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Significado de Romanos 6:1-4
O apóstolo Paulo escreveu esta carta aos crentes romanos (cuja fé era reconhecida em todo o mundo, Romanos 1:8). Nesta carta, ele lida com declarações caluniosas feitas por autoridades judaicas em Roma que deturpavam o Evangelho ao qual Paulo pregava. É provável que esta carta aos crentes romanos fosse, em parte, destinada a apoiar Áquila e Priscila, companheiros judeus que haviam pregado o Evangelho com Paulo na Grécia e agora estão de volta a Roma, onde iniciaram uma igreja em sua casa (Romanos 16:3-5; Atos 18:2, 18, 26). Sem dúvida, eles tinham muitos conflitos com as autoridades judaicas em Roma e possivelmente entraram em contato com Paulo para obter ajuda.
Em Romanos 3:8, Paulo cita especificamente quais eram as acusações caluniosas: "E por que não (como somos caluniados e como alguns afirmam que nós dizemos): Façamos males para venham bens?" Cada uma das dez vezes em Romanos em que Paulo pergunta algo como "Que diremos, pois?", ele cita uma acusação ou um argumento das autoridades judaicas e se defende, desmantelando tais argumentos. Ele sempre começa sua resposta com "De modo nenhum", visando dar ênfase à extensão da falsidade das acusações.
Até aqui, em sua carta aos cristãos romanos, Paulo já havia argumentado contra a alegação caluniosa de que ele encorajava as pessoas a viverem pecaminosamente. Agora, em 6:1, Paulo aborda tal deturpação de forma direta.
As autoridades judaicas argumentavam mais ou menos o seguinte: "Eis o que Paulo ensina. Ele diz que quanto mais vocês pecarem, mais a graça será abundante. Portanto, se isso for verdade, a melhor coisa que vocês podem fazer diante de Deus é pecar. Porque quanto mais vocês pecarem, mais isso mostrará o quão gracioso Deus é e vocês estarão fazendo um favor a Deus, mostrando o quão maravilhoso Ele é. Vejam como é insano o ensinamento de Paulo! Na realidade, vocês precisam seguir às leis para serem justos."
Paulo aborda diretamente a deturpação caluniosa de que as pessoas deveriam continuar a pecar para que a graça aumentasse. Sua resposta é que quando nós, como crentes, fomos batizados na morte de Jesus, morremos para o pecado. Assim como Jesus ressuscitou da morte para andar no poder da ressurreição, nós ressuscitamos em Cristo, no poder da Sua ressurreição, para andar em novidade de vida.
Partindo deste pressuposto, Paulo pergunta que sentido faria escolhermos andar na morte produzida pelo pecado, ao invés de andarmos no poder da ressurreição de Cristo: Por que escolher permanecer mortos quando temos o poder da vida? Paulo demonstra que a acusação caluniosa das autoridades judaicas era construída sobre uma lógica insustentável: Havemos de permanecer no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum! Nós que já morremos ao pecado, como viveremos ainda nele? Porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? (v. 1-3).
Paulo pergunta, retoricamente, se devemos continuar a pecar para que a graça possa aumentar, como uma criança que intensifica sua desobediência aos pais para alcançar mais oportunidades de receber sua misericórdia. Se a criança continuar a desobedecer, ela deixa de fazer o que os pais esperam. Da mesma forma, os crentes deixam de alcançar as boas obras que Deus preparou para eles caso continuem a pecar. Os cristãos foram “sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida” (v. 4). Ou seja, ressuscitamos do antigo modo de vida para andar em novidade de vida. Agora somos capacitados a obedecer a Deus — podemos escolher fazê-lo.
O sangue de Jesus cobre a todos os nossos pecados; a graça disponibilizada por Deus é infinitamente maior que nossos pecados. Ao crermos em nossa justificação diante de Deus, a dívida pelos nossos pecados é totalmente quitada. No entanto, na medida em que vivemos nesta terra, ainda fazemos escolhas diárias em relação a seguirmos a Deus ou seguirmos ao pecado. Os cristãos sentirão as dolorosas consequências do pecado caso sigam à sua natureza pecaminosa. Isso é uma realidade, mas não tem nada a ver com o nosso estatuto jurídico aos olhos de Deus. Fomos redimidos, recebemos poder de filhos. Porém, a forma como vivemos a nova vida depende de nós.
Como Paulo explica, nós, como crentes, temos o poder de ressurreição de Jesus para vivermos uma vida transformada. Este é o poder da vida ressurreta de Jesus me nossa vida diária. A questão é se vamos tirar proveito desse poder. Paulo nos diz no versículo chave de Romanos 1:16-17 que o Evangelho é o poder de Deus! É impossível conceber um poder maior do que o poder da ressurreição de Jesus. Paulo enfatiza que os crentes têm esse poder porque foram ressuscitados com Cristo (v. 4). Paulo também nos diz que o objetivo do Evangelho é a justiça que ocorre por meio da fé desde o momento da salvação até nossa morte. A fé é o meio pelo qual o poder da ressurreição funciona em nossa vida diária.
Nos versículos 3 e 4, Paulo revisita o Evangelho de Jesus Cristo (Sua morte e ressurreição) e a natureza simbólica do batismo. Jesus veio à terra no corpo de homem, foi morto e, três dias depois, ressuscitou pelo poder de Deus. Da mesma forma, o batismo representa o legado de Cristo, onde o cristão é submerso nas águas (morte, sepultamento) e é trazido à superfície (ressuscitado da sepultura) para, então, viver em novidade de vida (v. 4). Se nós, cristãos, morremos espiritualmente para nossa antiga vida de pecado e, agora, recebemos a nova vida espiritual através da graça de Deus, por que escolheríamos voltar ao pecado e à morte?