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Significado de Romanos 13:11-14
Quando Paulo diz: “Digo isso” (v. 11), ele está se referindo às ações que demonstram uma vida justa e harmoniosa por meio da fé e do amor ao próximo, atitudes sobre as quais ele nos instruíra nos capítulos 12 e 13. “Sabeis o tempo, que já é hora de vos despertardes do sono; porque agora está mais perto de nós a salvação do que quando recebemos a fé” (v. 11).
Paulo desejava que todos os crentes amassem uns aos outros, vivessem pacificamente uns com os outros, servissem uns aos outros com os dons que lhes haviam sido dados, vivessem sacrificialmente para Deus e uns pelos outros, com fé em Deus e em Cristo. Agora, ele responde por que devemos fazer isso, por que devemos viver de forma harmoniosa e justa. Uma das respostas é porque a salvação estava mais perto do que quando eles creram no início (v. 11).
Paulo diz que a salvação, ou a libertação, estava mais perto do que quando no início. A palavra grega traduzida como “salvação” é "soteria". Ela indica um estado em que algo é liberto de alguma coisa. A forma verbal é "sozo" e refere-se a algo que é entregue. "Sozo", às vezes, é traduzido como "ficar bem", como quando a mulher tocou a bainha da vestimenta de Jesus porque cria que ela seria liberta de sua doença (Mateus 9:21). Assim, quando lemos a palavra "salvar" ou "salvação" neste contexto, sempre precisaremos determinar o que está sendo liberto do quê.
Aqui, Paulo fala sobre a glorificação da salvação, quando formos chamados ao céu, à presença de Deus. Apenas lá seremos libertos da presença do pecado. Lá receberemos novos corpos e seremos libertos de nosso corpo carnal de morte (Romanos 7:24). “Quando cremos” refere-se a quando inicialmente chegamos à fé na morte e ressurreição de Cristo.
Paulo, porém, nos diz que quanto mais longe no tempo formos, mais perto estaremos da salvação. Isso pode parecer confuso, porque tendemos a pensar na salvação como um ponto no tempo em que cremos em Cristo pela primeira vez.
Mas, novamente, é importante lembrar que “salvação” significa apenas que "algo está sendo liberto de algo". Devemos sempre olhar para o contexto para ver o que está sendo liberto do quê. Quando cremos inicialmente, fomos "salvos" porque fomos libertos da separação de Deus através da morte e ressurreição de Jesus. Porém, há também um livramento futuro, uma salvação futura.
Neste caso, a cada dia que vivemos, nos aproximamos do tempo no futuro no qual deixaremos esta terra e estaremos com Jesus. Experimentaremos, então, um tipo diferente de salvação, o fim das labutas desta vida, o livramento da nossa carne pecaminosa.
Paulo se refere à “noite” como um quadro que descreve nosso mundo atual e pecaminoso, garantindo que ela vai passar. Em seu lugar virá o dia em que seremos levados à luz plena de Jesus. A noite está quase no fim, o dia está próximo (v. 12). Cada dia que passa nos leva mais perto desse evento glorioso.
Portanto, devemos estar prontos, devemos estar acordados do sono e esperar pelo nascer do sol. Paulo nos instrui a “deixarmos de lado as obras das trevas e nos revestirmos com a armadura da luz” (v. 12), vivendo de forma justa e harmoniosa uns com os outros.
O apóstolo nos mostra como isso ocorre nos capítulos 12 e 13. Paulo nos encoraja a viver uma vida de amor, paz e serviço. Ele nos encoraja a viver como sacrifícios vivos, procurando agradar a Deus em tudo o que fazemos (Romanos 12:1-2).
O apóstolo usa esse exemplo da noite e do dia para mostrar que devemos viver como pessoas que se comportam corretamente durante o dia (v. 13), em comparação com como as pessoas tendem a fazer coisas erradas à noite. Na escuridão, as pessoas são mais propensas a se envolver em desejos pecaminosos do que durante o dia, quando suas ações estão mais à mostra.
Não devemos viver em “orgias e bebedices, em impudicícias e dissoluções, em contendas e ciúmes” (v. 13). Nós, crentes, devemos nos comportar sempre como nos comportamos durante o dia, ou seja, corretamente, em amor e harmonia uns com os outros.
Os pecados sexuais devem ser particularmente evitados porque são os mais autodestrutivos de todos os pecados (1 Coríntios 6:18). Como Paulo observa no capítulo 1, entretanto, todo pecado é autodestrutivo. Paulo nos mostra a progressão destrutiva do pecado, que vai da luxúria ao vício, depois à perda da saúde mental (Romanos 1:24, 26, 28).
Desde a época de Adão, a humanidade vive na depravação: lutamos uns contra os outros, temos ciúmes uns dos outros, usamos nossos corpos de maneiras não projetadas por Deus. Paulo diz que, ao invés de vivermos como o mundo vive, devemos nos revestir do Senhor Jesus Cristo e viver juntos em fé e harmonia. Uma maneira de fazermos isso é não nos colocarmos em circunstâncias que fortaleçam os desejos da nossa carne.
Assim como alguém que é viciado em determinada droga ou comportamento, devemos buscar nos afastar de situações que possam nos engolir. Se uma situação tiver o potencial de nos expor à chance de nos entregar a desejos pecaminosos e carnais, não devemos nos aproximar dela. Ao invés disso, devemos revestir-nos “do Senhor Jesus Cristo e não vos preocupeis com a carne para não excitardes as suas cobiças” (v. 14).
A palavra grega traduzida como “concupiscência” também é encontrada em Romanos 1:24. Romanos 1:24 marca o primeiro estágio da progressão de três partes da espiral do pecado rumo à autodestruição. A maneira de evitarmos essa espiral negativa é nunca entrar nela. Uma vez que nos envolvamos com o pecado, nossas concupiscências nos sugam e nos arrastam a uma espiral descendente. A maneira de evitar essa perda é não fazer nenhuma provisão para ela, ficando completamente afastados e evitando qualquer envolvimento com ela.
A ideia básica de não fazermos “provisão para a carne” encontra eco em outras partes das Escrituras, onde somos exortados a ficar longe das tentações sexuais (1 Coríntios 6:18; Provérbios 7:25).
Neste capítulo, Paulo nos mostra como viver harmoniosamente através da fé e por que devemos fazê-lo. O capítulo 13 nos mostra que alguns aspectos dessa vida harmoniosa incluem nossa obediência às autoridades, o amor uns aos outros e o distanciamento do pecado e dos desejos carnais, porque sabemos que a glorificação está chegando e em breve estaremos na presença de Deus.