Significado de Números 3:38-39

O último grupo a ser posicionado no acampamento eram os que deveriam acampar diante do tabernáculo, no leste, diante da tenda da revelação em direção ao nascer do sol. Era neste lugar que Moisés, Arão e seus filhos deveriam acampar. Como a entrada para o tabernáculo ficava no lado leste, este era um lugar de honra. Isso colocaria a família de Moisés e Arão como um tampão entre o tabernáculo e o acampamento de Judá. Não há menção de número para os filhos de Moisés e Arão, talvez porque eles eram numerados com os filhos de Coate, de quem eram descendentes.

Isso era simbólico a respeito de Cristo que viria cerca de 1500 anos no futuro. Judá se tornaria a linhagem do rei Davi, ancestral do Messias. O acampamento de Judá ficava situado no leste. Jesus foi o cumprimento da profecia de que um filho da casa de Davi se assentaria no trono de Israel para sempre (2 Samuel 7:13). Jesus é este filho. Jesus também é o segundo Moisés, cumprindo a profecia sua de que Deus levantaria alguém do meio de Israel como ele; Ele falaria a Palavra de Deus diretamente ao povo (Deuteronômio 18:18). Jesus também representa a entrada na presença de Deus. Uma vez dentro do tabernáculo, Ele é o véu que abre caminho para o Santo dos Santos (Hebreus 10:19-20).

A localização do acampamento de Judá, Arão e Moisés no lado oriental, junto à porta do tabernáculo, nos lembra de que Jesus, o Messias, é o Filho de Davi e a porta do verdadeiro tabernáculo que está no céu (João 10:9). Deus prometeu um Redentor para a humanidade imediatamente após sua queda para o pecado e a morte (Gênesis 3:15). Jesus cumpriu numerosas profecias feitas centenas de anos antes de Sua chegada, mostrando que Ele era o Ungido que tiraria os pecados do mundo (Lucas 24:44-46). Alguns dizem que Jesus cumpriu pelo menos trezentas profecias específicas no Antigo Testamento. O acampamento de Arão e Moisés era encarregado de cumprir os deveres do santuário quanto às obrigações dos filhos de Israel. Eles não apenas deveriam cumprir seus deveres sacerdotais em nome do povo, mas também deveriam guardar a entrada no tabernáculo. Isso porque o estrangeiro que se aproximasse deveria ser morto. A palavra "estrangeiro" dizia respeito a qualquer pessoa que não fosse um sacerdote. Moisés, Arão e sua família deviam proteger a santidade do Senhor. Esta proibição aparentemente se aplicava aos outros levitas que faziam fronteira com os outros três lados do campo. Eles tinham a autorização de estar perto da tenda, fornecendo um tampão entre o tabernáculo e o povo, mas não eram autorizados a se aproximar do tabernáculo como os sacerdotes. Eles só podiam se aproximar do tabernáculo para desmontá-lo, transportá-lo e remontá-lo, realizando outras tarefas úteis ao serviço dos sacerdotes.

Os filhos de Levi já haviam provado ser dignos de servir na função policial no Êxodo, quando mataram os que haviam traído a adoração a Deus no episódio do bezerro de ouro (Êxodo 32:25-39). Os filhos de Levi continuariam a provar que estavam à altura dessa tarefa em Números 25:7, quando um dos sacerdotes mataria a um israelita que contaminou o tabernáculo com uma mulher de Moabe.

No total, todos os homens numerados dos levitas, que Moisés e Arão contaram a mando do Senhor por suas famílias, cada homem de um mês de idade para cima, eram 22.000 (v. 39). Esse baixo número era a prova de que a tribo de Levi era a menor tribo de Israel.

Este número, "22.000", como censo total da tribo de Levi, não está de acordo com o total dos números estabelecidos nos versículos 22, 28 e 34, ou seja, a soma do censo para cada um dos três filhos de Levi, que era de 22.300. O texto é taxativo sobre os 22.300, afirmando nos versículos restantes deste capítulo que os machos da tribo de Levi eram 22.300.