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Significado de Mateus 5:3

A primeira declaração (A) do quiasmo de Jesus sobre se ter uma opinião realista de si mesmo.

A declaração de Jesus (A) “Makarios são os humildes de espírito porque deles é o reino dos céus corresponde a (A’) Makarios os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Jesus diz que Makarios (felizes e realizados) são os pobres de espírito. (A Tradução Brasileira traz a expressão “humilde de espírito”. Porém, o termo no grego, Ptochos (G4434) vem da raiz Ptosso, ou “mendigo”. Portanto, usaremos o termo “pobre” no restante do texto).

Ser pobre significa ter falta de algo. Frequentemente usamos a palavra pobre para descrever alguém que precise de dinheiro para sobreviver.

A Bíblia usa a palavra grega Pneuma (G4151), traduzida aqui como espírito, de muitas formas diferentes. A palavra pode significar “vento” (João 3:8). Pode também significar a parte imaterial do homem que o associa a Deus (Romanos 8:16). Pode significar um ser espiritual, como um anjo ou demônio (Maeus 12:43). Pode significar a Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo (Mateus 4:1). Neste caso específico, a palavra “espírito” não se refere a qualquer desses significados. Ao invés disso, espírito aqui descreve o que Podemos chamar de “auto-imagem”. Ser pobre de espírito é reconhecer a nossa pobreza espiritual e, portanto, termos um senso mínimo das nossas imensas necessidades espirituais. Ser pobre de espírito significa rejeitar uma opinião de auto-suficiência. O reconhecimento da nossa necessidade espiritual é o oposto da auto-suficiência, o que nos leva a dependermos de Deus. Para sermos cheios do Espírito Santo precisamos, primeiramente, nos esvaziar de nós mesmos.

Jesus ensina que o pobre de espírito são Makarios porque deles é o reino dos céus. O Reino dos Céus se refere à nova ordem espiritual e política que Jesus veio trazer. Se não reconhecermos nossa necessidade espiritual, não buscaremos os benefícios do céu. Os benefícios do céu vêm através da nossa dependência de Deus. Quando vivemos na dependência de Deus, servimos ao nosso próximo, que é o que traz os princípios do Reino para a terra.

O Reino dos Céus é diferente dos reinos da terra que são governados por pessoas ricas de espírito, ou seja, cheias de si mesmas. Os que buscam poder para si disputam e guerreiam uns contra os outros por posições nos reinos da terra. O oposto da declaração de Jesus seria: “Malditos os ricos de espírito, porque deles são os reinos passageiros da terra.” Ao conquistarem os reinos terrenos, os governantes investem toda sua energia para se agarrarem ao poder e para exercê-lo de forma egoísta, às custas dos que estão abaixo deles. Como Shakespeare disse certa vez: “A cabeça que usa uma coroa está sempre inquieta.”

O tipo de pessoas mais reconhecidas como pobres de espírito eram os escravos e servos. Os servos apenas tinham a autoridade que lhes era concedida por seus senhores. Os escravos tinham que ficar em silêncio e simplesmente fazer o que lhes era ordenado, sem reclamar. Jesus usa o servo em muitas parábolas para descrever como viver os princípios do Reino. Ele ensina, paradoxalmente que, no Reino dos Céus, os escravos são os governantes.

Jesus está dizendo que aqueles que servem uns aos outros, ao invés de ficarem dando ordens uns aos outros, aqueles que abrem mão de seus direitos em prol do seu próximo, aqueles que demonstram uma atitude de pobres de espírito, são os que governam no Reino dos Céus. Os que têm um coração de servo são felizes e realizados (Makarios) porque Deus criou a humanidade para governar com Ele em harmonia com outros. Foi Satanás quem incorporou o espírito da tirania.

É interessante notar aqui o verbo no tempo presente. Quando os crentes servem, eles estão reinando, do ponto de vista do Reino dos Céus. Ter olhos para ver que a verdadeira grandeza está no nosso serviço é uma questão de fé.

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