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Significado de Mateus 25:1-13

Jesus conta uma longa parábola sobre o Reino do Céu e sobre Seu retorno, usando como metáfora um noivo vindo para buscar Sua noiva tarde da noite. Enquanto dez madrinhas esperam por sua chegada, elas caem no sono. Cinco delas são sábias e trazem óleo a mais para suas lamparinas. Cinco delas são tolas e não fazem o mesmo. Ao acordarem, as sábias entram no banquete de casamento, enquanto as tolas perdem a oportunidade e o noivo não as deixa entrar. Jesus avisa os discípulos para ficarem alertas quanto à Sua volta.

O Evangelho paralelo que narra a história desse evento pode ser encontrado em Lucas 12:35-36.

Os discípulos tinham feito a Jesus três perguntas ao saírem do templo em Jerusalém, depois que Jesus havia previsto que o templo seria destruído completamente. Suas perguntas foram: “Quando essas coisas vão acontecer?”; “Qual é o sinal da Sua volta?”; e “Qual é o sinal do fim desta era?” (Mateus 24:3). Jesus respondeu suas perguntas na ordem inversa, antes de encorajá-los a ficarem alertas e preparados para Sua volta (Mateus 24:42).

Seguindo essa advertência, Mateus registra um trio de parábolas contadas por Jesus a Seus discípulos para ajudá-los a se lembrar e aplicar as coisas que Ele havia acabado de ensinar a eles.

A primeira é “A Parábola do Servo Fiel e do Servo Infiel” (Mateus 24:45-51).

A segunda é “A Parábola das Noivas” (Mateus 25:1-13).

A terceira é “A Parábola dos Talentos” (Mateus 25:14-30).

Nessa seção do nosso comentário, iremos olhar para a segunda dessas três parábolas.

Jesus identifica o ponto principal da “Parábola das Noivas” no final. Sua maior aplicação em nossas vidas é: Estejam sempre alertas, porque vocês não sabem o dia ou a hora.

A lição dada nessa parábola é quase idêntica à advertência que Jesus dá a Seus discípulos depois de responder às suas perguntas sobre o fim dos tempos:

Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mateus 24:42).

Jesus havia explicado a Seus discípulos sobre os sinais que significavam quando Seu retorno estaria próximo (Mateus 24:15; 24:21; 24:29), mas deixa claro que ninguém, a não ser o Pai, sabe o dia ou a hora de Sua vinda (Mateus 24:36). Como os discípulos não tinham como saber quando Ele voltaria para inaugurar Seu Reino, eles deveriam permanecer alertas.

Jesus diz: O Reino do Céu é comparado a dez virgens (noivas), que pegaram suas lamparinas e saíram para encontrar o noivo. A expressão não significa que o Reino e essas dez virgens serão iguais em todos os aspectos, apenas em alguns aspectos gerais.

Essa foi Sua segunda referência explícita sobre o Reino no Discurso das Oliveiras. A primeira menção do Reino aparece na resposta de Jesus à terceira pergunta dos discípulos: “Qual é o sinal do fim da era?” Jesus disse que o sinal do fim dos tempos é “Esse Evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho para todas as nações” (Mateus 24:14). Essas duas referências ao Reino afirmam o que os discípulos entenderam naturalmente: que o fim dos tempos seria, ao mesmo tempo, o retorno do Rei (Messias) e Sua ascensão ao trono de Israel.

Essa verdade, junto com a advertência de ficarem alertas na conclusão da parábola, demonstra que o aspecto principal do Reino do Céu será comparável às dez virgens e como o Noivo irá chegar.

A chegada do Reino do Céu será como dez virgens ou noivas, que pegaram suas lamparinas e saíram para encontrar-se com o noivo.

O cenário dessa parábola é a véspera de um banquete de casamento judaico.

O comentário para essa parábola vai explicar os seguintes temas:

  • O processo do casamento na Judéia antiga
  • A história da Parábola
  • Os símbolos da Parábola
  • O significado da Parábola
  • Os paralelos entre os costumes do casamento judiao e Jesus como o Noivo

O Processo de Casamento na Judéia antiga

Na cultura judaica ancestral, o casamento da noiva e com o noivo era um processo de muitas etapas.

Primeiramente havia um Noivado.

Este era o contrato firmado entre as famílias para o casamento e era tipicamente confirmado por um acordo formal entre os pais da noiva e do noivo. Esse acordo significava a intenção do casamento.

Segundo, havia o Noivado.

Essa era uma aliança legal e obrigatória, que declarava que a noiva e o noivo estariam oficialmente casados. Cada lado era legalmente responsável por cumprir diferentes termos para o casamento. A cerimônia de noivado normalmente acontecia na casa dos pais da noiva. Porém, mesmo que a noiva e o noivo fossem considerados comprometidos para o casamento, eles moravam longe um do outro por um período de tempo - tipicamente um ano. Maria, pelo Espírito Santo, concebeu Jesus miraculosamente enquanto era noiva de José (Mateus 1:18). Durante a fase de noivado, se o noivo morresse, a mulher era considerada viúva; a traição era considerada como adultério. Para desmanchar o casamento era necessário um certificado de divórcio (Mateus 1:19).

Terceiro, havia a procissão do casamento.

No final do período do noivado, o noivo caminhava com seus amigos para buscar a noiva e levá-la para sua casa e para a cerimônia e o banquete de casamento. Essa procissão acontecia no período da noite, e esse era o motivo pelo qual as lamparinas eram necessárias. O dia e a hora exata que o banquete de casamento iria acontecer não era marcado com antecedência, mas era fácil saber que o casamento estava próximo quando as pessoas observavam as grandes preparações sendo finalizadas pouco antes de o banquete de casamento acontecer. A noiva e suas madrinhas normalmente descobriam que finalmente, havia chegado o início da semana do casamento logo antes do anoitecer, ou na noite em que o casamento fosse ocorrer. Lembre-se da parábola de Jesus sobre o Banquete de Casamento (Mateus 22:2-14). Um convite geral era enviado, para que o pai do noivo pudesse determinar quanta comida era necessária. Então, ele enviava um segundo convite para chamar seus convidados no dia do casamento, informando-os de que o banquete iria acontecer naquela noite (Mateus 22:3-4).

Enquanto o noivo fazia suas preparações finais, a noiva e suas madrinhas (as dez virgens) se preparavam e esperavam a chegada do noivo. Quando ele chegasse, elas a acompanhariam em procissão até a casa do noivo, onde o banquete de casamento e a cerimônia aconteceriam. Essa procissão eram um desfile festivo dos amigos próximos da noiva e do noivo. Danças e risos alegres enchiam as ruas e muitas tochas e lamparinas iluminavam a noite.

Quarto, havia o Banquete de Casamento.

O banquete de casamento pode se referir a duas coisas.

O Banquete de casamento pode ser usado como um termo geral para descrever a semana inteira de celebração e regozijo pelo casamento. Isso incluía vários dias de celebrações, a própria cerimônia de casamento, o jantar de casamento e, finalmente, a noite de núpcias da noiva e do noivo na recâmara de casamento. Os casamentos judaicos eram compostos pelo jantar de ensaio, cerimônia, recepção e lua de mel, todos em sequência.

O Banquete de casamento também pode ser usado como um termo específico para o jantar de casamento, que normalmente acontecia no final das celebrações e antes da consumação do casamento.

Jesus aparenta estar usando o termo Banquete de casamento no primeiro sentido, o mais comum, nessa parábola, referindo-se à celebração completa da semana (Ele parece usar o termo das duas formas na Parábola do Banquete de casamento, Mateus 22:2-14). O banquete de casamente era basicamente uma festa que durava toda a semana (Juízes 14:12). Nela aconteciam vários dias de celebração com vinho, danças e iguarias. Os participantes incluíam a noiva, o noivo, seus amigos mais próximos e as duas famílias. O primeiro milagre público de Jesus em Caná aconteceu no terceiro dia de um banquete de casamento, depois que o vinho havia acabado (João 2:1).

A História da Parábola

A parábola começa no final do período de noivado, logo antes da procissão de casamento. A noiva e suas dez madrinhas (dez virgens) tinha recentemente recebido a noticia que o noivo estava vindo para recebê-la naquela noite. Pporém, seja por costume e/ou circunstância, elas não sabem a hora exata em que ele iria chegar. Elas ficam prontas para sua chegada, provavelmente já com suas roupas de casamento (Mateus 22:11). De acordo com a tradição, elas levaram suas lamparinas e saíram para encontrarem-se com o noivo.

Jesus diz que cinco dessas madrinhas eram tolas e cinco eram prudentes.

Jesus fala sobre as cinco virgens tolas. Elas foram tolas porque levaram suas lamparinas, porém deixaram de levar óleo extra. O tipo de lamparinas que elas provavelmente usavam eram pequenas e feitas de barro, com uma alça em um dos lados e um bico no outro, onde um pavio era colocado para o fogo. O óleo usava era provavelmente azeite de oliva e era isso que mantinha as lamparinas acesas e iluminadas.

As virgens tolas esqueceram de garantir que tivessem óleo suficiente para suas lamparinas. Sua estupidez pode ter sido fruto de esquecimento, negligência, ou cálculos ruins. Mas, independentemente do que estivessem pensando, elas acreditaram, de forma tola, que o óleo nas lamparinas seria o suficiente para acendê-las durante a procissão de casamento.

Porém, as madrinhas sábias se planejaram para o futuro. Elas levaram frascos extra de óleo junto com as lamparinas quando saíram para esperar pelo noivo. Elas se certificaram de que teriam óleo suficiente para acender as lamparinas e que estariam prontas para quando o noivo chegasse.

Jesus continua: Como o noivo se atrasou, elas ficaram com sono e começaram a dormir. Não há muito o que extrair desses detalhes, além dos fatos explícitos:

  • O noivo havia se atrasado mais do que o esperado.
  • Enquanto esperavam pela chegada do noivo, todas as dez virgens (tanto as tolas quanto as prudentes) dormiram.

Talvez pelo fato de terem dormindo, as madrinhas tolas não perceberam que estavam ficando sem óleo em suas lamparinas.

Porém, à meia noite, houve um grito. Meia noite era o horário tarde do início da festa. De qualquer forma, foi esta a hora que o noivo decidiu chegar. O grito provavelmente tenha vindo de um dos amigos do noivo e acordou as madrinhas com um susto. O grito anunciava: “Vejam, o noivo está chegando! Venham encontrá-lo”. Em alguns momentos, a procissão de casamento iria começar e elas iriam dançar e iluminar o caminho para o casal, saindo da casa da noiva em direção à casa do noivo, onde o banquete de casamento ocorreria.

Assim, todas as virgens acordaram e se levantaram animadas. O noivo estava chegando! O casamento estava prestes a começar! Elas prepararam suas lamparinas para a procissão.

As cinco madrinhas tolas, então, perceberam que estavam sem óleo e suas lamparinas estavam se apagando. Elas não poderiam participar da procissão de casamento sem óleo.

Então elas pedem às madrinhas prudentes: “Dê-nos um pouco do seu óleo, porque nossas lamparinas estão se apagando”. Mas as prudentes responderam, “Não, não vai ser suficiente para nós e para vocês.” As madrinhas prudentes só tinham óleo suficiente para suas próprias lamparinas e não tinham como compartilhar.

Ao invés de emprestar seu óleo, as madrinhas preparadas disseram às tolas que não se prepararam: “Vão até os mercadores e comprem um pouco de óleo para vocês.” Fazer isso tomaria um tempo precioso. As virgens tolas teriam que ir até um mercador, provavelmente acordá-lo, tentar convencê-lo a vender um pouco de óleo, pagar e voltar antes que o noivo chegasse. Por mais que fosse uma ideia sem muita esperança de funcionar, as madrinhas tolas não tinham nenhuma outra escolha.

Enquanto as madrinhas tolas saíram para fazer a compra, o noivo chegou. Aquelas que estavam preparadas [as madrinhas prudentes] foram com ele para a procissão e o banquete de casamento.

Após adentrarem ao salão na casa do noivo, onde o banquete estava acontecendo, a porta foi fechada.

Algum tempo depois, as outras virgens chegaram à casa do noivo. Jesus não diz se elas encontraram ou não algum óleo, mas com a procissão de casamento acabada, isso não era mais necessário. Quando chegaram e viram a porta fechada, elas chamaram dizendo: “Senhor, Senhor, abra a porta para nós.

Porém, o noivo finalmente respondeu a elas: Em verdade vos digo, eu não as conheço”.

“Eu afirmo que não conheço vocês”. Uau! Isso soa como uma resposta incomum e até fria para se dizer a alguém que está entre as melhores amigas da noiva. E é ainda mais estranho dizer isso para as amigas da noiva exatamente na noite de casamento, depois que ela as havia convidado para comparecer e após inclui-las no banquete de casamento.

A palavra grega traduzida como Conhecer nessa repreensão é “oida.” A palavra normalmente significa Conhecer a respeito de algo baseado em uma reflexão ou informação, por exemplo, “conhecer sobre” ou “conhecer a respeito”. Porém, “oida” também pode significar “respeito”, “apreciação” ou “aprovação”. 1 Tessalonicenses 5:12 é um exemplo claro desse uso: “Mas vos rogamos, irmãos, que conheçais bem aqueles que trabalham entre vós, sobre vós presidem no Senhor e vos admoestam.”

Levando em consideração este contexto, o segundo significado de “oida” faz muito mais sentido nas palavras do noivo àquelas madrinhas despreparadas e atrasadas:

“Em verdade vos digo, eu não aprecio sua tolice, nem aprovo sua participação em nosso banquete de casamento. Eu me sinto insultado por sua negligência. Vocês não vão entrar.”

Jesus, então, registra o ponto central da parábola a Seus discípulos: Estejam sempre alertas, porque vocês não sabem o dia nem a hora do retorno do Filho do Homem.

Os Símbolos da Parábola

Existem quatorze símbolos principais na Parábola das Madrinhas:

  1. O noivo representa Jesus, o Messias (Mateus 9:15; João 3:29; 2 Coríntios 11:2).
  2. As dez virgens representam os crentes em Jesus que estão esperando por Seu retorno.
  3. As cinco virgens tolas representam os crentes tolos que negligenciam a preparação para Seu retorno.
  4. As cinco virgens prudentes representam os crentes prudentes que estão sempre vigilantes e prontos para Seu retorno.
  5. O atraso do noivo representa o tempo que nós, crentes em Cristo, temos nesta vida antes do retorno de Cristo:

Pois a visão ainda está para o tempo determinado,  e se apressa para o fim, e não enganará. Ainda que se demore, espera-a; porque infalivelmente virá, não tardará.” (Habacuque 2:3).

Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns entendem; mas ele é longânimo para convosco, não querendo que alguns pereçam, mas que todos venham ao arrependimento.” (2 Pedro 3:9).

  1. A sonolência das virgens provavelmente representam a primeira morte (João 11:11,; 131 Tessalonicenses 5:14- 15).
  2. O grito representa a “grande trombeta” que reunirá os escolhidos de Deus (Mateus 24:31)

Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.” (1 Tessalonicenses 4:16).

Este é o retorno de Jesus para encontrar Seu povo nos ares, que antecede Seu retorno à terra depois da grande tribulação.

  1. A ascensão das virgens pode ser uma alusão à ressureição delas no Senhor. (1 Tessalonicenses 5:14-15). Se esse for o caso, o tempo de ser prudente e se preparar para o retorno Dele é enquanto ainda é dia, ou seja, antes de morrermos ou sermos arrebatados para nos encontrar com o Senhor nos ares. Depois de subirmos, não haverá mais óleo para comprarmos. Comprar óleo aqui representa nossa preparação na terra para a próxima vida. Quando acordarmos, teremos óleo para nossa lamparina. Ou não. (Compare com o julgamento de 1 Coríntios 3:11- 15).
  2. O óleo representa os frutos de fé e amor a serviço dos outros, algo que agrada a Deus (2 Coríntios 5:9).
  3.  As lamparinas representam nossos corações, mentes e almas (“psuche”).

Nossas lamparinas são cheias da justiça do Espírito de Deus ou são cheias da podridão da nossa carne pecaminosa?

Não vos enganeis; de Deus não se zomba. Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna. Não nos desanimemos de fazer o bem; pois a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” (Gálatas 6:7-9).

  1.  A procissão do casamento representa a aprovação de Cristo das nossas vidas fiéis no dia do juízo e o compartilhamento de Sua alegria conosco (Mateus 10:32; 25:21; 25:23; 1 Corintios 3:14).
  2.  O banquete de casamento representa o “jantar de casamento do Cordeiro”. (Mateus 22:2Apocalipse 19:7-9).
  3.  A porta sendo fechada representa o fim da oportunidade de entrar no Reino pela fé (Mateus 6:33; 7:12- 14).

Nela exultais, ainda que, agora, por um pouco de tempo, sendo necessário, haveis sido entristecidos por várias provações, 7para que a prova da vossa fé, mais preciosa que o ouro que perece, mesmo quando provado pelo fogo, seja achada para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.(1 Pedro 1:6-7).

  1.  A repreensão do Noivo - “Eu não conheço vocês” - representa a desaprovação de Deus quanto à infidelidade do crente no dia do julgamento e a constatação amarga de ter perdido as recompensas do Seu Reino (Mateus 22:11-13; 1 Coríntios 3:15).

Considere o que Jesus disse no Sermão da Montanha:

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Naquele dia, muitos hão de dizer-me: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci (‘Ginsosko’ i.e. fui seu amigo próximo).” (Mateus 7:21- 23).

Em cada uma dessas instâncias, entrar no Reino se refere a aproveitar todos os benefícios do Reino e todas suas recompensas (Veja o comentário de Mateus 19:16- 22 para uma explicação mais detalhada referente às recompensas no Reino).

O significado da Parábola

Mais uma vez, o ponto principal da parábola de Jesus é para ficarmos alertas e permanecermos fiéis, até que o Messias retorne, para que possamos receber Sua aprovação e participar da celebração do Seu triunfo, ao invés de recebermos Sua desaprovação e perdermos nosso lugar na festa. Assim como o apóstolo João disse a seus seguidores, não devemos esperar uma recompensa pela metade. Nosso desejo é o de receber a recompensa completa (2 João 1:8).

Na narrativa de Lucas sobre o Discurso das Oliveiras, ele registra que Jesus ensinava o seguinte:

Guardai-vos, para não suceder que os vossos corações fiquem pesados com o excesso no comer e no beber e com os cuidados desta vida, e que aquele dia venha sobre vós de repente, como um laço; pois há de vir a todos os que estão sobre a face da terra. Vigiai, porém, em todo o tempo, orando para que possais escapar de todas essas coisas que hão de acontecer e para que possais manter-vos na presença do Filho do Homem.” (Lucas 21:34-36).

Esta parábola é outra história sobre esse mesmo ensinamento. As palavras de Jesus registradas por Lucas no Monte das Oliveiras também foi similar ao que Jesus havia ensinado aos discípulos no Sermão da Montanha ao instrui-los a não se preocupar com as coisas dessa vida, sobre o que comer ou beber (Mateus 6:25- 31), mas para buscarem primeiramente Seu Reino e Sua justiça (harmonia com o Rei) (Mateus 6:33).

Viver uma vida que agrade ao Senhor significa armazenar óleo em nossas lamparinas para a chegada do noivo. Agradar ao Senhor significa amá-Lo e obedecer Suas leis (João 14:23- 24). E isso requer fé (Galatas 5:6; Romanos 14:23; Hebreus 11:6).

Uma das chaves para nos mantermos fiéis em um mundo cheio de tentações é ficarmos em alerta. Isso significa que devemos nos lembrar do por quê escolhemos viver da forma que Deus nos chamou para viver. Isso significa manter nossos olhos no alvo, para não sermos desqualificados para o casamento (1 Coríntios 9:24- 27; Filipenses 3:14; Colossenses 3:2). A fé cristã de longo prazo não acontece de maneira automática, ela necessita um foco deliberado e contínuo:

Por essa razão, é necessário atendermos, mais assiduamente, às coisas que ouvimos, para que não suceda que delas nos desviemos. Pois, se a palavra falada pelos anjos ficou firme, e toda transgressão e desobediência receberam justa retribuição, como escaparemos nós, se tivermos descuidado de tão grande salvação?” (Hebreus 2:1- 3).

Outro princípio que podemos tirar nessa parábola é a importância de caminharmos com consistência e terminar a carreira fortes. Não devemos nos esgotar ou queimar todo o azeite de uma vez como tolos. Nem devemos relaxar e dizer: “Já fiz o que tinha de fazer, agora é hora de relaxar”. Nosso tempo nessa terra é curto e breve, nossa oportunidade de conhecermos e sermos conhecidos pela fé ocorre apenas nessa vida única e curta. Assim, é muito importante aproveitarmos ao máximo essa oportunidade, porque ela não vai acontecer novamente.

Os paralelos entre os costumes do casamento judaico e Jesus como o Noivo.

É interessante considerarmos os muitos paralelos entre os costumes do casamento judaico na Judéia antiga, tendo Jesus como o noivo e a igreja como Sua noiva (Efésios 5:31- 32).

(Os paralelos seguintes foram expandidos e adaptados do gráfico criado por Jody Dillow em seu livro Final Destiny: The Future Reign of Servant Kings, 805—806).

1a. A aliança de casamento era selada com antecedência pelo Pai da Noiva e do Noivo.

1b. O Pai de Jesus e o pai Abraão fizeram uma aliança, na qual seus descendentes seriam abençoados. A Noiva de Jesus, a Igreja, é composta pelos descendentes espirituais do pai Abraão (Gênesis 17:1-16; Romanos 4:16-17; Gálatas 3:8-9).

2a. O noivo judeu saía da casa de seu pai e viajava para a casa de sua futura noiva para se desposar dela e estabelecer uma aliança de casamento.

2b. Jesus saiu da casa de Seu Pai e viajou para a terra, a casa de Sua noiva, e Se desposou da Igreja através da Nova Aliança (João 3:13; Efésios 4:10; Filipenses 2:5- 7).

3a. O noivo judeu trazia um presente de casamento para a noiva.

3b. O Espírito Santo é dado como juramento do casamento, ou seja, a promessa de Jesus (Efésios 1:13- 14).

4a. O noivo judeu pagava um preço para confirmar o contrato com sua noiva (Genesis 24:53, 29:20; Êxodo 22:16- 17).

4b. Jesus pagou um preço de compra para confirmar seu contrato com Sua noiva, a Igreja (1 Coríntios 6:19- 20).

5a. As noivas desposadas eram santificadas e separadas exclusivamente para seu noivo (Mateus 1:18- 20).

5b. A Igreja é santificada e separada exclusivamente para Jesus (Efésios 5:25- 27; 1 Coríntios 1:2; 6:11; Hebreus 10:10, 13:12).

6a. Seguindo a cerimônia de casamento, o noivo judeu saía da casa da noiva e voltava para a casa de seu pai.

6b. Jesus deixou a terra, casa de Sua noiva, após ascender ao Pai (Marcos 16:19; Atos 1:9- 11; Efésios 4:10; Hebreus 1:3; 1 Pedro 3:22).

7a. O noivo judeu era separado de sua noiva por um tempo depois de sair de sua casa.

7b. Jesus se separou da Igreja na terra por 2.000 anos. Este é o “atraso do Noivo” (Mateus 25:5).

8a. O noivo judeu preparava a casa para sua noiva na casa de seu pai.

8b. Jesus está preparando um lugar de moradia na casa de Seu Pai para a igreja (João 14:2).

9a. O noivo judeu vinha para levar sua noiva para viver com ele depois do período de separação (Cânticos de Salomão 2:8-13).

9b. Jesus virá para buscar Sua noiva para morar com Ele no fim do período de separação (Mateus 25:6; 1 Tessalonicenses 4:17; João 14:3).

10a. Quando o noivo judeu vinha buscar sua noiva para morar com ele na casa de seu pai, ele vinha com uma procissão de amigos.

10b. Quando Jesus retornar para buscar Sua noiva, Ele vai estar acompanhado por uma escolta de anjos (1 Tessalonicenses 4:16- 17) e uma procissão de casamento (Mateus 25:1-7).

11a. A noiva judia não sabia a hora na qual o noivo viria buscá-la.

11b. A Igreja não sabe o dia ou a hora na qual Jesus irá voltar para buscá-la (Mateus 24:42; 25:13).

12a. A chegada do noivo judeu era anunciada com um grito.

12b. Quando Cristo voltar para buscar Sua noiva, haverá um grito (1 Tessalonicenses 4:17; Mateus 25:6).

13a. A noiva judia voltava com o noivo para a casa de seu pai (esta é a procissão de casamento descrita nessa parábola.)

13b Quando Jesus vier por Sua igreja, Ele vai levá-la para a casa de Seu Pai (João 14:3; 1 Tessalonicenses 4:17).

14a. Apenas os convidados especiais, família e amigos podiam comparecer para o banquete de casamento.

14b. Ainda que todos sejam convidados para o banquete de casamento, apenas os crentes em Jesus, que viveram uma vida que agrada a Deus (isto é, vestidos de trajes de casamentos/com óleo de fé) terão permissão para participar do banquete (Mateus 22:11, 14; 25:10; Apocalipse 19:7- 9).

Para maiores detalhes sobre o banquete de casamento dos judeus, acesse o comentário de Mateus 22:1-14 no nosso site ABibliaDiz, que discute a parábola do Banquete de Casamento.

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