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Significado de Filemom 1:15-16
Depois que Paulo informou a Filemom que não queria tirar proveito de sua autoridade apostólica e ordenar a devolução de Onésimo (Filemom 1:9) ou obrigar enganosamente sua obediência, escondendo o fato de que estava usando seu escravo fugitivo (Filemom 1:14), Paulo convida Filemom a considerar a perspectiva de Deus:
“Talvez por isso ele se apartasse de ti por algum tempo, para que tu o recuperasses para sempre.”
Paulo sugere a Filemom que talvez a razão pela qual Deus tenha permitido que Onésimo fugisse era para que ele pudesse se encontrar com Cristo e se tornar um membro da família eterna de Jesus junto com Filemom. Paulo não sugere que Onésimo tinha isso em mente ao fugir. Onésimo provavelmente só pensava em si mesmo; a razão pela qual ele fugiu de Filemom pode ter sido para escapar da vida de escravo. Porém, no crime de Onésimo, Deus estava operando um plano maravilhoso que abençoaria não apenas ao escravo fugitivo, mas também a seu senhor romano.
A sugestão de Paulo nos lembra de como Deus usou as más intenções dos irmãos de José ao vendê-lo como escravo. Isso foi o catalisador de como José, mais tarde, salvaria sua família da fome como príncipe do Egito:
"Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o intentou para o bem, para fazer, como é agora, que se conserve muita gente em vida" (Gênesis 50:20).
Pelo fato de Onésimo ter-se encontrado com Paulo e, a partir dessa interação, ter passado a crer em Jesus, ele foi mudado para sempre. Ele fugiu como mero escravo. Porém, não voltou mais como escravo. Agora ele era mais do que um escravo. Era um irmão amado.
Isso toca nos temas centrais da epístola: a identidade de cada crente é ser filho ou filha de Deus. Isso é quem eles são em Cristo. É um fato eterno que todo crente em Jesus, independentemente de sua posição na vida ou do que tenha feito, é um membro eterno da família de Deus. Como João escreve em seu Evangelho:
"Ele veio aos seus, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos O receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, a saber, os que crêem em Seu nome, que nasceram, não de sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:11-13).
Este fato eterno se sobrepõe a todo relacionamento temporal com outras pessoas aqui na terra. Cada vizinho, cada colega de trabalho, cada concorrente, cada parente que creia em Jesus e receba o dom da vida eterna é mais do que um vizinho, mais do que um colega de trabalho, mais do que um concorrente, mais do que parentes. Todos os crentes são irmãos eternos em Cristo. Nossas interações com todos os crentes, incluindo nossos maridos ou esposas, devem ser conduzidas tendo este fato incrível em mente.
Ao longo de sua epístola, Paulo se refere a Timóteo, Filemom e Áfia como irmãos (Filemom 1:1, 1:7) ou irmãs (Filemom 1:2). Pporém, aqui, Paulo lembra a Filemom de seu relacionamento eterno com Onésimo. Quando Paulo enviou Onésimo de volta a Filemom, Onésimo voltou não mais como escravo, mas como um irmão amado. Este foi o mesmo termo que Paulo usou para saudar a Filemom (Filemom 1:1). Paulo estava essencialmente dizendo a Filemom que ele deveria tratar a Onésimo com a mesma consideração que Paulo o tratava e considerava. O relacionamento eterno de Paulo com Filemom era o mesmo que seu relacionamento com Onésimo. Ambos eram irmãos amados. E, como Filemom e Onésimo eram agora irmãos eternos na família de Deus, Paulo convida Filemom a receber a Onésimo como seu irmão amado.
Paulo diz a Filemom que Onésimo era um irmão amado especialmente para mim. E convida Filemom a considerar o quanto Onésimo era um irmão para ele também. A seguir, Paulo acrescenta uma frase interessante: Quer na carne quer no Senhor. A segunda parte deste qualificativo — no Senhor — é mais fácil de entender à luz dos relacionamentos eternos discutidos por Paulo até este ponto. Filemom e Onésimo eram irmãos em Cristo.
Porém, a primeira parte da expressão não é tão simples. Como Filemom e Onésimo poderiam ser irmãos na carne? A Bíblia não dá nenhuma indicação de que eles tinham qualquer relação familiar. Na sociedade romana seria altamente incomum, se não inédito, que um membro da família tivesse a seu próprio irmão como escravo. Se eles não eram parentes consanguíneos, o que, então, Paulo quis dizer com essa observação?
Esta talvez tenha sido a maneira de Paulo pedir a Filemom que emancipasse a Onésimo, concedendo-lhe sua liberdade. Paulo estava encorajando Filemom a agir de acordo com o fato de que Onésimo era seu irmão eterno no Senhor, convidando-o a tratá-lo como seu irmão amado na carne; ou seja, este era um apelo por sua liberdade.
O comentário de Paulo sobre Filemom e Onésimo serem irmãos na carne também poderia significar que eles eram irmãos no ministério, servindo ao Evangelho de Cristo.