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Significado de Provérbios 4:20-27
Salomão está agora chegando a uma declaração final para esta linha de pensamento. O capítulo 4 consistiu em um testemunho pessoal e um relato sobre os dois caminhos da vida - sabedoria ou maldade, e uma descrição da escolha entre ambos; essas observações finais são uma tentativa de persuadir a audiência jovem, à luz das evidências apresentadas, a escolher o caminho da sabedoria.
Em uma linguagem semelhante à que ele usou imediatamente após seu testemunho pessoal (veja as notas em Provérbios 4:10-13), ele se dirige à sua audiência como meu filho e - para enfatizar - ele recomeça o discurso.
Ele está chamando os jovens a serem diligentes. Preste atenção nas minhas palavras, incline o ouvido para os meus ditos. Em outras palavras: mergulhe nestas lições, os ditos (ou palavras) que virão são a fonte da vida não os perca, não deixe que passem por você, não permita que sua mente divague, isso é muito importante, é (a experiência de) vida ou morte. Ouça verdadeiramente o que tenho para compartilhar, incline seu ouvido para esses provérbios (ditos). Não se distraia com algo mais e concentre-se no que estamos falando. Não é adequado dar apenas um aceno superficial a isso; é a própria essência da vida e merece total atenção.
Esses provérbios devem ser mantidos constantemente em mente - não os deixe afastar do seu olhar, mas guarde-os no meio do seu coração. Salomão convoca cada filho a fazer uma escolha. Não podemos controlar completamente quais pensamentos entram em nossa mente, mas temos a escolha do que ponderamos. Salomão exorta cada filho a manter continuamente essas palavras de sabedoria em seu campo de visão e no meio de seu coração. Na prática, isso significaria que, à medida que os pensamentos se apresentam na mente do filho, ele pode avaliar se são verdadeiros comparando-os com a sabedoria que ele absorveu.
Este processo requer uma intencionalidade contínua, uma avaliação constante e a escolha de focar no que é verdadeiro, em vez do que é falso. Não é o tipo de informação para colocar em uma prateleira para caso de emergência. É o tipo de instrução necessária para cada momento, cada oportunidade, cada escolha.
Esses ditados são vida para aqueles que os encontram e saúde para o corpo deles. Isso é para você! Não são regras obrigatórias, não é uma caixa na qual você deve se encaixar, mas sim, uma instrução benéfica, caminho para se tornar tudo o que fomos criados para ser. Não há outro caminho para a realização do que cumprir o propósito para o qual fomos criados.
A sabedoria é a chave para a realidade, o segredo para descobrir o seu melhor interesse e viver uma vida com significado. Ao ser exposto a esses provérbios, você os descobriu, mas se você os esquecer tão rapidamente quanto os aprendeu, de que adianta? Você realmente encontra a sabedoria ao internalizar a mensagem e tomar ações contínuas para caminhar no caminho da retidão.
A justiça, ou integridade, é simplesmente andar nos caminhos ordenados por Deus para o nosso melhor. Isso ocorre quando há harmonia entre nossas ações e o design de Deus para nós. O caminho da sabedoria leva à paz interior, pois estamos alinhados com nosso propósito, leva à harmonia com a missão que Deus atribui a cada pessoa. Em cada caso, nada fica no caminho; podemos escolher seguir o caminho da sabedoria, nossos únicos obstáculos são nossas próprias escolhas ruins.
Por esse motivo, Salomão exorta sua audiência a vigiar o coração com toda a diligência. Dele fluem as fontes da vida. Quando escolhemos habitar na sabedoria, nosso coração é transformado por ela, e a vida fluirá das escolhas que fazemos ao seguir o caminho dela. Não nos são prometidas circunstâncias específicas que possamos considerar desejáveis, mas a própria vida, essa, é o que anelamos no mais íntimo do nosso ser. Ela transcende as circunstâncias físicas.
A sabedoria traz veracidade para nossa existência. E isso tem um efeito em nossa saúde física. A sabedoria não apenas traz vida para nossas almas, mas saúde para nossos corpos. Isso pode ocorrer por muitas razões. Uma delas é porque não estamos carregando o peso e o estresse de lutar contra a realidade. A sabedoria nos leva a uma melhor administração de nossos corpos e nos ajuda a evitar vícios. Isso não é uma promessa de que nunca ficaremos doentes ou nunca sofreremos fisicamente; afinal, "aos homens está ordenado morrer uma vez" (Hebreus 9:27). É, em vez disso, um princípio geral de que, todas as coisas sendo iguais, as pessoas que vivem com sabedoria terão uma melhor saúde física do que as pessoas que vivem sem ela.
As fontes da vida são uma imagem de prosperidade. No mundo antigo, as nascentes de água traziam abundância. Grande parte de Israel enfrentava estações secas, então as nascentes eram um recurso precioso. Isso significava uma fonte contínua de água para as pessoas e também para os animais. Da mesma forma, a sabedoria traz abundância para nossa vida espiritual. A sabedoria é uma fonte de abundância. Ela nos leva ao nosso maior potencial de realização.
É por isso que devemos vigiar nosso coração com toda diligência. O sucesso na vida não se trata do que acontece conosco externamente. Trata-se de nossa postura interna, nossa perspectiva. A maneira como gerenciamos nosso caráter e administramos nossas próprias responsabilidades. Quem nos tornamos e o que fazemos com o que nos é dado. O coração é o centro de controle, onde fazemos nossas avaliações e escolhas. É por isso que precisamos ter grande diligência para encher nosso coração de sabedoria.
Se o coração é o centro, a fonte da qual tudo mais flui, faz sentido guardá-lo. Nós o guardamos prestando atenção aos caminhos que levam até ele. O apóstolo Paulo falou sobre isso quando exortou seus filhos espirituais em Corinto a tomar "cada pensamento cativo à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5).
Salomão instrui os jovens a remover de ti a malignidade da boca e afasta, para longe de ti, a perversidade dos lábios. A fala cria pensamentos. A fala enganosa obstrui o caminho para a fonte fluir (em ambas as direções). Salomão exorta cada filho a manter as palavras malignas bem longe. Não permita que elas se aproximem (ou estejam perto de você) ou correrá o risco de seu coração ser envenenado.
Isso, é claro, significa que cada filho precisa ser capaz de discernir entre o que é verdadeiro e o que é maligno. E é aí que a sabedoria entra mais uma vez. Essa é uma de suas funções essenciais; nos capacitar a discernir o que é real daquilo que é falso.
Uma boca maligna e palavras perversas não são apenas obstruções, mas também distrações. Elas nos desviam daquilo em que deveríamos estar focados. Mentiras e manipulação, conversas astutas e enganosas, todos nos afastam do caminho da sabedoria. Se as fontes da vida não fluem, o mal flui. Em vez de vida e bondade, obtemos fontes de luxúria e maldade. O pecado não é apenas uma lista de atos proibidos; é uma separação de Deus e de Seus caminhos. É o caminho da maldade, que leva à nossa própria destruição. Ele nos separa do propósito para o qual fomos criados e, em última instância, nos leva não apenas à separação de outros seres humanos (com os quais deveríamos estar em comunidade harmoniosa), mas também à separação de nós mesmos. É uma morte (separação) que é a perda daquilo que fomos destinados a ser.
Já que tendemos a ir na direção para a qual estamos olhando, Salomão nos orienta a dirigir os teus olhos para a frente, e olhem as tuas pálpebras diretamente diante de ti. Todos os três elementos se referem a mantermos a visão da sabedoria; focar no caminho que Deus tem para nós, em vez de acreditar que podemos encontrar e seguir um caminho melhor. Se seguirmos os provérbios de Salomão e nos comprometermos com o caminho da sabedoria, nossos caminhos serão estabelecidos. Em outras palavras, se nos concentrarmos à frente, avançaremos. Se mantivermos nosso coração, olhos e mente na sabedoria, agiremos com sabedoria. Seguiremos o caminho estabelecido diante de nós se mantivermos os olhos no caminho. Tudo isso requer uma intencionalidade contínua e um esforço constante de investimento. Isso remete ao versículo 7, onde Salomão diz que o começo da sabedoria é tomar uma decisão firme, um compromisso de adquirir sabedoria.
Só iremos nos desviar para a direita ou para a esquerda se fizermos a escolha de olhar para os lados. A palavra declinar, ou virar, na primeira parte do versículo 27 é a palavra hebraica "natah", que significa literalmente "estender". Ela tem uma conotação de deriva, o tipo de coisa que fazemos quando nosso olhar se desvia de um ponto fixo na distância para outro. Isso pode nos tirar o foco, de negligenciar o esforço contínuo de continuar diretamente no caminho da sabedoria.
Na segunda parte do versículo, vemos novamente a palavra declinar em português, mas desta vez vem do hebraico "cuwr", que significa "partir", "evitar" ou "desviar-se". Portanto, devemos evitar desviar para a direita ou para a esquerda e, se nos encontrarmos fora de curso, arrepender-nos e voltar para o caminho reto da sabedoria.