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Significado de Mateus 4:12-16
Mateus traz uma pausa em sua narrativa - Quando... Esta expressão indica que o que vai acontecer a seguir ocorreu algum tempo depois da tentação de Jesus pelo diabo no deserto e após ser ministrado pelos anjos.
Eis o que aconteceu a seguir:
O texto é ambíguo em relação à sequência desses eventos.
Há duas possibilidades com respeito à ordem desses eventos:
A primeira é a de que Jesus ouviu que João havia sido preso. Como resposta, Ele se retira para o distrito romano da Galiléia e para a cidade de Sua infância, Nazaré, locallizada neste distrito. Após partir de Nazaré, Ele vem e se estabelece na cidade de Cafarnaum, próxima à costa do Mar da Galiléia.
A segunda possibilidade é a de que Jesus tenha primeiro retornado à Nazaré. E foi em Nazaré que Ele teria ouvido sobre a prisão de João. Ele, então, se retira para o Mar da Galiléia. Assim, Ele se estabelece em Cafarnaum, junto ao mar.
Tais eventos devem ter acontecido em uma das duas sequências.
Mateus não nos diz quem havia prendido a João, apenas que, como resultado de sua prisão, Jesus Se retira para a Galiléia.
É provável que João Batista tenha sido preso duas vezes. Não sabemos a qual momento Mateus se refere aqui. Mateus e Marcos dizem que João Batista havia sido preso durante os quarenta dias de Jesus no deserto, enquanto que o evangelista João diz que João Batista foi preso algum tempo depois do início do ministério de Jesus, provavelmente após Seu encontro com Nicodemos. Naquel momento, Jesus já havia começado a batizar pessoas na Judéia, enquanto João Batista estava batizando pessoas em Enom, próximo a Salim (João 3:22, 23). Enom e Salim estavam situadas no Vale do Jordão, aproximadamente oitenta quilômetros ao norte do Mar Morto e sessenta quilômetros ao sul da Galiléia.
Na primeira vez, João Batista deve ter sido preso pelos líderes religiosos, que não apreciaram ser chamados pelo profeta de “raça de víboras” (Mateus 3:7). Esses líderes provavelmente levaram João em custódia, o interrogaram e o liberaram, um padrão observado em outras histórias bíblicas. João, a seguir, seguiu para o norte da Judéia (mais próximo da jurisdição de Herodes Antipas, na Galiléia), onde continuou a pregar o arrependimento e sobre a vinda do Reino de Deus. João Batista seria preso novamente mais tarde, desta vez por Herodes Antipas, que relutantemente o executou. Como Mateus está descrevendo aqui sobre a escolha de Jesus quanto ao lugar onde começaria Seu ministério, é mais provável que Mateus esteja se referindo à primeira prisão de João Batista.
Como resultado da prisão de João, Jesus leva Sua missão para longe do antro dos saduceus, na Judéia. Jesus veio e Se estebeleceu em Cafarnaum, uma pequena vila pesqueira ao norte do mar (da Galiléia). Esta região era composta por terras da antiga tribo de Zebulon e Naftali, próximas à fronteira norte de Israel.
Mateus, então, inclui uma oitava menção do Antigo Testamento e oferece um sétimo exemplo do cumprimento das profecias messiânicas relacionadas a Jesus.
A citação vem de Isaías 9:1, 2:
“Mas para a que estava aflita não continuará a obscuridade. No tempo passado, ele tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali, porém, no tempo vindouro, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, o distrito das nações. O povo que anda nas trevas vê uma grande luz; aos que estão de assento na terra da sombra da morte, a estes raia a luz.”
A profecia de Isaías havia sido dada ao reino de Judá, antecipando a invasão assíria de Israel e Judá pelo norte. As regiões fronteiriças de Zebulon e Naftali seriam as primeiras impactadas pelas forças invasoras. A “tristeza”, “angústia”, “frustração” e “trevas” resultantes da invasão foi vista ainda na vida do profeta Isaías. Porém, a gloria e a grande luz do “tempo vindouro” seria a futura presença do Messias, que iniciaria Seu ministério nessas mesmas regiões.
A citação de Mateus modifica um pouco o texto de Isaías. A terra de Zebulon e a terra de Naftali se referem ao território no entorno da Galiléia. Zebulon e Naftali são duas das doze tribos de Israel e tiveram suas fronteiras determinadas durante o tempo de Josué (Josué 19:10-16; 32-39). Situada na orla do mar, além do Jordão, a Galiléia descreve perfeitamente este local. Além do Jordão, aqui, implica mais “acima” ou “ao norte” do Jordão do que o uso mais comum da palavra, “do outro lado”. A expressão distrito das nações sinaliza os invasores que haviam ocupado o território. O povo que anda nas trevas se refere àqueles que viviam na região invadida. O ministério público do Messias nessa região é identificado pela frase eles viram uma grande luz. A frase se repete: Aos que estão de assento na terra da sombra da morte, a estes raia a luz. Uma nuance extra é trazida ao nosso conhecimento: A estes raia a luz. O uso do verbo “raia” indica que o ministério público do Messias começaria aqui. A cidade indicada por Mateus como o início do ministério público de Cristo foi Cafarnaum. Era uma vila pesqueira localizada na região da Galiléia profetizada por Isaías sete séculos antes.