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Significado de Romanos 14:10-12
Viver em justiça é viver em harmonia com os desígnios de Deus. Deus desejou que vivêssemos em harmonia uns com os outros através da fé, não vivendo em constante julgamento uns sobre os outros em relação a regras religiosas. O foco nas regras religiosas nos leva à condenação e à divisão.
Paulo aponta o erro de julgar-nos uns aos outros; não somos juízes sobre a justiça e o pecado: “Tu, porém, por que julgas a teu irmão? Ou tu também, por que desprezas a teu irmão? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus” (v. 10).
Estamos aqui para animar uns aos outros. Há uma advertência nesses versículos: Cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus, pois “todos compareceremos perante o tribunal de Deus”. Deus é a autoridade suprema. De fato, o versículo 11 cita uma profecia afirmando que todos, um dia, estarão cientes da soberania de Deus e lhe darão o devido louvor (Isaías 45:23):
Pois está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, E toda língua glorificará a Deus (v. 11).
Se tivermos em mente que iremos responder a Deus por nossas vidas, teremos em uma perspectiva melhor de que devemos tratar-nos uns aos outros com paciência e compreensão, mesmo que hajam discordâncias de fé, entre dias e dias, ou entre alimentos e alimentos. É melhor encorajar-nos uns aos outros (Romanos 14:1-9). Devemos evitar exercer nossa liberdade caso ela tenha o potencial de levar nossos irmãos a cair em pecado.
Todos seremos julgados por Deus (Romanos 2:6). À luz disso, devemos minimizar a frequência com que julgamos os hábitos de outras pessoas e maximizar a convivência pacífica uns com os outros. Conforme Jesus nos instruiu, quando vemos alguém pecando, nossa primeira decisão deve ser a de fazermos um autoexame e buscar aquele pecado em nossas próprias vidas (Mateus 7:3-5).
Paulo afirma, em 1 Coríntios 4:3-4, não estar ciente de estar fazendo alguma coisa errada; portanto, ele não se julgava. No entanto, ele sabia que precisaria responder a Deus por tudo o que fez em sua vida.
Este é um tema consistente para Paulo: só Deus tem a tarefa de ser Juiz do mundo e dos crentes. Assim, não devemos usurpar Sua autoridade a esse respeito. 1 Coríntios 4 ocorre logo após o capítulo em que Paulo expõe sobre o juízo de Cristo, onde cada ação será julgada pelo fogo para testar se as obras irão perdurar (1 Coríntios 3:11-15).
Mateus 7:2 nos diz que uma das réguas de medição usadas para nos julgar naquele grande dia será a medida com a qual medimos aos outros. Portanto, ao julgarmos as pessoas, estamos estabelecendo o mesmo padrão para nós mesmos quando estivermos diante de Deus no dia do julgamento.
Com isso em mente, é fácil ver por que Paulo é inflexível na crença de que julgar as pessoas não deveria ser algo do nosso interesse; em vez disso, “cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (v. 12).
É importante notar que isso está sendo expresso no contexto em que Paulo exerce um severo julgamento sobre os falsos ensinamentos das autoridades judaicas. Paulo nos adverte contra julgarmos às opiniões alheias. Porém, a Verdade não é opinião; Paulo não inclui a Verdade aqui. A exceção no julgamento dos outros se aplica aos que ensinam falsamente ou enganam as pessoas.
No entanto, mesmo em relação à Verdade, Paulo aplica o padrão a si mesmo. Depois de castigar severamente às autoridades judaicas que tentavam enganar aos crentes romanos, Paulo afirma:
"Que pois? Somos melhores que eles? De nenhuma sorte! Porque já temos acusado tanto judeus como gregos de estarem todos debaixo do pecado" (Romanos 3:9).
Paulo prontamente admite que ele também era um pecador. Todos pecaram e todos precisam da graça de Deus (Romanos 3:23-24).
Outros versículos bíblicos através dos quais somos admoestados a julgar o fruto dos outros (como Mateus 7:15-20) também se referem ao julgamento de mestres e autoridades espirituais. Neste capítulo de Romanos, a mensagem de Paulo se aplica às coisas que Deus deixou para decidirmos. Porém, o que a Palavra de Deus diz não é uma questão de opinião. Quando as pessoas estão sendo desviadas por falsos mestres, cabe a nós intervir e chamar sua atenção. Isso beneficia aos falsos mestres também, pois Jesus disse que se alguém enganasse a um dos Seus filhos, seria melhor para para esta pessoa amarrar uma pedra de moinho ao pescoço e se lançar nas profundezas do mar (Mateus 18:6).