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Salmo 36:10-12 explicação

O amor fiel de Deus jamais cessa, humilha os orgulhosos e, por fim, derruba toda força do mal.

O Salmo 36:10-12 é tradicionalmente atribuído a Davi, que reinou como o segundo rei de Israel de cerca de 1010 a.C. a 970 a.C., e culmina com um apelo esperançoso a Deus. Ele clama: Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça, aos retos de coração (v. 10). Ao enfatizar a benignidade de Deus, ou a fidelidade da aliança, Davi destaca que Deus age em favor do seu povo com fidelidade. Aqueles que verdadeiramente o conhecem confiam nessa presença constante, especialmente quando buscam viver retamente. Este versículo alude à verdade de que o amor e a justiça não podem ser separados na natureza do Todo—Poderoso.

A oração de Davi clama para que o amor constante de Deus continue sem interrupção. No pensamento bíblico, “conhecer a Deus” não é meramente reconhecer Sua existência, mas também compartilhar um vínculo de aliança e compromisso com Ele. Seja na alegria ou na tristeza, o amor de Deus permanece inabalável, alcançando Seu povo com misericórdia e graça. Essa bondade contínua também ecoa o ensinamento do Novo Testamento sobre o amor eterno de Deus, evidente nas passagens sobre a vinda de Jesus ao mundo (João 3:16). Por meio de corações justificados, os indivíduos se alinham aos caminhos de Deus e recebem Seu cuidado salvador.

No contexto mais amplo do Salmo 36, Davi destaca o contraste entre a maldade humana e a bondade divina. As pessoas de coração reto dependem da compaixão de Deus. Quando Davi implora a Deus que continue a lhe conceder Seu favor, ele lembra aos crentes a provisão e a segurança infinitas encontradas somente no Senhor. Essa certeza encoraja todos os que caminham pela fé a prosseguirem, confiantes de que Deus os sustentará.

Em seguida, Davi suplica: Não venha contra mim o pé de soberba. E não me repila a mão dos iníquos (v. 11). A referência ao pé do orgulho indica a natureza opressiva da arrogância, que frequentemente cria obstáculos para os fiéis. O orgulho é consistentemente retratado nas Escrituras como uma força destrutiva, uma atitude à qual Deus se opõe (Tiago 4:6). Davi ora para permanecer livre de tais influências, implorando a Deus que o proteja de qualquer presença dominadora.

Esta petição reflete a realidade de que a oposição pode vir tanto de dentro, através da tentação de se tornar arrogante, quanto de fora, através da ameaça de indivíduos perversos. O pedido de Davi por proteção divina ressalta mais uma vez a relação de aliança, à medida que os fiéis buscam em seu Senhor amparado em todos os perigos. Ao buscar refúgio em Deus, o salmista exemplifica uma humilde confiança naquele que concede paz e segurança.

O uso da expressão “me repila” por Davi pinta um retrato vívido de alguém forçado a abandonar um lugar seguro. Contudo, o próprio apelo implica que os crentes são acolhidos na presença de Deus, abraçados por Ele e fortalecidos contra todas as formas de mal. Num sentido bíblico mais amplo, este versículo clama por humildade e confiança inabalável para manter uma comunhão íntima com Deus, resistindo a qualquer arrogância que possa romper esse relacionamento e colocar o crente em perigo.

A conclusão da passagem enfatiza o julgamento sobre a maldade: Ali, estão caídos os que obram a iniquidade; estão derrubados e não se poderão levantar (v. 12). Davi deposita confiança firme no triunfo final de Deus sobre o mal. Suas palavras ressoam com um tom definitivo, destacando que, como o Senhor justo reina, a persistência na prática do mal inevitavelmente termina em derrota. Aqueles que praticam a maldade podem parecer poderosos por um tempo, mas o domínio de Deus prevalece.

Quando Davi diz que os ímpios “não poderão se levantar”, ele sinaliza que sua queda é permanente. Isso ressoa com os temas da justiça divina presentes em toda a Escritura, apontando para passagens do Novo Testamento que enfatizam o julgamento final do mal (Apocalipse 20:10). A percepção de Davi, fruto tanto de sua experiência pessoal quanto da história de Israel, exorta os fiéis a reconhecerem a vitória certa da justiça no reino de Deus.

Em termos práticos, o salmo se encerra unindo o amor e a justiça de Deus à Sua retidão, oferecendo segurança a todos os que permanecem íntegros de coração. O mal não prevalecerá contra o Todo—Poderoso. A confiança de Davi na proteção e no plano soberano de Deus assegura aos crentes que seu refúgio está em se alinharem com o Senhor, tanto em atitude quanto em ação.

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