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Significado de Naum 3:5-7

O SENHOR anuncia que exporia Nínive e a faria experimentar vergonha e destruição.

Nesta seção, o SENHOR fala como se estivesse falando diretamente a Nínive para anunciar sua derrota. Ele começa com a partícula hebraica "hineh", muitas vezes traduzida como “eis que”.

Deus fala diretamente, dizendo: "Eis que sou contra ti", declara o Senhor dos Exércitos.

A partícula “eis que” geralmente servia para concentrar a atenção na afirmação que a segue. O mensageiro muitas vezes a usava para se concentrar em um evento surpreendente ou inesperado para seus ouvintes. Em nossa passagem, o SENHOR usa “eis que” para anunciar Sua oposição a Nínive, dizendo: Eu sou contra ti.

O pronome “ti” aparece no singular feminino no texto em hebraico e, portanto, refere-se à cidade de Nínive (Naum 2:13). A declaração “sou contra ti” é seguida pela fórmula profética: Declara o Senhor dos Exércitos”. Obviamente, não seria bom ter a Deus como inimigo. Isso não terminaria bem para Nínive.

O termo SENHOR refere-se a Javé, o Deus autoexistente e eterno, o EU SOU que se revelou a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3:14-15) O termo “exércitos” traduz o termo hebraico "sabaoth". Refere-se aos exércitos angelicais do céu (1 Samuel 1:3). Em suma, a frase O Senhor dos Exércitos demonstrava o poder de Deus e enfatizava Seu caráter como guerreiro liderando Seu exército na lutar contra Nínive. As vastas hostes espirituais do céu estavam prestes a desencadear guerra contra o poder terrestre e oculto da Assíria.

Tendo se posicionado para lutar contra Nínive, o SENHOR declara: Eu levantarei suas saias sobre seu rosto e mostrarei às nações sua nudez e aos reinos sua desgraça.

A ação de levantar as saias sobre o rosto tem a ver com tirar a roupa de uma mulher para revelar sua nudez. No mundo antigo, as pessoas despiam uma mulher para infligir-lhe castigo pela prostituição ou adultério (Oséias 2:3; ver também Jeremias 13:22; Ezequiel 23:10). Pelo fato de Nínive ter seduzido as nações para explorá-las, o Senhor a julgaria e a faria experimentar a vergonha e a humilhação. O explorador se tornaria explorado. Deus mostraria às nações a nudez de Nínive. Isso seria para Nínive uma desgraça diante dos reinos da terra.

O SENHOR continua a dizer: Eu jogarei imundície sobre ti e a tornarei vil e a colocarei como espetáculo. A palavra “imundície” referia-se a algo detestável ou abominável. Em Levítico, refere-se ao que é impuro (Levítico 7:21; 11:23-24; 20:25). Em Deuteronômio, a palavra refere-se à adoração de deuses e ídolos estrangeiros (Deuteronômio 7:25-26; 29:17). Em Naum, a imundície se referia metaforicamente a alguma substância repugnante, como excrementos, que Deus lançaria sobre Nínive para mostrar o quanto Ele a desprezava. A imundície a tornaria vil ou desagradável e ela se tornaria um espetáculo público. As pessoas zombariam dela com nojo.

Os observadores ficariam revoltados ao ver o que aconteceria com a perversa cidade de Nínive. Como o SENHOR declara: E acontecerá que todos os que vos virem se afastarão de vós. O verbo traduzido como “afastar” significa fugir de algo. Muitas vezes descreve uma fuga em pânico, como o vôo dos pássaros pelo terror evocado pela presença de um predador (Isaías 16:2; Jeremias 4:25Provérbios 27:8). A idéia parece ser a de que as pessoas veriam a destruição total de Nínive, ficariam nauseadas e correriam.

Em nossa passagem, o verbo “afastar” descreve como as pessoas se sentiriam repelidas ao ver a condição fatal de Nínive. Os espectadores diriam: Nínive está devastada! Dada a crueldade de Nínive com outras nações, era de se esperar que seus inimigos aplaudissem ao fato de ela ter sido devastada. Porém, a imagem aqui parece ser a de que a destruição seria tão completa que chocaria até mesmo a seus inimigos.

O Senhor dos Exércitos destruiria a cidade e sua destruição total levaria as pessoas a recuar, revoltadas. Elas perguntariam: Quem vai chorar por ela? e Onde acharemos consoladores?

A resposta implícita para a pergunta era "Ninguém". Aparentemente, não haveria sequer um grupo remanescente suficiente para lamentar. Não haveria ninguém, aparentemente incluindo os aliados, que pudesse ser procurado como consolador para Nínive.

O verbo traduzido como “tristeza” significa mostrar piedade, como quando os amigos de Jó vieram "simpatizar com ele e consolá-lo" (Jó 2:11; 42:11). Ninguém ficaria para simpatizar-se com Nínive no dia de sua destruição. Ela havia explorado e oprimido a muitas nações. Agora, ela seria devastada - totalmente destruída. Ela ficaria tão completamente aniquilada que seus espectadores aparentemente ficariam chocados. Nínive não teria mais forças, nem aliados restantes.

A palavra traduzida como “consoladores” é construída a partir da mesma raiz do nome de Naum, o profeta enviado por Deus para prever a destruição de Nínive e consolar ao povo de Judá. Este jogo de palavras estabelece um contraste entre o plano de Deus para Nínive e Seu plano para Judá.

Dito de outra forma, o destino de Nínive significaria esperança e conforto para Judá. Nínive não teria ninguém para consolá-la, mas o povo de Judá encontraria conforto, porque eles pertenciam ao Senhor.

Quando Deus julga a Seu povo, Seu fogo de julgamento os refina. Porém, quando Deus julga a Seus inimigos, Seu fogo de julgamento os consome (Hebreus 10:27). Nosso Deus é um fogo consumidor (Deuteronômio 4:24; Hebreus 12:29). Porém, para aqueles que são Dele, Seu fogo de julgamento acaba se transformando em consolo (Romanos 8:28-29).

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