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Significado de Miquéias 4:1-8

Tendo registrado a destruição completa de Jerusalém e do templo nos versículos anteriores, Miquéias, agora, revela informações sobre o futuro Reino do Messias.

Miquéias acabara de completar sua apresentação sobre o juízo do SENHOR, que reduziria Jerusalém a um monte de pedras, seu templo a um local pagão de culto e toda a área de Sião a uma floresta pouco habitada e perigosa. Agora, em contraste gritante, ele volta sua atenção para o que “acontecerá nos últimos dias” (v. 1). A referência aos “últimos dias” aponta para um tempo futuro (Ezequiel 38:16; Oséias 3:5Daniel 2:28 e outros). Assim, isso incluiria a Grande Tribulação e, como vemos aqui, o reinado de Cristo por mil anos (Apocalipse 20:4).

Miquéias primeiro discute o que aconteceria com “o monte da casa de Jeová”. O monte era Sião e, no futuro, ele “será estabelecido no cume dos montes”, significando que o Monte Sião se tornaria a montanha mais importante da terra, porque ser a localização de Jerusalém. Devido à sua extrema importância, ele seria “exaltado sobre os outeiros” para demonstrar a sua superioridade.

A colina do Monte Sião, uma das principais colinas sobre as quais Jerusalém se assenta, é usada aqui como imagem de Jerusalém. Os “outeiros” aqui provavelmente se refiram aos centros de poder (humanos e divinos), não a Jerusalém. Era típico que as capitais dos impérios fossem construídas em lugares elevados, o que as tornava mais fáceis de defender. Isso também se aplicaria aos templos dedicados a seus deuses e deusas, que seriam localizados na capital.

Assim como faziam os peregrinos israelitas no tempo de Miquéias, outros povos iriam para Jerusalém (Monte Sião) no futuro para adorar a Jeová, o SENHOR Deus de Israel. De fato, muitas nações declarariam sua fé e fidelidade a Javé (v. 2). Essas nações (gentios) ordenariam a povo: "Vinde, subamos ao monte de Jeová e à Casa do Deus de Jacó". Estes termos referem-se ao complexo do templo em Jerusalém.

A razão pela qual as nações subirão ao monte do Senhor (Monte Sião) é porque este será o local da habitação de Jeová. Será a partir daí que Deus instruirá os gentios sobre Seus caminhos. O conhecimento de Seus caminhos os ensinará sobre quem Deus é e como Ele opera em Sua criação. Com base nisso, os povos aprenderão a andar em Seus caminhos, conformando seus estilos de vida aos padrões de Deus. É interessante notar que essas nações vão desejar vir até o SENHOR e aprender sobre Ele e Suas obras, buscando viver vidas que O honrem.

Outra razão pela qual eles subirão ao monte do Senhor, em vez de subirem a outro lugar, é porque “de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor”. Esses termos descrevem a fonte do ensinamento do SENHOR para as nações. Parte da instrução recebida pelas nações envolve a justiça do Senhor. Elas aprenderão que “Ele julgará entre muitos povos e reprovará nações poderosas e longínquas” (v. 3). Se houver uma disputa entre as nações, o SENHOR decidirá o resultado, evitando um conflito. A partir dessas descrições, podemos dizer que Deus governará toda a terra a partir de Jerusalém. Isto descreve o Reino messiânico. Este era o Reino pelo qual os discípulos e outros israelitas procuravam e desejavam ver durante o tempo de Jesus. O fato de Jesus vir duas vezes - a primeira como Servo sofredor - os surpreendeu. Porém, depois que Jesus ressuscitou, Ele passou 40 dias falando a Seus discípulos a respeito de Seu Reino (Atos 1:3). Os discípulos queriam saber se Jesus pretendia restaurar o Reino a Israel naquela época (Atos 1:6). É certo que Seu Reino virá à terra. Mas, ele ainda está em nosso futuro no momento em que este artigo é escrito.

Durante o Reino messiânico não haverá mais guerra, porque o SENHOR será o Juiz das nações. Como não haverá mais necessidade alguma de armas, as pessoas serão capazes de converter “suas espadas em relhas de arados e as suas lanças, em podadeiras”. Em vez de se preparar para a guerra (que sempre traz a morte), o povo precisará de mais ferramentas para colher (resultando em vida e prosperidade). Pelo fato de o Príncipe da Paz estar no trono, “uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (v. 3).

Outro resultado da ausência de guerras e do aumento da prosperidade será uma maravilhosa qualidade de vida para os povos. De fato, eles “sentar-se-ão cada um debaixo da sua parreira e debaixo da sua figueira” (v. 4). Durante a época em que isso foi escrito, todas as casas ppossuíam uma videira e uma figueira. A idéia aqui é que cada pessoa habitará em segurança em sua própria casa. Este foi o quadro de paz e prosperidade usado para descrever o reinado de Salomão (1 Reis 4:25) e para referir-se à era messiânica ainda futura (Zacarias 3:10).

No Reino Messiânico, “não haverá quem os amedronte”. O povo não precisará ter medo de perder a paz e a prosperidade, “porque a boca de Jeová dos Exércitos o disse”. O SENHOR estará no trono e ninguém mais perderá a segurança, porque Seu poder soberano a garantirá. Isaías também profetiza a respeito do futuro Reino messiânico. Ele descreve esse ambiente pacífico através de animais selvagens e domésticos vivendo juntos (Isaías 11:6-9).

Paulo afirma que os crentes em Jesus Cristo podem experimentar a paz de Deus, que "excede todo entendimento" (Filipenses 4:6, 7). Isso fala de uma paz espiritual. Durante o reinado messiânico de Cristo, essa paz se manifestará tangivelmente, pois as guerras não mais existirão.

Miquéias parece inserir um interlúdio aqui. Ele estava se referindo a um tempo futuro. Porém, agora, ele parece falar do seu tempo, dizendo: “Pois todos os povos andarão, cada um em o nome do seu deus, e nós andaremos para todo o sempre em o nome de Jeová, nosso Deus(v. 5). A idéia aqui parece ser a de que, uma vez que um Reino físico viria no futuro, Israel deveria andar com seu Rei agora.

Andar” (em hebraico, "yêləḵū") implica que os povos reconheciam a autoridade dos deuses pagãos sobre eles, adotando seus estilos de vida exploradores. Em contraste, o remanescente fiel ao SENHOR andaria “para todo o sempre em o nome de Jeová, nosso Deus”. Ansioso pelo Reino messiânico, Miquéias declara que Seu povo viveria de acordo com a lei do SENHOR para todo o sempre.

O SENHOR, então, declara a restauração futura dos que haviam sido exilados. Ele explica que, "naquele dia" (v. 6), o SENHOR “congregarei a que coxeia e ajuntarei a que foi expulsa e a que eu afligi”. Os coxos (um quadro de sofrimento físico) e os párias (um quadro de rejeição social) referem-se aos exilados na Babilônia. Estes eram aqueles a quem o SENHOR havia afligido, permitindo que fossem conquistados e levados. Em Seu tempo, Ele os restauraria à Terra Prometida.

Isso foi parcialmente cumprido quando o Senhor, através dos persas, permitiu que os exilados retornassem à Terra Prometida por volta de 535 a.C., após 70 anos de exílio (2 Crônicas 36:22-23; Jeremias 25:12; 29:10). Porém, esse versículo provavelmente será completamente cumprido no tempo em que sua reunião será permanente no Reino messiânico ainda futuro (Mateus 24:31).

O SENHOR, então, promete transformar os exilados em uma nação forte novamente. Nesse tempo, o SENHOR fará do coxo um remanescente (v. 7). Ele também fará dos párias uma nação forte. A emergência do remanescente como uma nação forte mostra que ele será composto por mais do que apenas sobreviventes que retornariam do cativeiro babilônico. Eles não se tornariam uma nação forte por conta própria — o SENHOR faria com que isso aconfecesse.

A realidade de retornarem a Jerusalém e a Judá pode ser visto no fato de que o Senhor reinará sobre eles no Monte Sião, onde Jerusalém estava localizada. Jerusalém foi estabelecida como sede do governo de Israel por Davi (2 Samuel 5:5-9) e será o lugar de onde nosso SENHOR governará o mundo “desde agora e para sempre”.

O SENHOR, então, descreve o que acontecerá com Jerusalém. Ele faz isso ao dizer: “Tu, ó torre do rebanho” (v. 8). Ele usa a expressão “torre do rebanho” para se referir à sede do governo em Jerusalém. A palavra em hebraico para “torre” ("miḡdal") refere-se à torre de vigia de um pastor. Como faziam os pastores, o Governante em Jerusalém velará por Seu rebanho (em hebraico, "'êḏer"), o povo de Israel (Isaías 40:11; Jeremias 13:17, 20). Ele também chama Jerusalém de “outeiro da filha de Sião”. A expressão “filha de Sião” retrata a cidade e seus habitantes como uma donzela indefesa e vulnerável (Isaías 10:32; Jeremias 4:31).

Ele virá para a futura Jerusalém. Esta era uma referência aos reinados de Davi e Salomão, quando Israel havia sido unificado. O “primeiro domínio” acontecerá novamente porque o Messias, Filho de Davi, reinará sobre o “reino da filha de Jerusalém” (Oséias 3:5; Amós 9:11). A filha de Jerusalém é um sinônimo da filha de Sião usado anteriormente no versículo, referindo-se à nação de Israel.

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