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Significado de Zacarias 12:6-9
Esta profecia provavelmente remete ao Fim dos Tempos, quando Jesus salvará Seu povo de seus inimigos.
Na seção anterior, Zacarias revelou o plano de Deus para defender e redimir os habitantes de Judá do ataque de seus inimigos (v. 1-5). Na presente passagem, o SENHOR repete a frase “naquele dia”, lembrando aos judeus pós-exílicos que esta profecia teria um cumprimento futuro (v. 6).
Talvez as pessoas que leram essas promessas na época em que Zacarias as declarou tivessem em mente a história do rei Ezequias (Isaías 36-37), quando Deus prometeu defender o povo de Judá contra os assírios. Em um tempo futuro, o texto parece apontar para o momento em que as nações da terra descerão sobre Jerusalém, da mesma forma que os assírios fizeram no tempo de Ezequias (Miquéias 5:5; Zacarias 14:1-4; Apocalipse 16:16).
As coisas parecerão terríveis, como no tempo de Ezequias, mas Deus livrará Israel naquele dia. Ele fará isso trazendo confusão sobre os povos (Zacarias 12:4), mas também infundirá aos clãs de Judá a coragem e a força para resistir a seus inimigos.
Zacarias descreve a futura vitória militar de Judá usando duas comparações: “Porei os chefes de Judá como um braseiro de fogo no meio de lenha e como uma tocha de fogo entre feixes” (v. 6). Os inimigos de Judá não seriam páreo para Judá. Os clãs de Judá seriam como uma tocha de fogo e seus inimigos como palha.
Na primeira comparação, o SENHOR usa o termo “braseiro de fogo”, uma panela usada para carregar brasas para iniciar outro fogo (Levítico 10:1-2). Se a panela fosse colocada perto de uma pilha de madeira, o fogo da panela venceria a madeira; a pilha de madeira seria incendiada e produziria muita fumaça. Na analogia, Judá era como o braseiro de fogo e seus inimigos como pedaços de madeira.
Na segunda comparação, o SENHOR fala sobre uma tocha colocada entre feixes de grãos ou palha. Mais uma vez, a tocha vencerá, pois a palha será incendiada. Judá seria como uma tocha e seus inimigos como feixes de palha.
Quando Deus estabeleceu Sua aliança concedendo a terra de Israel a Abrão, uma tocha flamejante e um forno fumegante passaram entre os pedaços dos animais sacrificados (Gênesis 15:17). Esse modelo é chamado de "aliança de sangue". A idéia era: assim será feito comigo se eu violar este pacto.
Normalmente, as pessoas que faziam a aliança caminhavam entre os animais; no caso da aliança de Deus com Abraão, a tocha e o forno passaram entre eles. É provável que a tocha representasse Jesus, A semente de Abraão; Jesus é a luz do mundo. O forno provavelmente representava a Deus Pai, que é fogo consumidor (Deuteronômio 4:24). Assim, Deus fez uma aliança eterna com a semente de Abraão. Aqui em Zacarias, a tocha flamejante também pode representar o poder de Jesus, o Messias de Israel, que lutaria por eles.
Quando Sansão quis queimar o suprimento de comida dos filisteus, ele pegou trezentas raposas, tomou tochas e as amarrou à cauda das raposas (Juízes 15:4). O fogo consumiu as lavouras. Tudo se transformou em nada quando expostos ao fogo das tochas.
Em Zacarias, o SENHOR usa as imagens da panela de fogo e da tocha flamejante para explicar o futuro poder destrutivo dos clãs de Judá. Como o fogo destrói uma pilha de madeira, os judeus “devorarão à direita e à esquerda todos os povos em redor” (v. 6). A expressão “à direita e à esquerda” representava todas as direções, todas as nações vizinhas. Novamente, uma vez que Jerusalém foi destruída e os judeus foram dispersos após a conquista romana em 70 d.C., esta profecia deve se referir a um evento ainda futuro.
Os exércitos da Judéia atacariam a todos os seus inimigos e os derrotariam. “Jerusalém habitará ainda outra vez no seu lugar, isto é, em Jerusalém” (v. 6). Como uma rocha inabalável, o povo de Deus permaneceria intacto. Ninguém iria prejudicá-los. Isso parece se referir ao tempo da volta de Jesus em Apocalipse 19-20 aparentemente refletidos nos eventos de Zacarias 14.
O profeta Zacarias, agora, muda para a terceira pessoa e descreve o que o SENHOR faria por Seu povo da aliança. Ele afirma: “Também Jeová salvará primeiro as tendas de Judá” (v. 7).
O verbo “salvar” significa "resgatar"; o contexto determina o que está sendo resgatado do quê. Aqui, as tendas de Judá referem-se às habitações dos plebeus. Zacarias provavelmente tenha usado o termo “tenda” para contrastar a moradia das classes mais baixas com as dos mais abastados que viviam na capital.
O SENHOR escolhe, primeiro, libertar os cidadãos de classe baixa, antes de libertar os que tinham mais recursos, “para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não se engrandeçam sobre Judá” (v. 7).
A “glória da casa de Davi” pode se referir aos líderes, da mesma forma que a expressão “casa de Davi” é usada para descrever a monarquia, a família governante de Judá. No entanto, a casa de Davi também é usada para se referir a todo o povo de Judá (1 Reis 12:19).
A palavra "glória" significa a essência de algo que está sendo demonstrado. A glória da família real seria sua autoridade e poder, assim como os cabelos grisalhos são a glória dos idosos e a força é a glória dos jovens (Provérbios 20:29; 16:31).
A glória dos habitantes de Jerusalém incluiria suas riquezas materiais. No entanto, no contexto imediato, os habitantes de Jerusalém seriam dotados de coragem e poder para defender Judá (Zacarias 12:5). Assim, neste caso, a glória dos habitantes de Jerusalém pode referir-se principalmente à sua capacidade de defender o país.
Se isso for verdade, eles seriam transformados em líderes notáveis pelo fato de servirem primeiro aos que estavam fora de Judá, os que viviam no campo, os fazendeiros que cuidavam das colheitas e os pastores que apascentavam as ovelhas e viviam em tendas; estes teriam prioridade. Esta aplicação pode seguir o princípio ensinado por Jesus de que os últimos seriam os primeiros. Deus salvaria às classes baixas primeiro. Isso pode refletir o tema bíblico de que Deus levanta os menores e coloca últimos sobre os primeiros (Mateus 19:30; 20:16).
A libertação de pessoas comuns demonstrava que Deus as valorizava tanto quanto aquelas com mais destaque - Deus não faz ascepção de pessoas (Deuteronômio 10:17). Porém, isso também pode demonstrar que, ao contrário dos maus líderes do Capítulo 11, Israel agora teria excelentes líderes, líderes que serviam aos outros, incluindo os das classes comuns. Se for este o caso, eles mostrariam a glória de sua grandeza como líderes, pois os verdadeiros líderes são aqueles que servem às pessoas. Assim, os líderes de Jerusalém implementariam o princípio de honrar aos últimos em primeiro lugar.
A casa de Davi também pode se aplicar a Jesus, que voltará para defender Jerusalém nos últimos dias (Zacarias 14:1-4). O SENHOR promete ressuscitar um descendente do rei Davi que ocuparia "o trono do seu reino para sempre" (2 Samuel 7:13). Esse descendente é Jesus (Mateus 1:1). Assim, essa palavra profética pode se aplicar aos eventos de Apocalipse 20 que ocorrem depois de Jesus retornar à terra.
A frase “casa de Davi” também pode se aplicar a Judá como um todo, pois as autoridades de uma nação representam a nação. Se for este o caso, esta profecia também pode se aplicar à segunda vinda de Jesus, quando Ele trará Seus exércitos e derrotará às nações que atacarem a Israel, conforme descrito em Apocalipse 19 e Zacarias 14:1-5.
Mais uma vez, Zacarias introduz a frase “naquele dia” para refeltir a futura libertação de Judá. Ele informa os judeus de que o SENHOR defenderia os habitantes de Jerusalém (v. 8). O verbo traduzido como “defender” significa “cobrir ou proteger”. Isso ocorreu anteriormente em Zacarias, quando o SENHOR prometeu proteger os judeus e restaurar sua sorte porque eles eram preciosos para Ele (Zacarias 9:15). Como veremos no capítulo 14, "Então, sairá Jeová e pelejará contra essas nações, como quando pelejou no dia da batalha" (Zacarias 14:3).
Este evento é possivelmente retratado na libertação de Judá durante o reinado de Ezequias, quando Deus trouxe uma praga sobre os assírios invasores e 185.000 deles caíram em uma noite (Isaías 37:36). Deus defenderá os habitantes de Jerusalém e os do campo. No entanto, Deus também fortalecerá aos habitantes de Jerusalém, de tal forma que eles sejam guerreiros tão formidáveis quanto o rei Davi (v. 8).
Nesta passagem, o SENHOR promete proteger e sustentar os que vivem em Jerusalém: “o que dentre eles tropeçar naquele dia será como Davi” (v. 8). Os “fracos” normalmente não conseguem se proteger. Porém, naquele dia em que Deus proverá para Seu povo, os fracos da nação serão como Davi, o rei, um poderoso guerreiro que tinha um grupo de homens poderosos para protegê-lo.
A referência a Davi trazia à memória da comunidade pós-exílica de Judá o rei-guerreiro que havia matado ao gigante filisteu Golias (1 Samuel 17). Zacarias alude a Davi para informar aos habitantes de Jerusalém que todos eles estariam protegidos como o valente Davi, porque seu Deus Susserano os defenderia e os capacitaria a lutar e se defender.
“E a casa de Davi será como Deus, como o Anjo de Jeová diante deles” (v. 8). Da mesma forma que o povo de Jerusalém seria como Davi, a liderança de Judá seria semelhante ao anjo do Senhor. Foi o anjo do SENHOR quem golpeou e derrotou os assírios que invadiram Judá durante o reinado de Ezequias (Isaías 37:36).
A imagem do anjo do SENHOR indo diante deles evocava a imagem da manifestação da presença de Deus como nuvem de dia e coluna de fogo à noite diante da nação de Israel durante seu êxodo do Egito (Êxodo 13:21-22). Naquele caso, Deus foi adiante dele e os protegeu dos exércitos egípcios, bloqueando seu caminho, enquanto Israel escapava pelo Mar Vermelho (Êxodo 14:19).
O termo para “Deus” aqui é "Elohim", em hebraico. Às vezes, refere-se ao verdadeiro Deus (Gênesis 1:1). Outras vezes, refere-se a falsas divindades (Deuteronômio 6:14). Em alguns contextos, pode até referir-se a seres espirituais, como anjos no Salmo 8:5 e até mesmo a seres humanos no Salmo 82:6.
Aqui em Zacarias, o profeta usa a descrição “Elohim” para indicar a força dos líderes de Judá (casa de Davi), da mesma forma que Deus foi adiante de Israel para proteger a nação.
Como o poder dos governantes de Judá seriam comparáveis ao poder de Deus, os fracos entre eles seriam comparáveis em poder a Davi, o rei-guerreiro que havia matado Golias. Esta comparação de forças ilustrava um aumento dramático da capacidade de proteção e defesa do povo. Este era um enorme contraste com o estado de Judá na época de Zacarias.
No Antigo Testamento, o título “anjo do SENHOR” refere-se a um mensageiro divino especial. Às vezes, era uma manifestação do próprio Deus (Gênesis 16:10, 13; Juízes 13:21-22). Nessas manifestações divinas, parecia provável que anjo do SENHOR se referisse ao Cristo pré-encarnado, pois Ele era o agente que mantinha toda a criação unida (Colossenses 1:17).
Nesta passagem, o termo “anjo do SENHOR” fala de Deus como guerreiro, apontando para Seus poderosos atos de libertação de Israel após o êxodo do Egito (Êxodo 13:21-22).
O SENHOR encerra esta seção com uma declaração sobre a derrota das nações. Ele introduz a frase temporal “naquele dia” para falar de um tempo futuro em que esses eventos ocorreriam. Então, Ele diz: “Naquele dia, procurarei destruir as nações que vierem contra Jerusalém” (v. 9).
A expressão “as nações” refere-se às mesmas pessoas mencionadas nos versículos anteriores. Zacarias refere-se a elas como "todo o povo ao redor", "todos os povos", "todas as nações da terra" e "todos os povos em volta" (v. 2, 3 e 6). Essas nações, um dia, atacariam Jerusalém, mas não teriam sucesso porque o SENHOR lutaria por Judá e as derrotaria.
Isso pode se referir ao evento de Apocalipse 19:19, quando os reis da terra se reunirem para lutar contra Jesus. Este pode ser o mesmo evento descrito em Zacarias 14:1-5, quando Jerusalém será salva da destruição pelo que parece ser o retorno “em cima da hora" de Jesus à terra.
Esta profecia parece se referir a um tempo ainda futuro. Ela se encaixa na descrição dos eventos descritos em Apocalipse 19 e 20, juntamente com Zacarias 14:1-5, quando as nações da terra se reunirão contra Jerusalém e serão vencidas. Parece que haverá pelo menos duas batalhas diferentes contra as nações reunidas: uma quando Jesus retorna e liberta Jerusalém (Zacarias 14:1-5) e outra depois do Seu reinado de mil anos sobre a terra (Apocalipse 20:7-9). Sabemos pela história que houve uma terceira grande batalha - a destruição de Jerusalém pelos romanos, conforme previsto por Jesus (Mateus 24:2). No entanto, nessa destruição, a nação de Israel foi vencida por Roma e o povo foi disperso. Portanto, este evento não se encaixa nesta profecia.