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Significado de Mateus 3:4-6
Sendo ou não parte do grupo dos essênios,a aparência física de João era chocante. Ele vestia uma roupa de pele de camelo amarrada por um cinto de couro em volta da cintura. Ele provavelmente não tinha posses, além das roupas. Durante seu ministério, João era como um nômade que dormia ao relento e sempre fora das cidades. Ele buscava sua comida no deserto, que consistia de gafanhotos e mel silvestre. Como profeta de Deus, João não dava a mínima para sua aparência estranha ou aos confortos da sociedade. Sua preocupação estava em Deus e na proclamação da mensagem que havia recebido.
A mensagem de arrependimento e da vinda do Reino trazida por João ecoava perto e longe na Judéia. As multidões se reuniam para ver aquele homem estranho e ouvir o que ele tinha a dizer. Eles percorriam a longa distância de Jerusalém (aproximadamente trinta quilômetros a oeste), de toda a Judéia (a região centro-sul da província romana, incluindo cidades como Betânia e Belém) e de todos os distritos ao redor do Jordão (Jericó e o vale do Jordão que desembocava no Mar Morto). Para muitas daquelas pessoas, a viagem para ver e ouvir à mensagem de João demandava intencionalidade e determinação. A mensagem dada por Deus a João atraía judeus de diversas crenças e diferentes estilos de vida e territórios.
Mais tarde, Jesus perguntou às multidões que O seguiam (muitos dos quais buscavam, na realidade, por João) o que é que eles esperavam encontrar ou ouvir a respeito de João.
“Que saístes a ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? Mas que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Os que vestem roupas finas assistem nos palácios dos reis. Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, vos digo, e ainda mais do que profeta” (Mateus 11:7-9).
Jesus diz ao povo que eles não haviam saído para passear ou para ver um homem rico vestido de roupas pomposas. Ele os faz lembrar que eles haviam deixado suas responsabilidades e afazeres nas cidades para ouvir ao profeta de Deus no deserto da Judéia. Jesus os faz recordar que eles haviam vindo para encontrar aquele que era mais do que um profeta, possivelmente indicando que eles esperavam encontrar o próprio Messias. Caso isso seja verdade, seria uma grande ironia pensar que Jesus, o próprio Messias, era o que lhes dizia essas coisas.
Na medida em que ouviam a mensagem “Arrependei-vos” e “Preparai o caminho para a chegada do Reino”, as pessoas faziam exatamente isso. Mateus nos conta que eles eram batizados no Rio Jordão, após confessarem seus pecados. Batismo significa simplesmente mergulhar. João os batizou (mergulhou) nas águas do Rio Jordão como sinal de que os batizados haviam confessado seus pecados, ou seja, concordavam que seu estilo de vida anterior era indigno da chegada do Reino dos Céus com o qual haviam se identificado. Mateus usa o tempo verbal imperfeito no grego para as principais ações referidas nos versículos cinco e seis: “Iam ter com ele” e “Eram batizados”. Este tempo verbal indica que tais ações não foram eventos isolados que ocorriam uma só vez. Ao contrário, tais ações aconteciam inúmeroas vezes. O povo de Jerusalém saía até ele e era batizado por ele com contínua regularidade.
O batismo era uma parte integral dos rituais judaicos. Ele representava purificação antes da entrada na presença de Deus. Se você visitar Israel hoje, poderá ver as ruínas dos antigos batistérios no templo (chamados “mikvahs”), onde os peregrinos se banhavam antes de adentrarem ao complexo do templo. Havia batistérios nas casas dos sacerdotes, provavelmente porque os sumo-sacerdotes tinham que se purificar com frequência. O monastério essênio de Qumran também tinha batistérios. Os escribas essênios, ao copiarem a Bíblia, se batizavam a si mesmos nos “mikvahs” cada vez que encontravam a palavra “Yahweh” (Deus). O batismo de João tinha o intuit principal de demonstrar a realidade interior das pessoas: seu arrependimento, ou a mudança do seu coração.
O batismo nas águas do Rio Jordão era um símbolo adequado. O Rio Jordão tinha um significado único na história de Israel. Suas águas corriam por aproximadamente cento e sessenta quilômetros, vindo do Mar da Galiléia ao norte e em direção ao Mar Morto ao sul. O Rio Jordão havia sido o local do espetacular momento em que Josué e os israelitas passaram à Terra Prometida, após peregrinarem por quarenta anos no deserto do Sinai (Josué 3-4). Assim como os israelitas cruzaram o Jordão da terra árida do deserto para a realidade das promessas de Deus, os agora batizados por João no Jordão cruzavam do seu estilo de vida pecaminoso para a promessa da chegada do Reino de Deus.
O Jordão também foi o corpo de água no qual Eliseu instruiu o general assírio temente a Deus Naamã a se banhar sete vezes para que sua lepra fosse curada (2 Reis 5). Assim como Naamã expressou publicamente sua fé e confiança em Deus e foi livre de sua aflição, todos os que eram batizados por João publicamente confessavam seus pecados e confiavam que Deus os limparia.