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Significado de Miquéias 3:1-4
Miquéias começa este oráculo com uma breve introdução: E eu disse (v. 1). Esta frase fornece uma continuação ao primeiro oráculo e uma distinção entre os dois oráculos.
Semelhante ao primeiro e terceiro oráculos, este oráculo começa com a convocação para “ouvir”. Neste oráculo, o profeta dirige-se aos líderes de Jacó e aos governantes da casa de Israel. Tanto os líderes quanto seus governantes referem-se aos funcionários do governo que reinavam sobre Jacó e Israel, referindo-se a todas as doze tribos. Isso incluía o reino do norte de Israel, cuja capital era Samaria, bem como o reino do sul de Judá, cuja capital era Jerusalém.
Miquéias, então, faz a esses líderes uma pergunta retórica: Não deveis conhecer a justiça? Aqui, a palavra “conhecer” (ou seja, "praticar") contém uma quantia de sarcasmo. É claro que aqueles funcionários do governo "conheciam" o que era a justiça à luz da Lei Mosaica. Eles simplesmente optaram por não a praticar.
A Justiça refere-se à aplicação da equidade a todas as pessoas, sem qualquer preconceito ou interesse próprio. Era um tema central da aliança/tratado de Deus com Israel (Deuteronômio 1:17). A aliança de Deus estipulava que Israel experimentaria grandes bênçãos se construíssem e seguissem uma cultura de autogoverno, baseada no amor ao próximo como amavam a si mesmos (Levítico 19:18). Miquéias confronta aos líderes colocando em prática o que eles conheciam a respeito da justiça e dos mandamentos da aliança com a qual eles haviam concordado a seguir (Êxodo 19:8).
Porém, aqueles governantes faziam o oposto da justiça. Nos vv. 2-3, Miquéias apresenta uma descrição gráfica de como esses líderes cívicos operavam. Em vez de praticarem a justiça, ele os acusa do seguinte:
Em linguagem vividamente gráfica, Miquéias descreve o que esses "caçadores" (os líderes) faziam com suas "presas".
Miquéias usa essa imagem horrível para comunicar como os líderes ricos despojavam os pobres de seu dinheiro e propriedade. Os pobres eram devastados por seus maus governantes, cuja única motivação era o auto enriquecimento.
Esses líderes deveriam agir como pastores compassivos, protegendo e sustentando a seus rebanhos (Deuteronômio 16:18-20). Em vez disso, eles se comportavam como predadores canibais que matavam, desmembravam e consumiam suas presas. Em vez de construírem e servirem à cultura de amor ao próximo, os líderes de Judá construíam e seguiam à cultura pagã de exploração dos fracos, como as nações vizinhas. Assim, eles haviam falhado em levar Israel a cumprir seu dever de ser um exemplo para as nações vizinhas, levando-as a um caminho melhor, um caminho de autogoverno e amor ao próximo (Êxodo 19:6).
Em algum momento no futuro, esses líderes incorreriam no julgamento do Senhor. Eles clamariam ao SENHOR (v. 4). Ele, é claro, ouviria suas súplicas por libertação, mas pelo fato de eles não se arrependerem de seus crimes, Ele não os responderia. Na verdade, Deus esconderia Seu rosto deles naquele momento.
Esconder o rosto, para o SENHOR, significava virar as costas para que eles não recebessem Suas bênçãos. Eles haviam escolhido explorar aos outros, então experimentariam ser explorados. Isso seguia o princípio bíblico de que o que fizermos aos outros será feito a nós (Mateus 7:2).
Este é um bom exemplo do que o Direito chama de "lex talionis", significando que a punição por uma ação má deve corresponder em espécie e intensidade. Esta é a ideia por trás da lei mosaica do "olho por olho" (Êxodo 21:23-25). O propósito de Deus com esta lei era limitar a punição à gravidade do crime. No entanto, ela ressaltava que Deus havia criado o princípio da causa-efeito no universo moral, assim como o fez no universo físico. As decisões morais têm consequências e o julgamento de Deus é, muitas vezes, permitir que a causa-efeito siga seu curso (Romanos 1:24, 26, 28).
Neste caso, como os líderes malignos se recusavam a responder aos pedidos de socorro de suas vítimas, o SENHOR ignoraria os gritos dos líderes por libertação, porque eles praticavam más ações.