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Significado de Romanos 7:4-5
Paulo retoma sua analogia da viúva que é liberta da exigência da lei de ser fiel a seu marido após sua morte. Da mesma forma, Paulo argumenta que os crentes que foram batizados na morte de Cristo são libertos das exigências da lei de Moisés. Paulo leva a analogia um passo adiante, dizendo que nossa morte em Cristo nos liberta para nos "casar novamente", em um sentido espiritual. Nosso novo casamento é com Cristo, através do nosso novo pertencimento ao Corpo de Cristo:
De modo que, meus irmãos, também vós fostes mortos à Lei, pelo corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que foi ressuscitado dentre os mortos, a fim de que déssemos fruto a Deus (v. 4).
O resultado do "novo casamento" é que devemos ter um novo tipo de vida que seja frutífera, produtiva e significativa. Em vez de usar nossa liberdade da lei para afundar no pecado e colher morte e destruição, temos a grande oportunidade de viver uma vida com propósito e grande fecundidade.
Da mesma forma que a mulher cujo marido morreu não está mais vinculada ao seu voto matrimonial, assim também os crentes “foram mortos para a lei pelo corpo de Cristo” (v. 4) através do batismo em Sua morte. O versículo 4 deixa isso claro ao dizer que os crentes, por meio da fé em Jesus, estão mortos ou separados da lei.
Paulo usa a palavra “morrer” da forma como a usamos atualmente, ou seja, "morrer" significa ser separado de algo. Por exemplo, podemos dizer que um relacionamento está morto, significando que as pessoas se separaram em sua comunhão uma com a outra. Paulo usa o termo (v. 4) da mesma maneira. Os crentes foram separados da lei (pela fé em Jesus) para se unirem a outro, Àquele que ressuscitou dentre os mortos, Jesus.
Na modernidade, podemos usar a palavra “morrer” para nos referir a uma bateria, por exemplo: "A bateria está morta". Isso significa que os circuitos da bateria estão desconectados, outro tipo de separação. Da mesma forma, os crentes em Jesus foram desconectados do poder da lei e agora estão conectados a uma nova fonte de poder — o poder do Evangelho da ressurreição de Jesus.
No final do versículo 4, Paulo nos diz que, através da fé em Jesus, podemos dar frutos para Deus através do poder da ressurreição de Jesus. Assim como os crentes em Jesus são sepultados em Sua morte, também somos ressuscitados para uma nova vida Nele. Desta forma, participamos espiritualmente, pela fé, da morte e ressurreição de Jesus. A consequente produção de frutos para Deus, assim, significa fazer a vontade de Deus através de caminharmos no poder da ressurreição. “Frutificar” significa realizar algo significativo, com propósito.
Deus criou os seres humanos para fazerem o bem no mundo. Seu mandamento original a Adão incluía o de ser fecundo (Gênesis 1:28). Ele prometeu recompensar grandemente aos servos que estejam dispostos a ser bons mordomos e abençoar aos outros por meio do amor e do serviço (Mateus 25:21; Apocalipse 3:21).
Paulo, aqui, está derrubando o argumento de seus oponentes ao expor uma suposição embutida em sua afirmação: eles estavam pressupondo que viver em pecado era um estilo de vida superior: "Se a graça cobre o pecado, então devemos pecar". Paulo confirma que, de fato, estava ensinando que a graça de Deus certamente cobria a todos os pecados. No entanto, o apóstolo nega terminantemente que essa realidade signifique que precisamos pecar para alcançar a graça. Em vez disso, Paulo afirma que NÃO devemos pecar, porque o pecado leva a:
Quando pecamos, não deixamos de ser filhos de Deus (2 Timóteo 2:13). Porém, se escolhermos uma perspectiva real e verdadeira, veremos que nossa escolha básica está entre caminhar em novidade da vida e desfrutar da experiência da vida, ou voltar aos nossos velhos caminhos e experimentarmos a morte.
Essa escolha de vida e morte é a mesma escolha colocada diante da humanidade desde o início:
Aqui, Paulo enquadra a escolha dos crentes também como vida ou morte - referindo-se à nossa experiência de vida. Fomos libertos do pecado, o que significa que agora somos livres para escolher andar longe do poder do pecado. Paulo nos exorta a escolher andar em obediência a Jesus, seguindo ao Espírito Santo, porque isso nos leva às experiências mais plenas da vida. Quando servimos e amamos aos outros, criamos um senso de comunidade, benefício e harmonia (Gálatas 5:13-14, 22-25; 6:8a).
Nossa alternativa é andar na carne, o que nos leva a uma experiência de morte (Gálatas 6:8b). Quando semeamos na carne, criamos divisão e desunião, colocando as pessoas umas contra as outras (Gálatas 5:15).
No versículo 5, Paulo nos mostra que enquanto estávamos na carne os membros de nosso corpo (incluindo nossos apetites humanos e paixões pecaminosas) eram despertados pela lei. Como humanos, quando nos dizem o que não fazer, há uma parte de nossa carne que sempre vai desejar quebrar essa regra.
Esse desejo de quebrar as regras, despertado pela Lei, agita nossa carne. Enquanto isso, nossa carnalidade age nos membros do nosso corpo buscando produzir frutos (consequências) para a morte (v. 5). Paulo está falando sobre nossos desejos, que nos encorajam a desobedecer à lei de Deus, que reflete Seus bons desígnios. Se estamos separados dos bons desígnios de Deus, não podemos cumprir nosso desígnio. O sacrifício de Jesus, no entanto, nos separa da Lei e dos desejos que ela gera, para nos unir a Ele e fazer a vontade de Deus. Desta forma, cumprimos a Lei sem estar sob ela (Romanos 8:4).
Ao fazermos a vontade de Deus, produzimos frutos que nos levam a uma experiência de vida. Quando estamos sob a Lei, inevitavelmente, quebramos as regras da Lei e frutificamos para a morte (v. 5). Se adotarmos a perspectiva dos oponentes de Paulo, o ensinamento do apóstolo sobre a graça de Deus nos levará a dizer: "Bem, já que estamos sob a graça, podemos pecar o quanto quisermos! Esta é a melhor vida que poderemos ter!" O contraponto de Paulo é: "Vocês estão enganados! Escolher viver em pecado vai levá-los à morte, perda, vício e desconexão - vocês estarão escolhendo a autodestruição".