Significado de Mateus 6:16-18

Jesus iniciou o capítulo dizendo a Seus discípulos como alcançar uma rica recompensa de Deus através da caridade e da oração. Após apresentar a forma correta de orar, Jesus agora volta Sua atenção mais uma vez a como alcançar a melhor recompensa. Desta vez, Ele fala sobre o jejum.

O jejum é a negação deliberada a algo normal e bom por algum tempo, visando o crescimento espiritual. As pessoas podem jejuar de quase tudo, incluindo de mídias sociais, sono, telefones, ou internet. Porém, quando pensamos em jejum, normalmente pensamos no alimento. E este é o jejum que sempre encontramos na Bíblia. Algumas vezes as pessoas faziam jejum total de alimento e água por alguns dias (Esdras 10:6; Ester 4:16; Atos 9:9). Quando Jesus jejuou por quarenta dias no deserto, sabemos que Ele estava jejuando de comida (Mateus 4:2). Quando Moisés subiu ao Monte Horebe (Sinai), ele jejuou por quarenta dias de comida e água (Êxodo 34:28).

O objetivo do jejum normalmente é para buscar a Deus. O jejum cria a oportunidade para nos humilhar e perceber a nossa necessidade de Deus. O jejum frequentemente envolve orações e petições, confissões de pecado, ou períodos mais longos para ouvir a voz de Deus. Pode ser feito para algum tipo específico de petição, como vemos em Ester 4:16, onde Ester pediu um jejum para proteção. Pode ser prático, como provavelmente foi o de Moisés, quando ele entrou na presença de Deus sem nenhuma provisão de alimento ou água (mas Deus o sustentou sobrenaturalmente). Ou pode ser para entrar na presença de Deus com o intuito de conhecê-Lo de forma mais profunda. Ao invés de jejuar para se aproximarem de Deus, os líderes religiosos jejuavam para serem reconhecidos pelos homens. Ele estavam meramente preocupados com o que pensariam as pessoas, não se humilhando diante de Deus.

Jesus deseja que Seus discípulos considerem suas motivações antes de jejuar. Ele não ordena a Seus discípulos a praticarem o jejum. Ele apenas dá uma instrução para quando fossem jejuar. Ele diz que sua recompensa pelo jejum dos hipócritas era simpelsmente ter o reconhecimento dos homens. Jesus encorajou Seus discípúlos a escolher a recompensa maior. Jesus ordena, mas não impõe o jejum, embora tenha o poder para nos fazer obedecer. Ao invés disso, Ele nos exorta a exercer o auto-controle e a escolher a melhor recompensa.

Ele diz aos discípulos: “Não tomeis um ar triste, como os hipócritas (líderes religiosos) para fazer ver aos homens que estão jejuando.” Abusando da ironia, Jesus diz que eles desfiguram os seus rostos, quando, na verdade, apenas aparentam ser espirituais, visando ser notados como super-homens espirituais; porém, eles apenas querem ser aplaudidos pelos homens. Esses hipócritas deixavam de ser vestir bem para que todos soubessem que estavam jejuando. Seu jejum não tinha como objetivo estar mais próximos de Deus, mas sinalizar a aparência de que eram íntimos Dele. Jesus pessoalmente assegura aos discípulos (Em verdade vos digo) e afirma que aqueles hipócritas já haviam alcançado sua recompensa. Sua recompensa vinha dos homens e, portanto, era nada em relação à recompensa concedida por Deus.

Jesus, então, ensina a Seus discípulos como alcançar a recompensa melhor: “Quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, para não mostrar aos homens que jejuas.” Em outras palavras, eles não deveriam anunciar a todos, em palavras ou em ações (ou por qualquer outro meio) que estavam jejuando. Deus (seu Pai que está em secreto) vai ver o que você faz em segreto e vai recompensá-lo de forma mais perfeita. Jesus reconhece que Deus dava a Seus discípulos a liberdade de fazer a melhor escolha. Da mesma forma que na aliança mosaica, as instruções de Jesus são direcionadas à ajudar Seus discípulos a compreender como buscar o melhor para si mesmos.