Ele nos atribuirá em Seu Reino. O castigo pelo desperdício da oportunidade de servir e pela exploração das pessoas será o equivalente espiritual a uma surra severa. Uma surra severa será a punição para a má mordomia das coisas de Jesus. Esta imagem certamente foi prontamente compreendida pelos discípulos que O ouviam enquanto Ele discursava no Monte das Oliveiras, olhando para Jerusalém.
A consequência de explorar as pessoas é bastante grave. No entanto, após uma maior reflexão, isso não deve ser considerado mais grave do que vemos em outras passagens que discutem o julgamento de Jesus sobre crentes infiéis. O resultado é semelhante aos "filhos do reino" infiéis ou seja, eles "serão expulsos para as trevas exteriores, naquele lugar haverá choro e ranger de dentes" (Mateus 8:12).
Este destino também é semelhante ao "amigo" do rei que apareceu para a festa de casamento sem roupas de casamento - ele também foi lançado à escuridão exterior, onde haverá choro e ranger de dentes (Mateus 22:11-13). Nessas parábolas, a "escuridão exterior" representa a completa exclusão do banquete de recompensa. Em Mateus 8, Jesus deixa claro que os "filhos do Reino" sofreriam essa punição e seriam substituídos por gentios que tenham demonstrado grande fé.
Considere o que Paulo escreveu em 1 Coríntios:
"Ora, se alguém edificar sobre o alicerce com ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada homem se tornará evidente; pois o dia o mostrará porque deve ser revelado com fogo, e o próprio fogo testará a qualidade da obra de cada homem. Se a obra de qualquer homem que ele construiu sobre ela permanecer, ele receberá uma recompensa. Se a obra de alguém for queimada, ele sofrerá perdas; mas ele mesmo será salvo, ainda assim como pelo fogo." (1 Coríntios 3:12-15).
Note que, nesta passagem, podemos ver nossas ações serem incendiadas, porque exploramos as pessoas ou desperdiçamos oportunidades de fazê-lo. É possível ter todas as nossas obras queimadas e sofrer perdas. Ver tudo o que fizemos ser exposto como auto-negociação não será algo divertido. Não é razoável esperar que isso não gere luto, choro e ranger de dentes (provavelmente contra nós mesmos). Este estado não será perpétuo, como Apocalipse 21:4 diz, já que cada lágrima será enxugada antes do advento da Nova Terra. Mas isso significa que haverá lágrimas. Ao escravo maligno será atribuído um lugar com os hipócritas; nesse lugar haverá choro e ranger de dentes.
O coração do que Jesus está tentando transmitir nesta parábola é a realidade de que o serviço sacrificial é mais do que apenas algo que Jesus nos ordena a fazer. É um caminho que cria uma recompensa incrível, ou seja, servir com Jesus no governo da Nova Terra. Esta é a forma tangível pela qual podemos entregar as nossas vidas ou pegar a nossa cruz diariamente, buscando encontrar satisfação completa para nossas vidas (Mateus 10:39; Lucas 9:23).
Servir aos outros em amor também nos ajuda a evitar as terríveis recompensas das coisas ruins feitas nesta terra, por exemplo, ser lançado junto com outros hipócritas. Romanos 8:28-29 nos promete que seremos conformados à imagem de Cristo. Esse exercício de aperfeiçoamento nos levará a isso. Então, devemos prestar atenção à seguinte admoestação:
"Meu filho, não consideres levianamente a disciplina do Senhor, nem desmaies quando fores repreendido por Ele; Porque aqueles a quem o Senhor ama, Ele disciplina, e Ele flagela cada filho que Ele recebe." (Hebreus 12:4-6).
Nesta primeira das quatro parábolas que concluem o Discurso das Oliveiras, vemos um membro mau da família de Jesus que maltrata a outros servos do Mestre. Este servo será açoitado e disciplinado.
Parece evidente que é infinitamente melhor ter essas questões tratadas enquanto estivermos aqui nesta terra, do que enfrentar o julgamento de Jesus por termos vivido uma vida fraudulenta, uma vida de serviço a nós mesmos e de exploração a outros. É muito melhor confessar e lidar com nossos pecados agora (1 João 1:9). É muito melhor vivermos de tal maneira a sermos refinados nas provações desta vida (1 Pedro 4:12, 19) do que enfrentar a ira de nosso Salvador e Senhor no julgamento de nossa infidelidade.
Jesus não deseja que Seus discípulos percam a oportunidade de reinar com Ele por buscarem tesouros terrenos (Mateus 6:19-20).
Isso conclui a primeira de quatro parábolas que Jesus contou aos discípulos para ilustrar Seu ensino sobre o fim dos tempos e Sua vinda.
A próxima parábola é "a Parábola das Damas de Honra" (Mateus 25:1-13), onde Ele apresenta um tratado semelhante.