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Significado de Filipenses 4:15-19

Paulo elogia os filipenses por serem a igreja mais generosa em todo o seu ministério. Eles lhe haviam dado apoio financeiro desde o início. Paulo nunca lhes pediu isso, mas eles deram por seu próprio desejo de participar de seu trabalho ministerial. Paulo descreve sua doação em termos de um sacrifício agradável a Deus, pelo qual eles seriam recompensados quando Jesus voltar.

Paulo, agora, passa a abordar sobre o histórico de seu apoio a ele. Ele diz: Vós mesmos também sabeis, filipenses, que na primeira pregação do Evangelho, depois que saí da Macedônia, nenhuma igreja compartilhou comigo na questão de dar e receber, somente vós. Durante a segunda viagem missionária de Paulo, ele e Silas, que se juntaram a Timóteo, foram para a Macedônia, no norte da Grécia (Atos 16). A Macedônia era uma província romana e o território onde se localizavam as cidades de Filipos, Tessalônica e Beréia. Quando Paulo e seus companheiros partiram da Macedônia, apenas os filipenses mantiveram seu apoio financeiro a Paulo. Nenhuma igreja compartilhava com Paulo na questão de dar e receber financeiramente além da igreja em Filipos. Eles eram os únicos.

Os filipenses forneceram apoio financeiro a Paulo até mesmo quando ele ainda ministrava na Macedônia, pois mesmo em Tessalônica enviastes ofertas mais de uma vez para minhas necessidades. Durante sua segunda viagem missionária, Paulo e Silas foram primeiro para Filipos; depois de serem maltratados ali, foram para Tessalônica. Enquanto ministravam lá, os filipenses enviaram contribuições financeiras várias vezes. É provável que os crentes em Filipos estivessem sendo perseguidos. Porém, eles aparentemente entendiam a mentalidade ("phroneo") ensinada por Paulo e queriam participar do seu ministério. Eles pareciam ter entendido o conceito bíblico de que "Aquele que receber um profeta em nome de um profeta receberá a recompensa de um profeta" (Mateus 10:41), dado que este é o princípio ao qual Paulo afirmaria a seguir.

Paulo é grato por seu apoio e os elogia por participarem com ele no ministério, não porque buscasse a oferta em si. O principal benefício para Paulo era ver seus filhos amados prosperarem na fé. O principal motivo da alegria de Paulo em receber a oferta era porque ele buscava o lucro que aumentaria conta deles. O registro ao qual Paulo se referia era o registro celestial de suas boas ações. A mentalidade ("phroneo") que Paulo defendia estava enraizada nas recompensas de Deus, em agradá-Lo através da nossa fidelidade e obediência. Paulo seria liberto da prisão e gozaria um tempo de liberdade, depois seria preso novamente e morto. Ele escreveu 2 Timóteo pouco antes de sua morte e disse isso sobre seu próprio relato:

"...porque sei em quem tenho crido e estou convencido de que Ele é capaz de guardar o que lhe confiei até aquele dia" (2 Timóteo 1:12b).

Paulo considerava que todas as obras realizadas por ele em obediência a Jesus eram como depósitos em sua conta celestial. E ele acreditava que Deus iria "guardar" seu crédito para que ele pudesse "sacá-lo" quando chegasse ao Céu.

Quando os filipenses apoiavam financeiramente a Paulo, isso lhes trazia lucro que aumentava sua conta no céu. Este é o retrato de um negócio de sucesso. Quando uma empresa tem vendas que excedem as receitas, o lucro aumenta a conta patrimonial do negócio. Da mesma forma, quando esses filipenses doavam seus meios terrenos para apoiar a causa do Evangelho, eles adicionavam lucro às suas contas no céu. Eles faziam depósitos nos tesouros celestiais.

Sobre a oferta específica dada pelos filipenses, Paulo diz: Mas recebi tudo na íntegra e tenho abundância. Ele estava dizendo: "Eu recebi tudo o que vocês enviaram! Vocês enviaram mais do que eu precisava". Ele enfatiza o ponto pela repetição, dizendo: Estou amplamente abastecido, tendo recebido de Epafrodito o que enviastes. Epafrodito fora o mensageiro que havia levado a doação financeira dos crentes em Filipos até Paulo em Roma. Ele, então, ficou doente e quase morreu e parece ter sido enviado de volta a Filipos por Paulo com esta carta. Paulo assegura-lhes que a oferta foi suficiente para satisfazer as suas necessidades físicas, através das frases “tenho em abundância” e “estou amplamente suprido”.

Paulo, então, chama a oferta financeira dada por seus parceiros em Filipos como “aroma perfumado, um sacrifício aceitável, agradável a Deus”. Ao falar de um “aroma perfumado”, Paulo podia ter em mente o incenso oferecido no tabernáculo e, mais tarde, no templo. Ou talvez o holocausto, que era um "aroma agradável" ao Senhor (Êxodo 29:18,, 2541). Assim como o carneiro oferecido no altar produzia um aroma na medida em que o cheiro subia ao céu, aquela oferta financeira a Paulo subia ao céu e agradava a Deus. Era como um sacrifício aceitável. Para que os sacrifícios fossem aceitáveis, eles precisavam ser dados da maneira adequada, com a atitude adequada. Paulo aqui estava dizendo: "Vocês fizeram muito bem, vocês fizeram isso da forma certa, com a motivação certa".

Agora, Paulo faz uma afirmação bastante contraintuitiva. Ele diz: O meu Deus suprirá a todas as suas necessidades de acordo com Suas riquezas em glória em Cristo Jesus. Espere um minuto! Paulo era o único com necessidades, certo? E suas necessidades não haviam acabado de ser supridas pelos filipenses? Em termos de bens materiais, sim, isso era um fato. Porém, como foi amplamente demonstrado ao longo desta carta, a mentalidade ("phroneo") que Paulo tinha, recomendada por ele aos filipenses, é a de que as coisas espirituais são de muito maior importância. As coisas espirituais duram para sempre. As coisas físicas desaparecerão.

Paulo não omite as coisas físicas. Ele simplesmente diz que seu Deus supriria todas as suas necessidades. Esta é uma afirmação definitiva. A aplicação é que se os filipenses adotassem a mentalidade de Paulo, adotada também por Jesus, e se alegrassem em todas as coisas, o que quer que acontecesse em suas vidas podia ser considerado como suprimento: "Isto é tudo o que eu preciso". Com essa atitude, a afirmação de que Deus supriria todas as suas necessidades era uma certeza.

Se escolhermos adotar uma mentalidade de confiar plenamente na benevolência de Deus, saberemos que tudo o que temos é tudo o que precisamos. Deus provê o que é apropriado para cada tempo. No entanto, Paulo acrescenta um qualificador: a provisão de que nossas necessidades são concedidas de acordo com as riquezas em glória de Deus. As riquezas de Deus são ilimitadas e Deus suprirá tudo o que for necessário agora e recompensará aos que confiam Nele e que seguem Seus caminhos também de acordo com Suas riquezas em glória. A expressão “glória” pode se referir a Deus em toda a Sua dimensão. Esta criação atual exibe Sua glória (Salmo 19). No entanto, dado o contexto, pode ser que Paulo tivesse em mente as riquezas que Deus tem na glória de Sua presença. Paulo poderia estar se referindo à atitude de Jesus, que deixou Sua casa de glória para vir à terra, apenas para ganhar ainda mais glória ao retornar à presença de Deus no Céu (Filipenses 2:5-11).

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