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Significado de Romanos 2:12-13
A palavra lei aparece cinquenta vezes em Romanos, mas esta é a sua primeira ocorrência. Até este ponto, Paulo afirmou à sua audiência de crentes gentios romanos, cuja fé está sendo proclamada por todo o mundo (1:8), que uma vida justa vem através da vivência de uma vida ressurreta pela fé diária (Romanos 1:16-17). Os crentes recebem poder para viver de maneira eficaz através do evangelho. Eles ganham a experiência e a recompensa de viver Sua vida no poder da ressurreição através de uma caminhada diária de fé. O contraste com viver pela fé é viver uma vida injusta ou ímpia. Viver de forma ímpia/pecaminosa leva a uma consequência de ira (Romanos 1:24, 26, 28). Isso traz consequências adversas tanto nesta vida quanto no Julgamento de Cristo, na próxima vida.
Em Romanos 2:1, Paulo começou a se dirigir a qualquer pessoa que julgue os outros por coisas iguais ou semelhantes às que eles mesmos fazem, e ainda está falando com qualquer pessoa desse tipo quando ele aqui introduz a palavra lei pela primeira vez:
Todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que com lei pecaram, por lei serão julgados (v.12).
Para que alguém julgue outra pessoa, é necessário um conjunto de regras ou leis - um padrão. A partir deste ponto, Paulo desenvolverá uma forte contraposição entre uma vida vivida sob a lei e uma vida vivida pela fé. Paulo culminará essa contraposição em Romanos 9:30 - 10:13, onde contrasta a "justiça da fé" com a "justiça da lei" e afirma que buscar a justiça ou a justiça por meio da lei não resulta em justiça, enquanto viver pela fé produz justiça (ou uma vida justa).
Não são justos diante de Deus os ouvidores de lei, mas serão justificados os observadores de lei (v. 13). Paulo afirma aqui que qualquer pessoa que cumpra integralmente a lei será justificada diante de Deus. Claro, ninguém além de Jesus, que é Deus, pode realizar tal feito. Como Paulo logo afirmará, todos pecaram (Romanos 3:23).
O ponto principal do trecho culminante de Romanos 9:30 - 10:13 é encontrado em Romanos 10:5-10, que cita Deuteronômio. Isso é resumido em Deuteronômio 30:14, que afirma que todos nós sabemos em nosso coração o que é certo, então devemos acreditar no que Deus nos ensina ser o melhor para nós e devemos fazê-lo. Isso é o que traz a justa conduta, ou seja, a justiça vivida. Infelizmente, no entanto, a natureza humana é ser egoísta e auto justificadora, e o principal meio de autojustificação é por meio de leis ou regras.
A maneira principal pela qual condenamos os outros é através de um padrão, uma lei, pronunciando as pessoas como injustas porque violam o padrão. Mas Paulo deixará claro que não há um padrão humano pelo qual possamos realmente ser justificados, pois de qualquer maneira que condenemos os outros, condenamos a nós mesmos (Romanos 2:1). Temos um problema comum que abrange a humanidade, pois embora possamos expressá-lo de maneira diferente, todos fazemos as mesmas coisas.
Paulo está preparando uma defesa contra a difamação de sua mensagem de boas novas (Romanos 3:8). Essa difamação é expressa por certas autoridades judaicas cuja oposição a Paulo foi mencionada em Roma (Romanos 2:17). Essas "autoridades" se estabeleceram como juízes e estão usando a condenação para obter autoridade sobre os outros (um traço comum entre os seres humanos em todos os níveis e em todas as eras).
Paulo está afirmando nesta seção que há apenas uma autoridade verdadeira que julgará as ações, e é Jesus Cristo. Paulo enfatizará que Deus nos aceita como Seus filhos apenas porque Ele escolhe fazê-lo. Sua aceitação é incondicional e é recebida pela fé (João 3:14-16; Romanos 4:3-5). Em seguida, Ele julga as ações de Seus filhos para recompensar o comportamento na Terra. Deus concede aprovação com base no que fizemos. A aceitação é concedida incondicionalmente, a aprovação depende de nossas escolhas. Em ambos os casos, é Deus quem decide, não o homem.
Jesus nos diz em Mateus 7:2 que qualquer padrão que usamos para medir os outros, Deus usará esse mesmo padrão para nos medir. Portanto, se aplicarmos a lei ou qualquer conjunto de regras aos outros, essas regras também serão aplicadas a nós por Deus. Mesmo sem leis ou regras, ainda somos responsáveis, porque Deus colocou o conhecimento do certo e errado no coração de todo homem; os seres humanos testemunharam esse conhecimento por Sua presença em toda a natureza (Romanos 1:19-20).
O Apóstolo Paulo afirma que toda pessoa sabe o que é certo e errado; isso está implantado em seus corações. Para ser justo aos olhos de Deus através da lei, requer a realização real da lei, não apenas o conhecimento dela (serão justificados os observadores de lei). Paulo nos dirá em Romanos 3:20 que isso significa que nenhum ser humano pode ser justificado pela lei, porque ninguém pode cumpri-la integralmente, exceto um ser humano, que é Jesus, que também é Deus. É o sacrifício de Jesus em nosso nome pelo qual somos aceitos aos olhos de Deus.
Mais uma vez, Paulo está preparando um argumento contra algumas autoridades judias que difamaram sua mensagem e afirmam que Paulo está ensinando de forma errada (Romanos 3:8). Essas autoridades judias estão afirmando que a justiça diante de Deus vem pela aderência à lei, então Paulo está montando um contra-argumento demonstrando que essas autoridades não apenas estão erradas, mas nem mesmo seguem seu próprio ensinamento.
É a prática, não o discurso, que importa quando se trata de regras e de segui-las. Qualquer um pode dizer que segue as regras, mas a natureza da lei é que, para ser justificado perante ela, alguém deve de fato segui-la- não apenas afirmar que segue.
Se alguém depende da lei, será julgado pela por ela. Portanto, a desobediência à lei (pecado, que todos nós cometemos) nos trará condenação sob a mesma.