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Significado de Mateus 9:18-26

Jesus realiza mais dois milagres. Um pai vem a Jesus e pede a Ele que traga sua filha morta de volta à vida. Enquanto Jesus se dirige à casa da filha morta, outra mulher que tinha uma hemorragia havia doze anos estende a mão e silenciosamente toca a veste de Jesus e é curada. Jesus volta-se para ela e afirma o seu valor e a sua fé. Quando Ele chega à casa do pai, Jesus dispensa a multidão e traz a jovem morta de volta à vida.

A conversa de Jesus com os discípulos de João é interrompida. Enquanto Ele lhes dizia essas coisas, um oficial da sinagoga veio com uma notícia de partir o coração. As sinagogas eram os locais de encontro onde os judeus se reuniam para comungar, adorar e estudar a lei de Deus. Elas estavam sob o domínio dos fariseus. Os líderes locais normalmente nomeavam um funcionário para cuidar do edifício e preservar os pergaminhos sagrados que pertenciam a ele. O funcionário da sinagoga era geralmente um leigo responsável, respeitado na comunidade. Marcos e Lucas relatam que o nome desse  oficial da sinagoga era "Jairo" (Marcos 5:22; Lucas 8:41).

O oficial da sinagoga veio e curvou-se diante de Jesus, mostrando-Lhe respeito antes de dizer-Lhe a coisa terrível que acabara de acontecer: “Minha filha acaba de morrer, ele diz a Jesus.” Ela ainda era uma criança e, de acordo com Marcos e Lucas, tinha doze anos de idade, a única filha de Jairo (Marcos 5:42; Lucas 8:42).

Este homem compartilha a terrível notícia, porém cheio de fé e esperança: “Mas, venha e coloque a mão sobre ela, e ela viverá.” O oficial da sinagoga, sem dúvida, ouviu ou talvez até tenha testemunhado Jesus realizando milagres, curando leprosos, paralíticos, febres e expulsando demônios. Agora que sua filha havia morrido, ele não tinha a quem recorrer. Com base no que ele havia ouvido ou visto, ele acreditava que Jesus tinha o poder de trazê-la de volta à vida. Jesus levantou-se e começou a seguir o pai até sua casa. Seus discípulos fizeram o mesmo.

Ao longo do caminho, Mateus nos diz que uma mulher que sofria de uma hemorragia segue Jesus. Ela podia estar sofrendo de sangramento menstrual intenso. Além do sofrimento físico, ela também era considerada ritualmente impura, de acordo com a Lei Mosaica (Levítico 19:15-30). Ela vinha sofrendo sob essas condições físicas e sociais por doze anos.

Quando Jesus passou, a mulher veio atrás Dele e tocou a franja de Seu manto. Mateus nos diz que ela fez isso porque pensava consigo mesma: "Se eu apenas tocar em Sua veste, ficarei curada". Ela sabia que Jesus tinha o poder de curar sua hemorragia. Mas ela parecia ter vergonha ou medo de pedir publicamente a Ele para fazê-lo. Talvez porque sua doença fosse tão íntima. Então ela tenta buscar a cura secretamente tocando a veste de Jesus.

Ao tocar a franja de Seu manto, isso significou que ela tocou as bordas do xale rabínico enrolado em torno de Jesus. As bordas rabínicas (e filactérios) eram usados pelos líderes religiosos em toda a Judéia. Alguns fariseus e saduceus exibiam essas roupas como demonstração de sua justiça diante dos homens. Quanto maiores, mais longas e chamativas eram as bordas, mais justo era o escriba que supostamente as usava (Mateus 23:5). Por causa disso, muitas pessoas associavam as bordas de um escriba à sua justiça. Essa foi provavelmente a razão pela qual essa mulher tocou a franja do manto de Jesus. Era onde estavam as bordas.

Depois que ela tocou Jesus por fé, Ele se virou, a viu e disse: "Filha, tenha bom ânimo.” Jesus mostrou que a valorizava chamando-a de "Filha". Ele disse a essa filha amedrontada para não ter medo ou vergonha, mas para se animar. Ele então explicou que sua fé a havia curado. O poder de Cristo a havia curado, mas ela recebeu Sua graça de cura através de sua fé (por mais tímida que fosse) no poder de Jesus. Mateus conclui esse encontro explicando que imediatamente a mulher ficou bem.

Marcos e Lucas acrescentam que, quando ela tocou Jesus, Ele estava cercado por uma multidão de pessoas que O pressionavam, mas Ele notou o poder que havia saído Dele e perguntou: "Quem me tocou?" Seus discípulos ficaram perplexos com Sua pergunta, até que Jesus explicou o que havia acontecido e começou a falar com essa filha. Marcos e Lucas acrescentam que, enquanto esse evento ocorria, chega da casa de Jairo a notícia de que sua filha de doze anos havia falecido (ver Marcos 5:24-36; Lucas 8:43-50).

Quando Jesus chegou à casa do chefe da sinagoga Ele viu os tocadores de flauta e a multidão em alvoroço. A palavra traduzida como “multidão” é a mesma traduzida como "multidões" em 7:28, referindo-se aos discípulos que ouviram o Sermão da Montanha. Isso infere que o grupo de discípulos que ouvia o Sermão da Montanha pode ter sido o número de pessoas que estavam na casa do oficial.

Lamentações e lágrimas enchiam o ar. Os tocadores de flauta, às vezes, eram contratados para tocar música triste nas casas onde alguém morria. Quando Jesus viu e ouviu essa comoção, Ele tentou dispersar a multidão, dizendo-lhes para sair. Não havia motivo para lamentar, pois, afirma Jesus, “a menina não morreu, mas está dormindo.” Não está claro porque Jesus disse que ela não havia morrido, já que a menina havia sido declarada como morta. Talvez Ele estivesse falando prospectivamente. Talvez Ele soubesse de algo que eles não sabiam. De qualquer forma, parece que Ele não queria uma multidão ao redor Dele quando a ressuscitasse. Talvez Ele quisesse minimizar o que estava prestes a fazer.

Mas quando disse isso, a multidão começou a rir Dele. Seu riso era ou uma risada zombeteira, em ofensa ao que Ele havia acabado de dizer, ou mostrava a hipocrisia dos lamentadores profissionais com o comentário de Jesus quando fingiam estar tristes, já que haviam "vendido" as suas emoções. Quando a multidão saiu, Jesus entrou na sala onde o corpo morto jazia, pegou a menina pela mão e ela se levantou. Ela foi declarada morta, mas agora estava viva. Jesus a ressuscitou.

Sem surpresa, esta notícia se espalhou por toda aquela terra (Galiléia e além).

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