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Significado de Obadias 1:10-14
Nas seções anteriores, o SENHOR anunciou o julgamento sobre Edom (vv. 2-9). Aqui nesta seção, Deus expõe o motivo do julgamento ao listar os crimes de Edom contra Judá. Ele começa dizendo: Por causa da violência contra seu irmão Jacó.
O termo usado aqui para “violência” varia entre maldade a assassinato. O termo “irmão” é usado para lembrar Edom de sua relação familiar com Judá. Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó (Gênesis 25). E Jacó era o pai da nação Israel (incluindo a tribo de Judá). Assim, Edom e Judá eram parentes.
O nome Jacó representava a nação de Judá. O SENHOR usa o nome de nascimento de Jacó para apontar o caráter hediondo da culpa de Edom. Os irmãos devem ajudar-se uns aos outros. Eles devem mostrar amor fraterno. Porém, Edom não conseguia demonstrar amor e compaixão a Judá, cometendo violência contra eles. A violência é sempre um assunto sério porque os seres humanos são criados à imagem de Deus (Gênesis 1:26; 9:6). Porém, a violência contra um irmão é algo ainda pior. Portanto, Deus diz a Edom: Sereis cobertos de vergonha.
Edom era orgulhoso e arrogante. Agora, o SENHOR os derrotaria e humilharia. Porém, pior do que a vergonha e a humilhação, Edom seria cortado para sempre. Isso significa que Edom seria extinto. Eles não mais existiriam como nação. Como Edom era adversário de Israel, eles eram inimigos de Deus, já que Israel era a nação da aliança de Deus (Êxodo 19:4-6). Portanto, o destino final de Edom seria a destruição.
O SENHOR passa agora a listar os crimes específicos pelos quais puniria Edom. O primeiro crime era que Edom ficou afastada, o que significa que eles haviam se afastado, ou seja, permanecido indiferentes quando Judá precisava de ajuda. O versículo diz: No dia em que você ficou afastado, no dia em que estranhos levaram sua riqueza, e estrangeiros entraram em seu portão e lançaram sortes para Jerusalém.
O termo “dia” refere-se a um período durante o qual um evento ocorre ou ocorreria. O pronome “dele” é usado para Jacó, que representa a nação de Judá (v. 10). O versículo nos diz que Edom se recusou a ajudar Judá durante um momento conturbado de sua vida, quando forasteiros quebraram o portão que o protegia e levaram sua riqueza.
No mundo antigo, o sistema de travamento em portões e portas geralmente incluía uma barra feita de madeira ou metal que deslizava entre duas aberturas nos portais. Esta barra mantinha o portão trancado para evitar que alguém entrasse e ferisse as pessoas. Para garantir que o portão estivesse seguro, as pessoas às vezes usavam suportes feitos de "bronze ou ferro", tornando muito mais difícil romper (Deuteronômio 33:25). No entanto, os invasores persistiram até quebrar a barra do portão. Tendo entrado em Judá, os forasteiros tiveram acesso à riqueza do país. Então, eles lançaram sortes para Jerusalém, a capital de Judá.
Lançar sorte era como jogar dados, ou seja, um lance casual para se chegar a um número aleatório. Nos tempos bíblicos, as pessoas que lançavam sortes acreditavam que o resultado refletia a vontade divina. No Antigo Testamento, os israelitas usaram essa prática em uma variedade de circunstâncias, incluindo (1) a alocação da herança tribal na terra de Canaã (Números 26:55-56), (2) a ordem dos sacerdotes e seus deveres (1 Crônicas 24:5-19; Neemias 10:34) e (3) a determinação da culpa (Josué 7:14-18; Provérbios 18:18). Em nossa passagem, os inimigos de Judá usaram o lançamento de sorte para decidir quem ficaria com os cativos de Judá.
Tudo isso aconteceu diante dos olhos de Edom. Em vez de fornecer ajuda a Judá, Edom assistiu a tudo, enquanto estranhos saqueavam a Judá. Eles permaneceram passivos quando estrangeiros lançaram sortes em Jerusalém para dividir o espólio (Joel 3:3). A passividade de Edom diante do infortúnio de Judá os tornava como uma das nações invasoras. Como o SENHOR afirma: Tu também foste como um deles. Esta afirmação é apropriada porque recusar-se a ajudar é incitar a violência.
Os versículos a seguir consistem em uma série de oito ordens negativas, cada uma iniciada pela expressão "Não". Essas proibições sugerem que Edom foi além de assistir à derrota de Judá: eles haviam zombado de Judá e se opuseram a ele. Portanto, o SENHOR emite essas ordens negativas visando castigar a Edom por suas atitudes em relação a seu irmão Judá.
As três primeiras proibições estão no versículo 12:
“Olhar” aqui significa contemplar a calamidade de alguém, alegrar-se com sua miséria. Edom regozijou-se com o infortúnio de Judá quando deveria tê-la ajudado.
O termo “irmão” enfatiza novamente a natureza hedionda do comportamento de Edom. Em vez de ajudar a Judá, Edom se alegrara quando os invasores destruíram a nação do sul. Edom gabou-se (literalmente, eles "riram de orelha a orelha") pela calamidade de Judá. A frase “no dia de sua destruição/angústia/desastre” ocorre ao longo desta seção. A expressão lembra a Edom do momento específico da história em que haviam maltratado a seu irmão Judá.
A partir do versículo 13, Edom progrede de meras atitudes internas para ações externas. Assim, Deus emite mais três proibições:
Edom foi além de se alegrar com o infortúnio de Judá: eles haviam se envolvido ativamente em sua destruição.
Entrar “pelo portão” significava entrar na cidade. “Por as mãos” significava roubar os bens de um lugar, especialmente durante uma guerra. O verbo “zombar”, que ocorre neste versículo, lembra o versículo anterior (v. 12). Ali, Edom olhou para Judá de longe e se alegrou com seu infortúnio. Aqui, no entanto, Edom se aproximou, primeiro para zombar de Judá e depois para roubar sua riqueza no dia da sua calamidade. Deus ordena que Edom mudasse de atitude e lembra que Judá era Seu povo. Ele havia escolhido a Judá (e Israel) para ser Sua "posse entre todos os povos" (Êxodo 19:5). Portanto, Ele se reservava no direito de vingá-los.
O último versículo desta seção continua a listar os atos perversos de Edom em relação a Judá contendo mais duas ordens negativas:
A expressão "na encruzilhada" refere-se ao local onde uma estrada se dividia em duas direções. Edom não apenas se gloriava com a calamidade de Judá e se juntara ao saque de Jerusalém, mas também esperava em emboscada para matar aos refugiados em fuga e entregar os cativos aos adversários. Ao fazer isso, Edom acrescentara muitos insultos ao seu pecado contra Judá.
Assim, o julgamento de Deus sobre eles seria severo, mas apropriado (vv. 2-9). Deus daria a Edom o que eles fizeram a Judá.
Quando tudo isso aconteceu? Talvez isso se refira ao evento ocorrido durante o reinado de Jeorão, rei de Judá, quando "os filisteus e os árabes" invadiram Judá e "levaram todos os bens encontrados na casa do rei, juntamente com seus filhos e suas esposas, de modo que nenhum filho foi deixado a ele, exceto Jeoacaz, o mais novo de seus filhos" (2 Crônicas 21:16-17; Obadias 1:11). Edom, como uma nação intimamente relacionada a Judá, deveria ter ajudado a seu irmão, mas não o fez. Edom havia "se revoltado contra o governo de Judá e estabelecido um rei sobre si mesmo" pouco antes desse evento (2 Crônicas 21:8).
Assim, Edom pode ter visto a destruição de Judá como um benefício. Deus deixa claro aqui que tal atitude foi algo incrivelmente míope. Alguns datam o reinado de Jeorão em 853-841 a.C.
Outra opção para o momento deste evento éo saque de Jerusalém pelos babilônicos em 586 a.C. (Veja a introdução para obter mais informações sobre o provável momento de Obadias).