Significado de Filipenses 3:1

Depois de fazer um apelo apaixonado no capítulo 2 para que os filipenses adotassem a mentalidade ou a perspectiva adotada por Jesus ao obedecer a Seu Pai e descer do Céu para a terra, confiando na intenção benevolente de Deus para com Ele, Paulo agora começa a encerrar a carta. É provável que ele tenha ditado essa carta. Ele parece concluir seus pensamentos ao dizer: Finalmente. Assim, fica evidente que ele tinha muito mais a dizer. Ele dirá “finalmente” outra vez no capítulo 4 (Filipenses 4:8).

O pensamento que Paulo tem para este fechamento é: Meus irmãos, alegrai-vos no Senhor. Em Filipenses 2:14, ele havia dito: "Fazei todas as coisas sem reclamar nem contestar". Alegrar-se no Senhor demonstra atitude semelhante. Alegrar-se no Senhor significa aceitar todas as circunstâncias como o melhor de Deus para nós, confiando em Sua intenção benevolente para conosco em todas as coisas. O regozijo não está nas circunstâncias. Não tem a ver com ser feliz porque algo bom aconteceu. O regozijo está no Senhor. Paulo os instrui a se alegrar por causa de seu relacionamento com Deus e sua oportunidade de servir a Cristo, realizando Seus desígnios.

Este mandamento de alegrar-se no Senhor requer a mentalidade ("phroneo") que Paulo defende no capítulo anterior (Filipenses 2:5-10). Quando escolhemos a mentalidade de Cristo, podemos escolher ser alegres em todas as circunstâncias, porque as veremos como dadas por Deus — oportunidades para conhecermos a Deus pela fé.

Quando escolhemos a mentalidade de Cristo, podemos escolher olhar para qualquer circunstância como uma oportunidade de confiar e servir, resultando em oportunidades para obtermos as maiores riquezas disponíveis nesta vida — as riquezas das recompensas de Deus para os que vivem em obediência a Ele.

Paulo deixa claro que a confiança de Jesus na intenção benevolente de Seu Pai para com Ele ao pedir-Lhe que suportasse tamanha dificuldade foi completamente validada, pois Deus "O exaltou e lhe concedeu o nome que está acima de todo nome" (Filipenses 2:9). Infere-se que a mesma promessa se aplique a nós. Isso é explicitamente afirmado em 1 Pedro e Tiago:

"Humilhai-vos na presença do Senhor, e Ele vos exaltará" (Tiago 4:10).

"Portanto, humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no momento oportuno, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele cuida de vós" (1 Pedro 5:6).

Ser "humilde" é ver a realidade como ela é. Alegrar-se no Senhor significa fazer a escolha de abraçar a realidade de que os caminhos de Deus são mais altos do que os nossos caminhos e que Ele sabe o que é melhor para nós. A intenção de Deus para conosco é sempre benevolente, independentemente de nossas circunstâncias. Isso nos leva a alegrar-nos no Senhor, mesmo sob circunstâncias terríveis. Jesus foi traído, falsamente condenado e assassinado, mas Deus usou essas circunstâncias mais sombrias como uma oportunidade para redimir o mundo do pecado. Da mesma forma, podemos nos alegrar, porque sabemos que, se suportarmos as provações, Jesus nos abençoará além da medida.

Podemos nos alegrar no Senhor, apesar da perseguição, apesar das dificuldades, apesar dos problemas, sabendo que Deus usa todas as coisas para o nosso bem (Romanos 8:28). Isso é defendido por Paulo como uma perspectiva necessária de escolha, a fim de adotarmos a atitude, mentalidade ou perspectiva que ele defendia que os filipenses adotassem (Filipenses 2:5-10).

Paulo parece validar esta aplicação ao afirmar em seguida: Escrever as mesmas coisas novamente não é problema para mim, é uma salvaguarda para vós. O mandamento de alegrar-se no Senhor repete as mesmas coisas que ele havia dito no capítulo 2. Uma maneira prática de testar se estamos adotando a atitude que Paulo nos ensina a adotar no capítulo 2 é nos alegrar no Senhor durante circunstâncias difíceis.

Paulo estava preso. Ele havia sido falsamente acusado. Ele logo estaria diante do imperador Nero e poderia morrer injustamente. Ele se alegra no Senhor porque havia escolhido adotar a mesma atitude adotada por Jesus. Jesus veio à terra para sofrer e morrer, a fim de obedecer a Seu Pai. Paulo estava sofrendo pelo Evangelho, a fim de obedecer a seu Mestre, Jesus. Isso o deixava feliz.

Alegrar-se no Senhor é uma salvaguarda. Quando começamos a pensar que "sabemos mais que Deus", nos abrimos para más influências. Enquanto formos gratos por tudo o que ocorre em nossas vidas, confiando que Deus nos segura em Suas mãos, estamos a salvo de desperdiçar nossas vidas em atividades inúteis, esforços desprovidos de benefícios duradouros.

Paulo afirma que o regozijo é uma salvaguarda, pois estava preso. Parece claro que ele tinha sua segurança espiritual em mente aqui; sua segurança física estava claramente em perigo. Consistente com a atitude que ele defende nesta carta, Paulo parece principalmente preocupado em alcançar a mesma recompensa de Jesus ao viver uma vida de fidelidade a Ele. Viver com gratidão em todas as circunstâncias nos fornece uma proteção contra a perda dessa mentalidade.