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Significado de Romanos 8:19-22
No versículo 19, Paulo continua sua linha de raciocínio em relação à restauração dos seres humanos para reinar sobre uma terra justa e harmoniosa: “A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus”. Isso se refere aos que receberem a recompensa de serem adotados como filhos. A criação vive, agora, na futilidade da queda. Ela foi projetada para ser administrada por seres humanos fiéis e com o coração de servos. Porém, isso não acontece agora. Por isso, a criação aguarda que os seres humanos sejam restaurados. Isso ocorrerá através de Jesus Cristo, que recebeu toda a autoridade por Sua fiel obediência (Mateus 28:18; Filipenses 2:8-10). Jesus levará "muitos filhos à glória" ao restaurá-los à sua posição legítima (Hebreus 2:10). A restauração dos filhos de Deus é esperada pela criação, pois esses filhos compartilharão a herança de Cristo (Romanos 8:17b).
Ao falar de filhos de Deus, Paulo provavelmente esteja se referindo ao costume ao qual seu público romano estava familiarizado, uma cerimônia de recomnhecimento da maturidade dos meninos romanos, o momento em que passavam de crianças a homens. Havia duas etapas na adoção romana (de menino a homem):
1) ser reconhecido como "filho" aos 14 anos, com direito a voto;
2) ser reconhecido como filho maduro aos 25 anos, com direito de adquirir propriedades.
A analogia aplicada aos crentes significa que todos eles possuem direito ao "voto" agora (eles são livres para escolher ao pecado ou à justiça, Romanos 6:16-19). Porém, os que sofrem com Cristo terão o "direito de propriedade" no mundo vindouro (herança em Seu Reino, Romanos 8:17b).
Isso pode ser confuso porque, como filhos nascidos do Espírito, nascemos na família de Deus e tendemos a pensar nisso como o único tipo de adoção. Paulo, porém, usa o termo tanto para descrever a adoção dos filhos de Deus (que traz benefícios incondicionais dos quais todos os crentes desfrutam) como a recompensa dos crentes maduros, condicionada à sua fidelidade.
Esta ideia de adoção de adultos como forma de recompensa não se limitava à cultura romana. Em Hebreus 1 lemos a descrição bastante elaborada sobre Jesus sendo adotado como "Filho" sobre toda a humanidade, algo amplamente citado dos Salmos. Tal prática era padrão entre os governantes orientais, ou seja, a "adoção" de um servo fiel à família real como recompensa por seu serviço fiel, através da qual ele recebia o direito à propriedades e territórios sobre os quais popderia reinar.
Todos os crentes são filhos de Deus, mas somente os crentes que sofrem com Jesus receberão a recompensa da herança sobre a Nova Terra.
Agora, “a criação ficou sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (v. 20,21).
Toda a criação agoniza à espera de sua restauração: “Ora, sabemos que toda a criação, juntamente, geme e está com dores de parto até agora” (v. 22). Resta a esperança de que, um dia, toda a criação será governada por reis-servos que governam em harmonia e geram harmonia. A criação aguarda ansiosa e mal pode esperar pela chegada desse dia.
O termo “daquele” no versículo 20 refere-se a Deus. Ele amaldiçoou a criação junto com o homem, depois de Adão trazer o pecado ao mundo (Gênesis 3:17-19). Paulo discute a expectativa da criação, juntamente com os crentes, pela redenção de Deus.
Para a criação, tal redenção será similar a uma recriação, quando Deus fará novos céus e nova terra (Apocalipse 21:1). A "nova criação" é o mesmo tipo de linguagem usado em referência a um renascimento ou renovação usados por Paulo para falar sobre os crentes como novas criaturas (2 Coríntios 5:17; Gálatas 6:15; Romanos 6:4).
Assim como desejamos receber novos corpos e a glória que nos será revelada (v. 18), a criação também o faz. Ela anseia pela redenção e recriação dos céus e da terra. A criação será liberta de sua escravidão à corrupção quando for criada novamente, como nos promete Apocalipse 21. Nós também seremos recriados quando formos libertos dos nossos corpos mortais e da natureza pecaminosa (v. 10) e receberemos novos corpos, sobre os quais Paulo falará no versículo seguinte (23).
Quando os crentes forem recebidos no céu (1 Tessalonicenses 4:16-18) eles estarão com o Senhor para sempre; porém, o céu não é o destino final dos crentes. Seu destino final é a Nova Terra (Apocalipse 21:1). Podemos, assim, pensar no céu apenas como uma parada a caminho do nosso verdadeiro destino, a Nova Terra (Apocalipse 21:1).
O desígnio original de Deus, encontrado em Gênesis capítulos 1-3, era o de que o homem governasse um mundo perfeito em harmonia com Deus, com a natureza e uns com os outros. Porém, o homem e a terra/criação foram amaldiçoados quando Adão trouxe o pecado ao mundo. A redenção por meio da fé em Jesus é a proposta de restauração da parte de Deus, junto com toda a criação, a Seu plano original, governando a terra com Jesus (Filipenses 2:8-11).
A herança de Jesus através de Seu sacrifício na cruz, bem como a oportunidade que temos de ser coerdeiros com Ele, são explicadas mais detalhadamente no comentário dos versículos 15-18.
Assim como a criação foi amaldiçoada pela queda do homem, ela será redimida através dos crentes pela fé. O sofrimento da criação é descrito como “dores do parto”. Isso indica que a terra passará por ciclos convulsivos até que chegeua à grande dor final; então, uma nova criação nascerá. Isso pode ser verificado em Apocalipse e Daniel, que preveem que o tempo do fim será acompanhado de enorme tribulação (Mateus 24:22). No entanto, ao final, Jesus retornará e, assim, iniciará o processo de renascimento de toda a criação.