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Significado de Mateus 4:18-22
Mateus passa da macro-visão do início do ministério público de Jesus para um momento específico. Andando ao longo do Mar da Galiléia (provavelmente próximo ou no entorno da vila de pescadores em Cafarnaum). Viu dois irmãos. Esses irmãos eram Simão, também chamado Pedro, e André.
Simão, juntamente com Tiago e João, se tornaria um dos discípulos mais próximos de Jesus durante Seu ministe´rio terreno. O apelido de Simão era Pedro e foi pelo apelido que ele passou a ser referido a partir daí. Pedro é a versão anglicana da palavra grega “pedra” ou “rocha”, que é “Petros”. Não sabemos se Pedro já era o apelido de Simão neste momento, ou se o apelido foi dado a ele mais tarde. Mateus pode simplesmente estar fazendo um favor a seus leitores ao informá-los do nome mais popular do discípulo, Pedro.
O apelido de Simão é apropriado. Rochas são duras. Petros (Pedro) era um cabeça dura. Algumas vezes para o bem, outras para o mal. Por exemplo, após acabar de ter confessado que Jesus era o Messias, o Filho de Deus, Pedro toma Jesus à parte e o repreende por dizer que iria morrer (Mateus 16:16, 22). A personalidade de Simão parece ser impulsive e extrovertida - o que o levou a cometer erros espetaculares. Porém, Pedro também foi usado por Deus de formas inspiradoras (Atos 2:14-40). Apesar de sua cabeça dura e suas falhas, Jesus amava a Pedro e levou aquele pescador da Galiléia a fazer grandes coisas pelo Seu Reino. O destemor de Pedro era uma qualidade maravilhosa para os propósitos de Deus.
Menos conhecido era seu irmão, André. Ele é mencionado por nome apenas algumas vezes nas Escrituras. No Evangelho de João, André foi um dos que apresentou a Simão (Pedro) a Jesus João 1:40, 41). O motivo de Jesus ter convidado aos irmãos a segui-Lo pode ser pelo fato de Jesus e André já terem se encontrado antes. A Bíblia nos conta que, sem muito alarde, André trouxe outras pessoas a Cristo em pelo menos duas ocasiões (João 6:8; 12:12).
Quando Jesus vê os dois irmãos, eles estavam lançando as redes ao mar, pois eram pescadores. A pesca comercial era uma indústria bastante ativa no Mar da Galiléia. Os pescadores se organizavam em associações. Alguns eram proprietários dos próprios barcos e contratavam a mão de obra. Cafarnaum era perfeita para a pesca comercial no Mar da Galiléia. O Mar era um grande lago em forma ovalada irregular. A palavra Galiléia significa “círculo”. Vários distritos e cidades de diferentes estilos circundavam suas praias.
No Antigo Testamento, todas as menções à Galiléia (que são raras) levam a palavra “Chinnereth”, que em hebraico significa “harpa”, já que o mar tem o formato de uma harpa (Números 34:11; Deuteronômio 3:17; Josué 11:2; 12:3; 13:27; 19:35; 1 Reis 15:20). Algumas vezes, o Novo Testamento (grego) chama o lugar de “Genesaré”, que significa “Mar de Tibério”, após o reinado do César durante a vida adulta de Jesus (João 6:1; 21:1). A cidade de Tibério foi criada por Herodes Antipas e este ainda é o nome moderno da cidade na costa oeste do lago. A Galiléia tinha vinte quilômetros de comprimento de norte a sul. O Rio Jordão alimentava o mar e tinha seu afluente a partir dele. O mar tinha 14 quilômetros de largura em seu ponto mais aberto. Na modernidade, a área do mar é de aproximadamente 100 quilômetros, com profundidade máxima de 40 metros e profundidade média de 25 metros. Nos tempos de hoje, as colinas orientais que dão vista ao Mar da Galiléia são chamadas de “Colinas de Golam”.
Jesus saúda aos irmãos enquanto pescam, dizendo: “Sigam-Me, e Eu farei de vocês pescadores de homens”. Lucas 5:1-11 nos dá um relato mais descritivo deste momento. Lucas nos mostra que a conversa aconteceu de manhã, após uma noite inteira de trabalho perdido. Simão e André estavam limpando suas redes (jogando-as ao mar) quando Jesus pulou em seu barco e pediu a Simão para levar o barco para o alto mar novamente. Jesus, então, pediu a Simão para jogar as redes às águas. O experiente pescador respondeu a seu passageiro que aquela não era hora de pegar peixes. Jesus pediu que ele agisse e Simão obedeceu. Para seu espanto, a rede ficou tão cheia de peixes que ele teve de chamar outros para ajudá-lo a puxar para o barco, antes que as redes se rompessem.
Lucas relata ainda que eles pegaram tantos peixes que ambos os barcos de Simão e de seu parceiro ficaram repletos e quase afundando, de tão pesados. É neste momento que Simão percebe a autoridade que Jesus tinha e ele, então, pede que Jesus se afaste dele: “Eu sou um pecador”. Jesus encoraja a Simão e, nesse instante, diz a eles: “Sigam-Me, e Eu farei de vocês pescadores de homens”. Jesus está dizendo a esses pescadores que se eles deixarem suas redes e O seguirem eles “pescarão os corações e almas dos homens”, ao invés de peixes.
Tanto Lucas quanto Mateus enfatizam, à sua maneira, que Simão e André O obedeceram. Lucas registra que “eles deixaram tudo”, significando que abandonaram seus negócios e seguiram a Cristo. Mateus, de forma mais contundente, aplica o advérbio imediatamente, antes de dizer que eles deixaram as suas redes e O seguiram. Deixar as redes é um eufemismo para “abandoner tudo”. Isso mostra que eles nem mesmo gastaram tempo descarregando os barcos cheios de peixes.
Mateus, um ex-coletor de impostos, registra que Pedro estava longe de ser um rabino. Naquelas vilas de pescadores judaicas, ser um rabino, ou um professor da lei, era uma posição privilegiada. Tipicamente, os homens judeus tinham de pedir aos rabinos permissão para “segui-los”, a fim de tornarem-se rabinos no futuro. Neste caso, Jesus ordena a Pedro a segui-Lo. Pedro não nutre ilusões de que tinha tudo o que precisava para ser um professor da lei. Como veremos adiante, Jesus pareceu enfatizar o compromisso à causa como algo mais importante que as aptidões na seleção de Seus discípulos. Cada discípulo, à exceção de Judas, morreria como testemunhas de Cristo pelo objetivo de estabelecer o Reino espiritual do Mestre.
A expressão de Mateus passando adiante sugere um movimento contínuo entre o chamado de Simão e André e o chamado do próximo par de irmãos. Ele viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão.
Os irmãos Zebedeu, Tiago e João, completaram o círculo mais próximo de Jesus com Simão Pedro. Eles eram unidos e barulhentos. O nome de seu pai, Zebedeu, significava “trovão”.
Num dado momento, os “irmãos Trovão”, para a irritação de seus colegas discípulos, pediram à sua mãe para solicitar que Jesus os colocasse à Sua direita e esquerda quando inaugurasse Seu Reino. Ao pedir isso, eles queriam estar no comando das coisas (Mateus 20:20-24). Tiago seria o primeiro dos discípulos a ser martirizado. Ele foi executado por Herodes Agripa I (Atos 12:1, 2). Novamente, o título “irmão do Trovão” indicava que Jesus estava buscando guuerreiros, não acadêmicos.
João era o irmão mais novo de Tiago. Ele provavelmente tenha sido o mais jovem dos discípulos. Ele seria o autor do Evangelho de João e das três curtas epístolas (1, 2 e 3 João). Já velho, exilado na ilha de Patmos, João recebeu as revelações do Apocalipse e as registrou em livro.
Jesus viu aos irmãos no barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes. A pescaria era um negócio de família. Mateus simplesmente nos relata que Jesus os chamou. Não sabemos as exatas palavras de Cristo a eles, mas a mensagem era aparentemente a mesma dada a Simão e André anteriormente. Imediatamente eles deixaram o barco e a seu pai, e O seguriam. O fato de terem deixado seu pai gerenciar o trabalho sem eles mostra o forte comprometimento deles com Cristo. Provavelmente indique também que o prestígio de ter sido chamado por um rabino foi altamente considerado como uma grande oportunidade aos olhos do pai e dos irmãos, ainda que significasse um grande sacrifício aos negócios da família.