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Significado de Zacarias 14:9-11
Na seção anterior, o profeta antecipou o dia em que as nações gentias se levantariam contra Jerusalém. Eles a invadiriam e levariam metade de seus cidadãos para o cativeiro. Depois, o Senhor apareceria no Monte das Oliveiras com Seus exércitos angelicais para resgatá-la. Ele interromperia o cosmos e alteraria o ciclo normal do dia e da noite. Naquele momento, Jerusalém se tornaria uma fonte de águas vivas (Zacarias 14:1-8). Na presente seção, Zacarias descreve as condições futuras do mundo. Ele começa dizendo: “Jeová será rei sobre toda a terra” (v. 9).
O termo traduzido como “Jeová” aqui é “Javé” na língua hebraica. É o nome da aliança de Deus, conforme mostrado a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3:14-15), descrevendo Deus como auto-existente, eterno, compassivo e fiel (Êxodo 6:2-8; 34:5-7). A expressão “toda a terra” significa o mundo inteiro, não apenas o país de Judá. Assim, o governo soberano de Deus será visível em toda parte. O povo judeu sempre aguardou por esse tempo, conforme indica a declaração de fé do salmista: "O SENHOR reina, revestiu-se de majestade” (Salmo 93:1; ver também Salmos 97 e 99).
Esse tempo do reinado de Jesus chegará em breve: “Naquele dia, um só será Jeová, e um só, o seu nome” (v. 9).
O texto em hebraico diz: “Naquele dia, o SENHOR será um só”. Isso lembrava o povo da aliança da declaração em Deuteronômio 6:4, que enfatizava a singularidade de Deus. Da mesma forma, em Zacarias, aprendemos que o Deus Susserano de Israel era o único. Não haveria mais falsos deuses, porque o SENHOR cortará da terra "os nomes dos ídolos, e deles não haverá mais memória" (2). Assim, Seu nome será um só.
O termo hebraico para “nome” significa "reputação" ou "essência". O nome de Deus reflete Seu caráter e essência. Fala de Sua grandeza e majestade (Êxodo 3:13-17). Embora algumas pessoas se recusem a adorar ao SENHOR hoje, chegará o dia em que todos O reverenciarão por quem Ele é (Filipenses 2:10). Eles não se voltarão mais aos falsos deuses. Em vez disso, eles se submeterão à autoridade de Javé e se curvarão diante Dele em temor e adoração.
Também neste momento, “toda a terra se tornará como a Arabá, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém” (v. 10).
A frase “toda a terra” aqui no versículo 10 representa essa seção específica de Judá. Deus transformará toda a terra da Judéia em planícies. A planície se estenderá de Geba a Rimom, ao sul de Jerusalém. Isso representará uma nova mudança na topografia da terra ao redor de Jerusalém.
Geba ficava a cerca de dez quilômetros ao norte de Jerusalém, marcando a fronteira norte original de Judá (1 Samuel 13:3; 1 Reis 15:22). O local chamado Rimom ficava a cerca de 30 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Juntos, Geba e Rimom descrevem a extensão norte-sul das regiões periféricas de Jerusalém. Segundo Zacarias, essas áreas se tornarão uma planície. Atualmente esta área é bastante montanhosa. Mas, nesse dia, ela será transformada em planície. No entanto, Jerusalém continuará localizada nas colinas elevadas.
Jerusalém será exaltada e habitará no seu lugar desde a Porta de Benjamim até o lugar da primeira porta, até a Porta do Ângulo, e desde a Torre de Hananeel até os lagares do rei (v. 10).
A Porta de Benjamim fica ao norte do Monte do Templo. Ela sai da área da Piscina de Betesda para o Vale do Cidrom (Jeremias 37:13). A Porta do Ângulo fica no canto noroeste da expansão ocidental de Jerusalém, nas proximidades do que hoje é a Porta de Jafa. Juntos, os portões se estendem pela cidade de leste a oeste. Zacarias também especifica que esta nova Jerusalém se estenderá da Torre de Hananel até os lagares de vinho do rei (v. 10). Clique aqui para ver uma ilustração do "Templo de Ezequiel", que será o centro de adoração em Jerusalém durante este tempo.
A Torre de Hananel ficava no lado noroeste de Jerusalém. Era próxima ao Monte do Templo. Os lagares do rei provavelmente estavam ao redor do jardim do rei, no extremo sul da cidade (Neemias 3:15). Juntos, eles se estendiam de norte a sul. Em suma, o profeta diz a seu público que Deus elevaria toda a cidade acima da zona rural em seu entorno, da fronteira oriental à ocidental e da fronteira norte à sul. Além disso, as pessoas “habitarão nela, e não haverá mais anátema” (v. 11).
A palavra traduzida como “anátema” é "chērem" em hebraico, significando uma proibição e carregando a idéia de algo dedicado à destruição (Deuteronômio 7:26; Josué 6:17). Ela ocorre principalmente no contexto de guerra, quando o SENHOR frequentemente pedia aos israelitas que destruíssem os inimigos e permanecessem santos diante Dele (Deuteronômio 7:6). Porém, nessa próxima era, não haverá mais a proibição de despovoar Jerusalém, pois ela “habitará em segurança” (v. 11). Haverá paz e liberdade perpétuas nesta Jerusalém restaurada. Glória a Deus!
Esta nova Jerusalém, com uma nova topografia e um novo ecossistema, ainda estará localizada no mesmo cenário geográfico, com o Mar Mediterrâneo a oeste e o Mar Morto a leste. Isso não será o mesmo local da Nova Jerusalém, que será construída na nova terra. Essa cidade é colocada em uma terra nova, sem mar, aproximadamente 2.500 quilômetros de altura (Apocalipse 21:1,16).