Add a bookmarkAdd and edit notesShare this commentary

Significado de Romanos 8:1-4

Deus enviou Seu filho, Jesus, como sacrifício para nos libertar do pecado e da condenação da lei. Cristo morreu e ressuscitou para restaurar nosso relacionamento com Deus e nos salvar da condenação eterna. Agora, salvos do inferno, podemos ser libertos também das consequências terrenas do pecado, caso andemos no poder do Espírito. Não precisamos sofrer com o pecado. Embora não estejamos mais sob a lei, cumprimos a exigência da lei ao andarmos pela fé e no poder do Espírito.

Todos os crentes são libertos da condenação diante de Deus ao crerem em Cristo (João 3:14-15). Porém, eles podem experimentar a condenação terrena por meio do poder do pecado neste mundo caído como resultado das práticas de sua carne, ou seja, caso não andemos no poder da ressurreição que recebemos (Gálatas 6:8).

Paulo acabara de demonstrar suas próprias lutas com sua carne caída, a natureza pecaminosa que ainda permanecia dentro dele. Ele reconhece os conflitos que sua carne tinha contra a nova natureza em Cristo. Em Gálatas, ele destaca essa batalha como sendo entre o Espírito e a carne (Gálatas 5:17).

Agora ele afirma enfaticamente que a libertação da carne caída ocorre através do poder do Cristo ressuscitado. "Quem me livrará do corpo desta morte?", pergunta Paulo em Romanos 7:24. A resposta é: Jesus! O poder da ressurreição de Jesus está dentro de nós e quando escolhemos andar Nele, escapamos do poder do pecado com suas consequências negativas.

Quando os crentes andam em Espírito, eles canalizam o poder da ressurreição de Jesus e o resultado é que escapam da condenação terrena do mundo caído: “Agora, pois, nada de condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (v. 1). A declaração provavelmente tenha um duplo sentido. Primeiro, ao crermos em Jesus, somos feitos justos aos olhos de Deus para sempre, de uma vez por todas (Colossenses 2:14). Não podemos ser condenados aos olhos de Deus, porque estamos em Cristo (2 Timóteo 2:13).

Tal segurança em Cristo é incondicional — depende apenas de termos recebido a graça de Deus por meio de Jesus.

Porém, a ausência de condenação parece ter uma segunda aplicação condicional referente às consequências das nossas ações enquanto vivemos aqui na terra. Quando escolhemos andar no poder da ressurreição de Jesus também escapamos das consequências negativas do pecado. Escapamos da condenação dos resultados adversos do pecado e das garras do pecado ao andarmos em retidão.

Isso não significa que não mais teremos pecados ou tentações, porque ainda estamos no mundo. No entanto, isso significa que podemos escapar das consequências negativas de sucumbirmos ao pecado. Podemos fazer isso caminhando pela fé no poder do Espírito, momento a momento: “Pois a lei do Espírito da vida te livrou, em Cristo Jesus, da lei do pecado e da morte(v. 2). Não precisamos andar em pecado. Agora temos o poder de escapar dele. Cristo Jesus nos libertou da lei do pecado e da morte.

No Antigo Testamento, a palavra hebraica muitas vezes traduzida como “lei” é "torah", significando "ensino" ou "instrução". Através do poder de Jesus, podemos ter nossas mentes renovadas e não mais escolher as perspectivas moldadas pelo mundo, que é regido pela lei do pecado e da morte. De fato, em Romanos 12, Paulo nos exorta a agir para que nossas mentes sejam renovadas, o que nos levará a ser transformados e não mais conformados com o mundo, mas com Cristo (Romanos 12:1-2). Isso é possível porque o poder de Jesus nos libertou do poder do pecado e da morte.

A consequência do pecado é a morte (Romanos 6:23). Morte significa separação. O pecado nos separa dos bons desígnio de Deus. Caminhando no poder da ressurreição de Jesus podemos escapar de tais consequências negativas. Podemos experimentar a restauração dos bons desígnios de Deus para nós, o que inclui sermos inteiros dentro de nós mesmos (vivendo o que é verdadeiro), bem como estarmos conectados uns aos outros por meio do amor e do serviço.

Em Romanos 7:25, Paulo resume o capítulo 7 e nos prepara para o capítulo 8: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim, pois, eu mesmo, com o espírito, sirvo à lei de Deus, mas com a carne sirvo à lei do pecado.” Paulo expressa sua dor por ainda possuir a natureza pecaminosa, mesmo depois de crer na morte e ressurreição de Jesus Cristo, ser liberto da condenação eterna e andar no Espírito.

O caminho para a libertação das dores causadas pela natureza pecaminosa é vivermos no poder da ressurreição de Jesus todos os dias. Paulo agradece a Deus pelo sacrifício de Cristo e pelo poder que ele fornece para vivermos uma nova vida: “O que a Lei não podia fazer, no que se achava fraca pela carne, Deus, enviando a seu próprio Filho em semelhança de carne de pecado e por causa do pecado, condenou o pecado na carne” (v. 3). Crer em Jesus nos livra da consequência eterna do pecado (João 3:14-15). Isso é incondicional. Porém, devemos andar em fé diariamente no poder da ressurreição do Espírito para experimentarmos a libertação diária da nossa natureza pecaminosa.

Ainda há escolhas a serem feitas na vida diária do cristão: servir a Deus ou servir aos seus antigos desejos pecaminosos (Romanos 6:11-12), Cristo nos deu o poder para vencermos a carne. Aqui, no capítulo 8, Paulo discute o impacto da nova vida como filhos de Deus e apresenta a perspectiva que devemos escolher, fazendo da obediência diária da fé o único caminho sensato para a vida diária.

Há apenas três coisas que controlamos como seres humanos: em quem confiamos, a perspectiva que adotamos e as ações que tomamos. Em Romanos 6-8, Paulo fala sobre a perspectiva verdadeira (e, portanto, imensamente poderosa) sobre nós mesmos, nosso relacionamento com Cristo e o caminho que nos leva às maiores realizações. Adotar tal perspectiva nos leva a confiar plenamente em Deus, caminhar pela fé e tomar decisões que nos levam à experiências mais plenas na vida.

Embora ainda vivamos em um corpo repleto de morte e desejos pecaminosos (a carne), não somos mais condenados aos olhos de Deus graças à vida, morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Embora Paulo expresse frustração em relação à batalha interior que todos os cristãos enfrentam diariamente - o pecado ou Deus - ele dá graças a Deus, cuja graça é eternamente mais poderosa que o pecado.

Paulo chega ao ápice de seu argumento aqui. Não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. Por que? Porque Jesus Cristo removeu as consequências eternas do pecado, passado, presente, futuro. Está feito. Não há mais condenação eterna.

A perspectiva que ele, agora, buscará nos convencer a adotar é que, uma vez que não há mais condenação, não devemos ser motivados pelo medo dela nos termos da lei. Podemos nos afastar dos padrões pecaminosos do mundo que produzem a morte. Podemos fazer isso porque o poder de Jesus nos libertou do pecado e, agora, temos o poder de escolher andar no Espírito.

É importante lembrar que Paulo estava escrevendo aos cristãos romanos, cuja fé era acnunada em todo o mundo (Romanos 1:8). Eles já viviam vidas de obediência a Deus (Romanos 6:17-18). As autoridades judaicas estavam difamando os ensinamentos de Paulo (Romanos 3:8) e tentando impor a lei do Antigo Testamento aos cristãos romanos; assim, Paulo enfatiza continuamente que a justiça diante de Deus não acontecia pela obediência às regras religiosas da lei, mas pela fé em Jesus (Romanos 4:9-15).

Uma maneira de alcançarmos poder sobre outras pessoas é ameaçá-las de condenação caso elas não sigam nossas regras. É provável que as autoridades judaicas estivessem condenando aos crentes em Roma por não seguirem as regras como forma coercitiva de recrutá-los como seguidores. Paulo desejava que os crentes romanos seguissem a Jesus e vivessem na graça, deixando de seguir àquelas autoridades. É provável que a carta aos crentes romanos tenha sido destinada a apoiar Áquila e Priscila, companheiros judeus que hjaviam pregado o Evangelho com Paulo na Grécia e agora haviam regressado a Roma, onde iniciaram uma igreja em sua casa (Romanos 16:3-5; Atos 18:2, 18, 26).

Paulo enfatiza que eles haviam sido libertos da condenação aos olhos de Deus por meio de Jesus; portanto, eles não deveriam se preocupar com condenação alguma pronunciada sobre eles por meros seres humanos. Eles deveriam esforçar-se para evitar a condenação de escolher andar nos caminhos do mundo (do pecado e da morte), uma vez que haviam sido libertos para andar no poder do Espírito, que produz frutos para a vida eterna.

Aqui, no capítulo 8, Paulo retoma a distinção entre a lei e o espírito, expressando como não havia mais condenação para os crentes em Cristo. A lei do Antigo Testamento não podia salvar a humanidade de seu pecado, mas apenas fazia com que o pecado aumentasse (devido à fraqueza carnal e a incapacidade dos seres humanos de obedecê-la).

A nova "lei" do Espírito da vida em Jesus Cristo nos liberta do pecado e da morte. Isso foi feito pelo próprio Deus, que enviou a Seu próprio Filho para nos salvar; esta é a história do Evangelho no versículo 3: o Filho de Deus veio à terra em um corpo carnal para derrotar a carne pecaminosa em Sua morte. Nós, que cremos em Sua morte e ressurreição, recebemos gratuitamente a vida eterna e, agora, não somos mais condenados aos olhos de Deus — este é um presente dado pela graça e é incondicional. Além disso, somos capacitados a viver livres da nossa natureza pecaminosa. Temos esse poder, mas cabe a nós escolher usá-lo. A exigência da lei do Antigo Testamento foi cumprida por causa do que Jesus fez e, como resultado, somos justificados na presença de Deus incondicionalmente. No entanto, cabe a nós andar na carne ou no Espírito. Como Paulo diz em Gálatas:

"Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna" (Gálatas 6:8).

Colheremos (consequências) exatamente o que semearmos (escolhas).

Se andarmos em Espírito, matando diariamente nossa natureza pecaminosa, faremos com que a lei seja cumprida. No capítulo 2, Paulo critica as autoridades judaicas por serem hipócritas que violavam a lei. Agora, em uma reviravolta irônica, Paulo demonstra que, embora aquelas autoridades judaicas afirmassem ser defensores da lei, a realidade real era a de que a exigência da Lei foi cumprida por Jesus. Portanto, a maneira de cumprir a Lei não deveria ser a de tentar obedecer às suas regras religiosas, mas andar em obediência ao Espírito.

Paulo exorta os crentes a viverem a vida ressurreta todos os dias, não porque querem "ir para o céu", mas porque isso os levará a experimentar a plenitude da vida e o cumprimento da lei. A própria lei que os caluniadores diziam que Paulo estava quebrando era a lei que somente poderia ser cumprida pelo reconhecimento de que não conseguimos guardá-la. Ao invés disso, devemos andar pela fé no poder do Espírito ressuscitado de Jesus, “para que a exigência justa da Lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (v. 4).

Este é o passo seguinte da "fé" que precisamos experimentar diariamente indicada no versículo tema de Romanos 1:16-17. A primeira fé nos salva da separação de Deus e nos dá vida nova ao nascermos de novo (João 3:14-15). A segunda fé é a fé para andarmos todos os dias em obediência ao Espírito de Deus. Esta fé é aquela que nos leva a crer que os caminhos de Deus são para o nosso bem e que qualquer recompensa que alcançarmos em Deus será melhor do que qualquer recompensa que possamos alcançar no mundo (Hebreus 11:6).

Se decidirmos obedecer à lei (nossas próprias ações) para sermos justificados aos olhos de Deus, sempre nos sentiremos condenados, porque não conseguimos viver de acordo com ela; sempre falharemos em algum momento (Romanos 3:23). Porém, se exercermos fé e crer que Jesus nos livrou do pecado e da morte, andaremos livres da lei. Isso nos permitirá viver para o Espírito e andar em obediência a Deus, em vez de andarmos sob a condenação dos homens ou das instituições humanas.

O Espírito Santo vive nos cristãos. O Espírito Santo é a figura central do capítulo 8. Paulo dobra a aposta para explicar a liberdade e a nova vida que temos após possuirmos o poder de andar em Espírito e não na carne. Por fim, temos o poder de obedecer a Deus, em Sua graça, ao invés de ficarmos presos em nossos desejos egoístas que sempre nos levarão a experimentar as consequências do pecado, ou seja, a morte (separação).

Select Language
AaSelect font sizeDark ModeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.