Add a bookmarkAdd and edit notesShare this commentary

Significado de Zacarias 12:10-14

Todo o povo judeu, seus governantes, sacerdotes e plebeus, clamarão ao Deus a quem traspassaram. Eles chorarão tão profundamente quanto se tivessem perdido seu filho primogênito. Por causa desse luto, Deus derramará Seu favor sobre todo Israel. Esta é uma clara alusão a um evento futuro no qual Israel reconhecerá a Jesus como seu Messias e se arrependerá de tê-Lo rejeitado. Ao fazerem isso, Jesus voltará, libertará Israel e governará como seu Rei e Deus.

Em Zacarias 12:6-9, o SENHOR prometeu destruir a todos os inimigos de Judá, dando-lhe vitória e elevando-a à proeminência. Nesta seção, Ele informa Judá que sua libertação incluiria purificação e reconciliação. Uma parte importante dessa reconciliação seria, finalmente, a aceitação de Jesus como seu Messias. O versículo 10 inclui uma previsão gráfica da profecia sobre a morte de Jesus, cumprida durante Sua crucificação:

Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de graça e de súplica. Olharão para mim, a quem traspassaram, e farão pranto sobre mim, como quem pranteia seu filho único; serão amargurados por causa de mim como quem o está por causa do seu primogênito (v. 10).

O versículo 10 descreve o momento em que Israel chorará pela morte de Jesus (a quem traspassaram), da mesma forma que os egípcios choravam pela perda de seus primogênitos durante as pragas trazidas por Deus sobre o Egito (Êxodo 12:30). A implicação era a de que Judá/Israel entenderiam que Jesus foi crucificado em seu favor e ficariam muito angustiados por Sua morte ter sido causada como resultado de seus pecados. Porém, a resposta de Deus será derramar sobre eles o Espírito da graça. A implicação era a de que Jesus seria, finalmente, abraçado por Israel.

Esta descrição do Espírito da graça sendo derramado sobre os judeus parece corresponder à descrição de Paulo sobre o tempo futuro no qual eles receberão a Jesus como seu Salvador e Messias:

Pois não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios em vós mesmos: que o endurecimento veio em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios; assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, ele apartará de Jacó a impiedade. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados (Romanos 11:25-27).

A citação "De Sião virá o Libertador" vem de Isaías 59:20, 21. O princípio da remoção dos pecados de Israel ocorre várias vezes no Antigo Testamento; por exemplo, em Jeremias 31:33, Isaías 27:9 e aqui, quando Deus derrama o Espírito da graça sobre Israel.

Deus começa o versículo 10 dizendo: “Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de graça e de súplica” (v. 10).

A “casa de Davi” pode se referir aos descendentes do rei Davi, a quem o SENHOR prometera um descendente que ocuparia "o trono do seu reino para sempre" (2 Samuel 7:13). Esse descendente é Jesus (Mateus 1:1). No entanto, a expressão “casa de Davi” também pode ser usada para se referir a todo o povo de Judá (1 Reis 12:19). Nesta passagem, parece referir-se à liderança de Judá, particularmente aqueles que estavam em Jerusalém e que lideravam a batalha para defender Judá de seus opressores (Zacarias 12:5).

Quando tomada em conjunto com a frase “sobre os habitantes de Jerusalém”, a implicação parece ser a de que o livramento prometido incluiria a todos. Isso se encaixaria na afirmação de Romanos 11:26 de que "todo o Israel será salvo".

Isso ocorrerá quando a plenitude dos gentios tiver entrado, o que ocorrerá durante uma pausa do relógio profético descrito em Daniel 9 (Veja nosso comentário sobre Daniel 9). Daniel 9 prevê um tempo total de 490 anos. O "relógio" parou aos 483 anos, quando Jesus foi rejeitado por Israel. Ele será retomado depois que a plenitude dos gentios tiver chegado, ou seja, a lacuna no tempo entre a 69ª e a 70ª semana de anos (períodos de 7 anos) durante o qual os eventos profetizados sobre Israel serão concluídos.

Os “habitantes de Jerusalém” eram aqueles que viviam na cidade. Esta referência representava a todas as pessoas que viviam em Judá. Uma vez que todas pertenciam a Deus, Ele derramaria sobre todos eles o Espírito da graça e da súplica.

O verbo “derramar” pode ter um sentido literal de fazer com que líquidos, como água e sangue, escorram de um recipiente a outro (Gênesis 9:6; Êxodo 4:9). Por exemplo, no livro de Deuteronômio, Moisés diz ao povo de Israel que, quando eles matassem os animais para comerem em casa, eles deveriam drenar o sangue e derramá-lo no chão, como água (Deuteronômio 12:16). No entanto, nesta passagem, o significado é figurativo e implica abundância. O SENHOR diz que concederia graça abundante a Seu povo da aliança, levando-o a responder com súplicas.

O termo “graça” denota o favor de Deus. No caso da justificação aos olhos de Deus através do sangue derramado de Jesus, a graça ou favor de Deus nos é dado como presente por causa do que Jesus fez por nós, assumindo os pecados do mundo (Colossenses 2:14). O que é necessário para recebermos essa graça é demonstrarmos fé e olharmos para Jesus, esperando ser libertos do veneno mortal do pecado, confomre Jesus descreveu ao sábio Nicodemos (João 3:14, 15).

A graça de Deus para perdoar nossos pecados é uma imensa bênção! O receptor da graça passa a ser aceito plenamente aos olhos de Deus (Efésios 1:6). O termo “súplica” significa pedir algo com seriedade. É uma disposição humana para fazer algo. Assim, o Espírito da graça e da súplica é o Espírito que concede graça aos adoradores e os conduz à oração. A oração implícita é o recebimento da graça de Deus.

O propósito afirmado pelo Senhor é que as pessoas olhassem para Aquele a quem haviam traspassado.

O pronome remete a Jesus, já que Ele foi traspassado.

Houve um cumprimento literal disso no Novo Testamento. De acordo com o Evangelho de João, quando os soldados crucificaram a Jesus com os outros dois homens, um de cada lado Dele, eles quebraram as pernas dos homens, mas deixaram as pernas de Jesus intactas, porque Ele já estava morto:

...mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água (João 19:34).

Ao traspassarem a Jesus, o escritor declara que eles cumpriram as palavras de Zacarias:

Diz ainda outra passagem: Olharão para aquele a quem traspassaram (João 19:37).

É claro que a crucificação de Jesus foi um excelente exemplo de como Israel havia rejeitado a seu parceiro de aliança. Como Jesus era ao mesmo tempo Deus e homem, quando os judeus O crucificaram e traspassaram, eles mataram a Deus na carne. Portanto, a predição profética de Zacarias é notada neste evento literal do Evangelho de João. Na época de João, os judeus olharam para Jesus crucificado e zombaram Dele (Lucas 23:35). No futuro, eles perceberão o que fizeram e lamentarão.

Conectado com a previsão de Romanos 11:25-27, chegará um momento, após o tempo dos gentios ser completado, em que os judeus reconhecerão a Jesus como seu Messias prometido e O abraçarão. Nesse tempo, todo o Israel será salvo (Romanos 11:26).

Voltando ao livro de Zacarias, o texto diz que os judeus arrependidos hão de clamar a Deus, “como quem pranteia seu filho único”. Estar de luto significa sentir tristeza ou lamentar pela morte de alguém. O luto por um filho é algo devastador e é um dos incidentes mais trágicos que podem acontecer a uma estrutura familiar.

Segundo Jeremias, este tipo de luto seria um luto muito “amargo", talvez porque ele acabe com toda esperança no futuro da família (Jeremias 6:26; cf. Amós 8:10). Da mesma forma, os judeus arrependidos expressarão sua profunda tristeza por terem rejeitado a seu Susserano. De fato, eles “serão amargurados por causa de mim como quem o está por causa do seu primogênito”.

No antigo Israel, os pais davam grande valor aos primogênitos. Um casal daria ao primogênito do sexo masculino prioridade e preeminência na família, atribuindo-lhe a responsabilidade e o privilégio de liderar a família. Assim, o primogênito representava a força e a vitalidade humanas (Gênesis 49:3; Salmos 78:51).

Assim, o primeiro descendente de todo ventre se tornaria o principal herdeiro da família (Êxodo 13:2; Números 18:15). Era uma situação trágica para uma família testemunhar a perda de seu primogênito. Seria algo semelhante à morte do monarca de um país. O SENHOR compara o choro dos judeus diante da morte de um primogênito, mostrando a profundidade e a veracidade de sua dor.

Um exemplo desse tipo de luto foi quando o Egito chorou pela morte de seus primogênitos durante a noite da Páscoa (Êxodo 12:30). O incidente indicou um arrependimento genuíno. Aqui em Zacarias, a razão do clamor será o fato de olharem para Jesus e recebê-Lo, como lemos em João 3:14-16.

O SENHOR continua a abordar o tema da tristeza iniciado no versículo anterior e novamente introduz a frase “naquele dia” para se referir a um tempo no futuro em que este evento aconteceria (v. 11). Combinando essa profecia com a passagem em Romanos 11:25-27, parece que esse evento no qual Israel se voltará para Jesus ocorrerá em algum momento próximo ou durante a 70ª semana de Daniel, conforme profetizado em Daniel 9:24-27. Jesus falou dessa profecia em Mateus 24:15, citando a "abominação da desolação" como sinal de Sua vinda.

A profecia de Zacarias continua: “Haverá um grande pranto em Jerusalém”. O povo gritará amargamente, expressando sua tristeza por ter traspassado a Deus. Eles pedirão perdão a Ele e se voltarão a Ele em fé. “Haverá um grande pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadadrimom no vale de Megido”.

O termo “Hadadrimom” é composto dos nomes de duas divindades cananéias: Hadade, o deus da tempestade (também conhecido como Baal) e Rimom, o deus do trovão e a principal divindade dos arameus na Síria (2 Reis 5:18). Não há referência bíblica alguma a Hadadrimom. Por isso, não sabemos que evento está sendo referido aqui. Há uma série de tradições judaicas e cristãs que liga esta passagem ao assassinato do rei Josias (2 Crônicas 35:24-25), conforme registrado em 2 Crônicas 35:

Jeremias fez uma lamentação sobre Josias. Todos os cantores e cantoras, nas suas lamentações, têm falado de Josias até o dia de hoje; estabeleceram-nas como costume em Israel, e estão escritas nas lamentações (2 Crônicas 35:25).

Assim, esta referência pode estar conectada à uma tradição de luto. De qualquer forma, fica claro que a intenção de Zacarias era a de fornecer um exemplo de grande tristeza expresso pelo povo por causa de seu tratamento Àquele a quem traspassaram. É importante notar que o pronome aqui inegavelmente se refere a Deus e a Jesus (os que foram traspassados). Isso demonstra que Jesus é Deus.

Fica clara a referência a Deus no versículo 10 ao examinarmos o contexto do capítulo 12, que começa assim: "Assim diz Jeová" (Zacarias 12:1). O profeta continua falando na primeira pessoa:

  • Eis que eu [o Senhor] farei... (Zacarias 12:2);
  • Eu [o Senhor] atacarei... (Zacarias 12:4);
  • Naquele dia, eu [o Senhor] destruirei todas as nações que vierem contra Jerusalém (Zacarias 12:9);
  • Naquele dia, eu [o Senhor] farei os clãs de Judá como um braseiro de fogo... (Zacarias 12:6);
  • Eu [o Senhor] derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de graça e de súplica. Olharão para mim, a quem traspassaram, e farão pranto sobre mim... (Zacarias 12:10).

Portanto, Zacarias 12:10 profetiza que Jesus, Aquele que foi traspassado, era o SENHOR. Uma das principais objeções dos judeus a Jesus era que Ele afirmava ser Deus, o que eles alegavam ser blasfêmia (Mateus 26:64-66). Porém, aqui em Zacarias, vemos uma previsão clara de que 1) o Messias era o SENHOR; 2) o Messias seria traspassado; e 3) os judeus chegariam ao ponto de reconhecer que Ele foi trespassado e chorariam por Ele.

As duas primeiras dessas profecias aconteceram; a terceira ainda está em nosso futuro. Porém, é tão certo que Israel chorará por haver crucificado a Jesus quanto as duas primeiras profecias que já ocorreram. Conforme afirma o apóstolo Paulo:

...assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, ele apartará de Jacó a impiedade. 27 Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados (Romanos 11:26, 27).

Esta passagem de Romanos 11 cita Isaías 59:20, 21. A profecia de que Deus purificaria a Israel e lhes daria um novo coração é um tema que percorre todas as Escrituras (Jeremias 31:31-34).

O povo de Judá lamentou a morte de Josias (2 Crônicas 35:25), ocorrida na planície do Megido (2 Crônicas 35:20-24). A planície do Megido também é referida nas Escrituras como "Armagedom" (Apocalipse 16:16). A palavra "Armagedom" traduz o hebraico Har-Magedon. "Har" significa "colina" em hebraico e "Magedon" é uma forma de se escrever a palavra Megido. O local da antiga cidade de Megido é um monte composto por muitas civilizações que remontam ao Neolítico; assim, é uma colina elevada com vista para as planícies do Megido.

O Apocalipse prediz que os "reis do mundo inteiro" se reunirão no "Armagedom" para lutar na "guerra do grande dia de Deus" (Apocalipse 16:14-16). A última guerra desta época parece terminar com a volta de Jesus, acompanhada por Seus exércitos celestiais, conforme previsto em Apocalipse 19:11-19. A menção às planícies do Megido aqui em Zacarias 12 pode ser uma pista de que a volta de Jesus será desencadeada pelo arrependimento dos judeus por Aquele a quem traspassaram, indicando que seu retorno a Jesus como Messias produzirá Seu retorno à terra.

Isso parece estar de acordo com a promessa de Pedro de que, se os judeus se arrependessem e se voltassem, o Senhor "enviaria Jesus" para trazer-lhes "tempos de refrigério":

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para serem apagados os vossos pecados, de sorte que da presença do Senhor venham tempos de refrigério 20e que envie aquele que já vos foi indicado, Jesus, o Cristo (Atos 3:19, 20).

Pode ser que os "reis do mundo inteiro" se reunirão nas planícies do Megido para marchar sobre Jerusalém, que fica cerca de 50 quilômetros ao sul do Megido. Isso pode se encaixar com o capítulo 14, que diz: "Porque reunirei todas as nações contra Jerusalém" (Zacarias 14:2). Se este for o caso, então o retorno de Jesus em Apocalipse 19 pode corresponder aos eventos previstos em Zacarias 14:1-8.

A passagem continua falando dos habitantes de Jerusalém que chorarão pelo Senhor a quem traspassaram. Não serão apenas os de Jerusalém, mas “a terra pranteará, cada família à parte: a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte(v. 12).

Jerusalém não estará sozinha em seu arrependimento. Toda a terra vai chorar. De fato, o lamento se estenderá a cada família (v. 12). Cada família lamentará sua culpa por ter rejeitado a seu parceiro de aliança, Javé, a quem traspassaram. Então, o SENHOR nomeará clãs judaicos específicos que chorarão, mostrando assim a extensão e universalidade de sua dor. A profecia de Zacarias diz: “...a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte”.

A “casa de Davi” refere-se aos descendentes do rei Davi (v. 7, 8, 10). Eles e suas esposas iriam chorar. Além disso, “a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte”. Natã provavelmente se refira ao filho de Davi, um dos filhos “que lhe nasceram em Jerusalém" (1 Crônicas 14:4; 2 Samuel 5:14Lucas 3:31). Se isso estiver correto, a casa de Natã se refere aos descendentes de Natã, filho de Davi.

O fato de Natã ser particularmente registrado aqui é outra indicação de que a passagem fala especificamente a respeito de Jesus. A mãe de Jesus, Maria, era descendente do filho de Davi, Natã, e não de Salomão, herdeiro do trono (Lucas 3:31), Assim, a prole de Maria não estava sujeita à maldição colocada sobre um dos últimos reis de Judá antes do exílio:

...pois nenhum da sua linhagem prosperará, sentado sobre o trono de Davi e reinando daqui em diante em Judá (Jeremias 22:30b).

A descendência de Maria não estava sujeita a essa maldição porque ela não era descendente da linhagem de Salomão. Jesus era o filho adotivo de José, descendente de Salomão (Mateus 1:6). Portanto, Jesus tinha o direito legal ao trono através da linhagem do filho de Davi, Salomão, porém não estava sujeito à maldição de Joaquim, pois Sua mãe era da linhagem do filho de Davi através de Natã.

Além disso, o luto se estenderia à “família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte” (v. 13). A “casa de Levi” significava os descendentes de Levi que serviam como sacerdotes diante do SENHOR (Deuteronômio 18:1-5). Eles chorariam para expressar sua profunda tristeza.

O grupo seguinte na fila das lamentações seria “a família dos simeítas à parte, e suas mulheres à parte”. De acordo com o livro de Números, Simei era um dos netos de Levi (Números 3:16-21). Seu clã fazia parte da linha sacerdotal. Assim, o texto de Zacarias lista dois representantes da família real e dois da família sacerdotal. Isso indicaria que os governantes de Judá reconheceriam a Jesus como Messias e lamentariam por tê-lo traspassado. Isso provavelmente está conectado à afirmação de Paulo de que "todo o Israel será salvo" (Romanos 11:26-27).

Embora as linhagens reais e sacerdotais tivessem mais responsabilidades, elas não seriam as únicas a chorar por terem traspassado a Deus. Por esta razão, o SENHOR conclui a seção dizendo: “todas as mais famílias, cada família à parte, e suas mulheres à parte” (v. 14). Todos haviam pecado contra o SENHOR e precisariam de purificação. A boa notícia era que Deus estava disposto a se reconciliar com todos os que confessassem suas ações perversas e sua rebelião.

Select Language
AaSelect font sizeDark ModeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.