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Significado de Mateus 5:13-16
Em Mateus 5:13, Jesus continua a usar a segunda pessoa vós em Sua conversa com os discípulos. Ele afirma: Vós sois sal e luz em um mundo em trevas e insípido.
Jesus começa com a metáfora do sal para descrever a função dos Seus seguidores no mundo, dizendo: Vós sois o sal da terra. Na cultura judaica de Jesus, o sal tinha três funções e todas podem ser aplicada aqui.
Primeiro, o sal era usado para temperar o alimento (Jó 6:6). Como tempero, a quantidade correta de sal é capaz de fazer com que o alimento revele seu verdadeiro sabor. Muito sal mascara o verdadeiro sabor do alimento. Nenhum sal deixa o alimento sem sabor. Um pouco de sal aumenta a qualidade do sabor exponencialmente. Quando Jesus diz aos discípulos que eles são o sal (tempero) da terra, Ele está afirmando que, embora sejam poucos em número, suas vidas santas poderiam temperar o mundo ao seu redor. É importante que os crentes se lembrem de que eles nunca foram chamados para ser a maioria. Eles são chamados para cumprir o seu papel de sal.
Quando Deus criou o mundo, Ele disse: “É muito bom” (Gênesis 1:31). A corrupção gerada pelo pecado trouxe trevas à beleza da criação e seu sabor apodreceu. Porém, ao redimir o mundo através de Seus seguidores, Cristo restaura a bondade oculta da criação e a torna saudável outra vez. Uma vida santa, portanto, salga a terra. É um convite para que outros “provem e vejam que o Senhor é bom” (Salmo 34:8).
Segundo, o sal era usado como conservante. Quando o processo de refrigeração inexistia, o sal protegia os alimentos antes do consumo. As pessoas do Antigo Testamento usavam a metáfora do sal para simbolizar a perseverança, simbolizada na aliança entre Deus e Seu povo, ou a aliança de Deus com o rei Davi (Levítico 2:13; Números 18:19; 2 Crônicas 13:5). Quando Jesus disse a Seus discípulos que eles eram o sal (conservante) da terra, Ele quis dizer que suas vidas deveriam ser o tempero que preserva a bondade de Deus na sociedade.
Lembremo-nos de como Deus prometeu a Abração que Ele preservaria Sodoma, apesar de sua iniquidade, caso Abração apresentasse pelo menos dez homens justos (Gênesis 18:32). Apenas dez justos teriam sido sal suficiente para conservar a cidade iníqua. O mundo, criado bom, agora havia apodrecido pela presença do mal. Porém, bastaria um pouco do sal da bondade para salvá-lo. Jesus afirmou que quando Seus seguidores vivessem de acordo com os princípios das “Bem-Aventuranças” eles seriam o sal na terra.
Terceiro, Moisés ensinou que o sal era o ingrediente principal do incenso queimado diante do altar. O incenso era o perfume cujo aroma deveria ser “temperado com sal, puro e santo” (Êxodo 30:34, 35). Da mesma forma, a vida santa dos seguidores de Cristo são o sal usado como “bom cheiro de Cristo nos que são salvos e nos que perecem” (2 Coríntios 2:14-16). Além disso, a justiça dos seguidores de Jesus, que não tomam a forma dos padrões deste mundo, temperam seus sacrifícios vivos e refletem sua aliança com Deus (Marcos 9:49, 50; Romanos 12:1, 2).
Sendo sal, os discípulos de Cristo devem expressar essas três qualidades. Eles devem ser o tempero que destaca o que é bom. Eles devem ser o conservante que protege o que é bom. E eles devem ser o ingrediente do incenso do altar, que reflete a santidade que agrada a Deus. Mas, se o sal se tornar insípido e perder suas características, nada disso acontecerá. O cloreto de sódio puro não estraga. Nos tempos de Jesus, é bem provável que o sal contivesse outros compostos químicos além do cloreto. Se o sal tivesse vindo do Mar Morto e fosse similar ao sal que temos hoje, ele teria menos da metade de cloreto de sódio em sua composição. Caso fosse deixado em local úmido, o cloreto de sódio poderia se dissolver, tornando-se um sal sem cloreto de sódio. O produto resultante não serviria às suas funções e não teria o mesmo sabor.
Quando Jesus faz a pergunta retórica: “Como se poderá restaurar-lhe o sabor?”, Ele quer dizer o seguinte: “Não há como consertar um sal estragado. Vocês (Seus seguidores) são o sal. Se vocês perderem o sabor, vocês se tornam inúteis. Vocês (Seus seguidores) não servem para mais nada, a não ser para uma única coisa: serem lançados fora e pisados pelos homens. Alguns estudiosos acreditam que quando o cloreto de sódio se estraga no sal, o produto final é útil apenas como herbicida. Jesus poderia estar fazendo referência aos métodos de jogar sal nas estradas para matar ervas dainhas e espinhos. Os transeuntes pisavam o sal enquanto passavam. De qualquer forma, a metáfora destaca o imenso abismo entre ambos os usos. Um reflete o que é bom. O outro deve ser descartado e esquecido.
A segunda metáfora que Jesus emprega para descrever a função dos discípulos é a luz. A luz ilumina. A luz revela o que está escondido e mostra o caminho. A luz é oposta às trevas. Esta é uma metáfora muito comum em toda a Bíblia e no mundo antigo. Quando Jesus diz a Seus discípulos que eles eram a luz do mundo, Ele quis dizer que eles deveriam ser os faróis da verdade que revelam a realidade da bondade de Deus, em contraste com a iniquidade do ser humano.
Jesus expande a metáfora da luz e refere-se à cidade situada sobre um monte, que não pode ser escondida. No período da noite, a cidade construída sobre um monte é como uma lâmpada que ilumina a todos os que estão na casa. Ela não pode ser escondida. Ela é muito grande para ser coberta por uma sombra. Ela está em completa exposição para todos verem. A cidade é uma metáfora que acrescenta o elemento da comunidade à luz. Os que vivem no Reino de Deus e buscam o Seu padrão de justiça (harmonia social) são como uma cidade cujos cidadãos apreciam as bênçãos da unidade e da harmonia. Sua luz é brilhante e atrai as pessoas ao seu ambiente.
Vocês (os seguidores de Jesus, Seus discípulos) são o exemplo da bondade de Deus no mundo. Da mesma forma que ninguém acende uma lâmpada e a esconde debaixo da mesa, mas antes a coloca no velador para que ela ilumine toda a casa, assim vocês (Seus seguidores) devem deixar a sua luz brilhar diante dos homens de tal forma que seja vista por todos. Os seguidores de Cristo devem viver de tal forma que outras pessoas vejam as suas boas obras, não com a intenção de colocar o servo no lugar do Rei, mas de tal forma que as pessoas glorifiquem ao Rei (nosso Pai) que está nos céus. Os seguidores de Jesus devem viver de tal forma que as pessosa possam ver a bondade de Deus.
Ao descrever a Deus como vosso Pai que está no céu, Jesus atrai ainda mais a atenção de Seus discípulos. Não apenas eles devem ser Seus discípulos e embaixadores do Seu Reino, mas também filhos do Rei. O próprio Deus é seu Pai.