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Significado de Números 4:16-20

Os versículos 16-20 descrevem a responsabilidade do filho de Arão, Eleazar, em relação ao azeite e à oferta de grãos. O SENHOR adverte os coatitas para que não olhem para os objetos sagrados do tabernáculo.

O versículo 16 descreve a responsabilidade de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote (v. 16). Ele supervisionaria o azeite para a luz e o incenso perfumado e a oferta contínua de grãos e o azeite da unção - a responsabilidade do tabernáculo e de tudo o que está nele, com o santuário e seus móveis. Eleazar foi nomeado como supervisor de todas as atividades descritas nos versículos 5-15, bem como recebeu a tarefa de ver se os diferentes tipos de azeite, o incenso e a oferta de grãos eram manuseados corretamente.

O azeite para a luz era um suprimento de óleo usado para abastecer as lâmpadas do candelabro (Êxodo 27:20). O candelabro (Êxodo 25:31-35) fornecia luz ao tabernáculo enquanto os sacerdotes realizavam o culto. Também simbolizava a presença do SENHOR entre Seu povo (Salmos 27:1, 44:3, 89:15).

O incenso perfumado era uma oferenda queimada no altar de incenso, colocado perto do véu que separava o Santo dos Santos e o Santo Lugar (Êxodo 30:1, 6). Arão queimava incenso perfumado todas as manhãs (Êxodo 30:7), resultando num "incenso perpétuo diante do SENHOR" (Êxodo 30:8). O incenso simbolizava as "orações dos santos" (Apocalipse 5:8, 8:3-4).

A oferta contínua de grãos, feita de "farinha fina" (Levítico 2:1, 6:15), era apresentada junto com o holocausto (Levítico 8:2-11) como expiação (em hebraico, “kippūr”, "cobrir" ou "reconciliar") pelos pecados da pessoa que trazia as ofertas.

O óleo da unção era usado para a consagração (ou seja, "separação" ou "santificação" ao SENHOR) de pessoas (Levítico 8:12) ou coisas (Levítico 8:2-11). O azeite também simbolizava as orações intercessórias pelos enfermos (Marcos 6:13; Tiago 5:14).

Finalmente, o Senhor falou a Moisés e a Arão (v. 17) a respeito da família de Coate. Ele o fez na forma de advertência, dizendo aos sacerdotes: Não cortareis a tribo das famílias dos coatitas dentre os levitas” (v. 18). Aqui, ser "cortado" significava morrer fisicamente. Como afirmado no versículo 15, os coatitas, que não eram sacerdotes (aqueles na linhagem familiar de Arão), corriam o risco de morrer caso manuseassem um dos objetos sagrados sem que ele estivesse coberto. Assim, os sacerdotes, encarregados de cobrir os objetos sagrados precisavam ser diligentes ao fazê-lo, a fim de evitar que algum coatita morresse.

Isso é explicitamente declarado no versículo 19. Os sacerdotes deveriam fazê-lo para que vivessem e não morressem quando se aproximassem dos objetos santíssimos (v. 19). Todas as instruções relativas à cobertura dos objetos sagrados do tabernáculo (versículos 5-15) foram projetadas para salvar vidas. Somente os sacerdotes podiam manusear os objetos aos quais Deus havia declarado como santos. Assim, o SENHOR ordenou que Arão e seus filhos entrassem e designassem cada um deles à sua obra e à sua tarefa. Essa organização garantiria eficiência e segurança.

O SENHOR, então, reafirma a advertência de que eles (os coatitas, que não eram sacerdotes) não deveriam entrar para ver os objetos santos nem por um momento, ou morreriam (v. 20). Se um não-sacerdote visse um objeto sagrado, mesmo que por uma fração de segundo, ele morreria. Assim, os sacerdotes precisavam tomar todas as precauções necessárias para evitar a perda da vida de seus companheiros coatitas. O fato de Deus repetir essa instrução enfatizava a urgência de que eles seguissem Sua direção neste tema e garantissem a segurança de seus irmãos.

Vale a pena refletir sobre o fato de que Deus forneceu e preservou instruções tão específicas para os objetos e utensílios usados na adoração. Deus deixa claro em toda a Bíblia que o objetivo principal da adoração é alinhar nossos corações com o Seu, para que possamos seguir aos Seus caminhos. Quando Israel adorava a Deus, porém isso não resultava em mudanças em seus corações e mentes, Deus rejeitava sua adoração (Amós 5:21-25).

Em nossa era moderna, observamos que a criação de bons hábitos começa com a disciplina. Na medida em que exercitamos a força de vontade para escolher agir, ressignificamos nossa mentalidade. O objetivo dessas instruções específicas era criar a mentalidade de que os caminhos de Deus eram para o seu bem. Qualquer desobediência aos Seus caminhos resultaria em morte (Romanos 6:23). Ao exercerem sua força de vontade para seguir a essas instruções específicas, os israelitas tinham a oportunidade de reorientar sua mentalidade para obdecer a Deus em todos os assuntos.

Uma maneira de os crentes de hoje aplicarem esse princípio é no exercício das disciplinas espirituais. Podemos usar nossa força de vontade para ter uma vida oração, para o estudo da Bíblia, para a meditação na Palavra de Deus, para o jejum ou para várias outras atividades. Se essas atividades orientam nossa mente para Deus, de tal forma que afete outras áreas de nossas vidas, gerando obediência aos Seus caminhos, elas nos serão de grande benefício. Nossa maior bênção está em trilhar os caminhos de Deus, matar o velho homem, a carne, e caminhar em novidade da vida como novas criaturas em Cristo.

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