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Significado de Sofonias 1:14-18

Sofonias anuncia o dia iminente da ira do Senhor. Sua profecia se aplica tanto a Judá e sua iminente invasão pela Babilônia, quanto à conquista final de toda a terra por Jesus, quando Ele a limpará do pecado e a restaurará ao seu projeto original e harmonioso.

Na seção anterior, o profeta Sofonias descreve o julgamento do SENHOR sobre o povo de Judá por causa de sua iniquidade e exploração dos outros (vv. 8-13). Ali, ele retrata Judá como o sacrifício ao qual o próprio Deus mataria (v 7-8). Na presente seção, a descrição de Sofonias quanto ao julgamento do SENHOR não se restringe apenas a Judá, mas se aplica a toda a humanidade, porque todos pecaram contra o SENHOR.

O profeta começa dizendo a seus leitores que o grande dia do SENHOR estava próximo (v. 14).

A frase “dia do SENHOR” refere-se a um tempo de intervenção e julgamento divinos (Amós 5:18). Seria um tempo no qual o SENHOR exerceria Seu supremo domínio e autoridade sobre todos os poderes humanos. Sofonias enfatiza o motivo do dia do SENHOR apresentado pela primeira vez no versículo 7. Ele repete o adjetivo “próximo” visando destacar a inevitabilidade e a iminência do dia vindouro do julgamento do Senhor. Ele também caracteriza o dia do julgamento do Senhor como “grande”. Isso significa que o julgamento de Deus seria terrível, causando grandes danos e terror (isso aconteceu quando a Babilônia derrotou ao povo de Judá e os exilou a todos, exceto os habitantes mais pobres, 2 Reis 25:1-4).

O fato de este dia do SENHOR ser chamado de “grande” provavelmente indique que Sofonias também tenha em mente o juízo final desta terra, que ocorrerá no fim dos tempos (v. 2-3).

Não apenas o grande dia do Senhor estava próximo, mas estava chegando muito rapidamente. Esta é outra linha paralela que reforça ou intensifica o pensamento relacionado à proximidade do juízo do Senhor. Isso significava que o julgamento de Deus não demoraria muito mais tempo. Ele apressava-se rapidamente.

O julgamento divino sobre Judá era iminente porque o povo de Judá havia pecado muito contra seu Deus da aliança, conforme registrado nos livros de 2 Crônicas e 2 Reis. O grande dia do SENHOR para julgar o mundo inteiro também é iminente, porque para o SENHOR um dia é como mil anos e mil anos como um dia:

"Mas não deixe este fato escapar de sua atenção, amado, que com o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não é lento em relação à Sua promessa, como alguns contam lentidão, mas é paciente para convosco, não desejando que nenhum pereça, mas que todos venham ao arrependimento" (2 Pedro 3:8-9).

Como afirma o apóstolo Pedro nesta citação de sua segunda epístola, o desejo de Deus é que as pessoas se arrependam e sigam aos Seus caminhos, que sempre levam ao florescimento humano.

2 Crônicas e 2 Reis nos dizem que o rei Josias encorajou o povo de Judá a seguir ao Senhor. Josias procurou expurgar a todos os altares de Baal junto com suas imagens derretidas (2 Crônicas 34:3-7). Como resultado, o povo de Judá se afastou dos modos pagãos de exploração durante o reinado de Josias; porém, voltou à maldade depois de sua morte.

Portanto, pelo fato de o povo ter se arrependido sob a liderança de Josias, Deus honrou a fidelidade do rei e postergou Seu julgamento contra Judá até depois de seu reinado. Falando de Josias, Deus declara através da profetisa Hulda:

"Porque o teu coração era terno e tu te humilhaste diante do SENHOR quando ouviste o que eu falei contra este lugar e contra os seus habitantes para que se tornassem uma desolação e uma maldição, e rasgaste as tuas roupas e choraste diante de mim, eu verdadeiramente te ouvi, declara o SENHOR. Portanto, eis que vos reunirei aos vossos pais, e sereis reunidos à vossa sepultura em paz, e os vossos olhos não verão todo o mal que trarei sobre este lugar" (2 Reis 22:19-20).

O SENHOR foi paciente com Judá. Ele enviou vários profetas para alertar o povo quanto a seus atos pecaminosos, dando a eles a oportunidade de arrependimento. POPrém, eles falharam em ouvir os profetas de Deus vez após vez. Em vez de crerem que a lei do SENHOR era para o seu bem, eles seguiram a seus próprios apetites e pensamentos (Deuteronômio 10:13). Adotaram a cultura pagã da exploração. Portanto, os fortes exploravam aos fracos. Os ricos exploravam aos pobres; os comerciantes se aproveitavam dos compradores e o povo justificava todos os seus pecados através dae sua idolatria. Por essa razão, eles cairiam sob o julgamento divino e as disposições de execução de sua aliança com Deus seriam invocadas (Deuteronômio 28:15-68).

Sofonias diz ao povo de Judá que haveria trauma no dia do julgamento do SENHOR: Escuta, o dia do SENHOR! Nele, o guerreiro grita amargamente (vs. 14). O som produzido pelo dia do Senhor seria amargo porque traria desespero e destruição. Naquele dia, até o guerreiro sofreria. Isso provavelmente ocorreria porque a força invasora iria dominá-los e derrotá-los completamente.

A palavra “guerreiro” é "gibbor" na língua hebraica. Em linhas gerais, denota qualquer pessoa que seja excepcionalmente importante ou poderosa. Por exemplo, Ninrode era um "poderoso na terra" (Gênesis 10:8). Especificamente, a palavra é usada em contextos militares para designar um homem forte que realiza atos heroicos (1 Samuel 2:4; Oséias 10:13Amós 2:14). Assim, o grito do guerreiro no dia do julgamento do SENHOR demonstraria o quão terrível aquele dia seria, porque até mesmo os guerreiros fortes não o suportariam.

Para mostrar a magnitude e a severidade do julgamento do Senhor, Sofonias utiliza seis algumas frases para descrevê-lo. Cada frase começa com o termo “dia”, visando chamar a atenção do povo para o tema. Conforme observado, o dia do SENHOR referia-se ao tempo de Sua intervenção no mundo para punir aos seres humanos por seus atos perversos.

De acordo com Sofonias, seria o dia da ira (v. 15). O “dia” refere-se ao dia do Senhor.

O termo “ira” refere-se à resposta justa de Deus à iniquidade e à injustiça. Deus frequentemente derrama Sua ira, permitindo que as pessoas sofram as consequências naturais de suas próprias ações, como vemos em Romanos 1:24, 26, 28. Deus também nomeia autoridades humanas para punir o mal, referindo-se a eles como os perpetradores de Sua ira (Romanos 13:3-4).

Aqui, Deus derramaria Sua ira através do arbítrio de uma potência estrangeira que invadiria Judá. Isso estava de acordo com as disposições do pacto de Israel e Judá com Deus, já que eles haviam jurado seguir a Seus mandamentos e amar (em vez de explorar) a seu próximo (Êxodo 19:8). Portanto, eles experimentariam a ira de Deus.

O dia da ira divina seria um dia de tribulação e angústia (v. 15). As palavras tribulação e angústia referem-se às aflições e dificuldades encontradas na vida (Deuteronômio 28:53;  1 Samuel 22:2). Por exemplo, a palavra angústia pode ser encontrada na dor do parto (Jeremias 4:31), no cerco da cidade de Jerusalém (Isaías 37:3) e no incômodo da vida de alguém (Salmo 20:1; Habacuque 3:16). Sofonias desejava que seus ouvintes soubessem que o dia do julgamento do Senhor traria tribulações e angústia.

Seria um dia de alvoroço e assolação (v. 15). Essas duas palavras fazem parte do vocabulário da catástrofe. Elas apontam para os danos que ocorreriam em Judá no dia do juízo. Tudo isso se cumpriu quando a Babilônia conquistou e destruiu Jerusalém (2 Reis 25:1-4).

Sofonias continua sua descrição do julgamento de Deus e diz que seria um dia de nuvens e negrume (v. 15). Tal escuridão resultaria em desorientação e confusão. Em nossa passagem, o termo é usado figurativamente em conexão com a palavra angústia para descrever as graves tragédias que ocorreriam durante o dia do julgamento de Deus (Joel 2:2; Amós 5:18).

Aquele dia de julgamento seria um dia de nuvens e escuridão espessa (v. 15). Esses quatro termos escuridão, angústia, nuvens e escuridão espessa são usados para descrever as circunstâncias devastadoras que o julgamento de Deus infligiria a Seu povo desobediente por intermédio da Babilônia (Joel 2:2).

Os termos sugerem que a presença do SENHOR no meio do povo de Jerusalém no dia do SENHOR seria de julgamento e aflição. Seria um dia de trombeta e grito de guerra contra as cidades fortificadas e as altas torres de esquina (v. 16). Esta frase invoca a imagem de um exército invasor cercando os muros da cidade.

Invasão e conquista eram resultados da provisão do contrato de aliança de aliança estabelecido entre Deus e Israel (Deuteronômio 28:49, 52). A aliança previa que, se o povo quebrasse seu voto de seguir à aliança com Deus, resumida por Jesus como amar a Deus e amar ao próximo (Mateus 22:37-39), eles cairiam em uma cultura de paganismo. Em vez de se amarem, explorariam uns aos outros. O resultado do julgamento é que Israel seria entregue à exploração das nações em que confiavam, em vez de confiar em Deus.

O termo traduzido como “trombeta” na frase “dia da trombeta” é "shofar" em hebraico. Refere-se a um instrumento de sopro feito de chifres de carneiro. Nos tempos antigos, os israelitas tocavam trombetas para os holocaustos e ofertas de paz na celebração da festa da Lua Nova (Números 10:10). O shofar também era usado para anunciar a Festa das Trombetas (Ver nosso comentário sobre Levítico 23:23-25)

Às vezes, os vigias tocavam as trombetas para sinalizar um perigo iminente, como a aproximação de uma nação inimiga (Números 10:9). Aqui em Sofonias, as trombetas sinalizariam o dia do julgamento do SENHOR sobre Judá e suas cidades, quando os invasores as sitiariam (Oséias 5:8; Joel 2:1).

O grito de guerra era um som associado à guerra. Por exemplo, quando Deus ordenou a Josué e aos israelitas que marchassem ao redor da cidade de Jericó, Ele disse: "Será que, quando fizerem uma longa explosão com a buzina do carneiro, e quando ouvirem o som da trombeta, todo o povo gritará com um grande grito; e o muro da cidade cairá por terra..." (Josué 6:5). No livro de Amós, Deus afirma que destruiria a muralha e as fortalezas de Rabá, a capital de Amon. Naquela época, haveria gritos no dia da batalha (Amós 1:14). Aqui temos, novamente, uma imagem da força invasora que invadiria Judá.

Os termos “cidades fortificadas” e “torres de altas” representavam a fortaleza de uma cidade contra invasores (Amós 5:9). O primeiro (cidades fortificadas) significava que eram "inacessíveis". Isso ocorre no livro de Números, onde os espiões passaram o relatório a Moisés e aos israelitas de que as cidades cananéias eram inacessíveis (Números 13:27-28). Em Sofonias, os dois termos são usados juntos para transmitir a ideia de uma cidade sitiada e atacada. O conteúdo da mensagem afirma que o SENHOR enviaria Seu instrumento para violentamente atacar a cidade de Jerusalém. Isso foi cumprido quando os babilônicos conquistaram Jerusalém em 586 a.C.

No versículo seguinte, Sofonias reintroduz o SENHOR como narrador. A mudança também introduz a atividade do SENHOR contra os seres humanos. Deus declara: Eu trarei angústia sobre os homens (vs 17). O termo “homens” ("ʾādhām" em hebraico) ocorre no início do texto, onde o SENHOR diz: "Removerei o homem e a besta... Separarei o homem da face da terra" (Sofonias 1:3). Aqui, o termo "homem" inclui a toda a humanidade.

O duplo uso do termo sugere uma extensão universal do poder destrutivo do Senhor. O propósito é que eles andem como os cegos (v. 17), significando que os seres humanos tropeçariam no escuro por perderem o senso de direção. Isso novamente reflete que Deus traria julgamento sobre a iniquidade de Judá, que havia quebrado Seu contrato de aliança. Tudo o que lhes era familiar seria apagado.

Porém, Deus também traria julgamento sobre a iniquidade da terra e eliminaria a iniquidade, a violência, a exploração e o engano, substituindo-os por um reino de justiça. Por causa disso, o apóstolo Pedro exorta aos crentes do Novo Testamento a viverem vidas santas e piedosas:

"...procurando e apressando a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus serão destruídos pelo fogo, e os elementos se derreterão com calor intenso! Mas, de acordo com Sua promessa, estamos procurando novos céus e uma nova terra, na qual habita a justiça" (2 Pedro 3:12-13).

A justificativa para um julgamento tão esmagador sobre a humanidade é porque eles pecaram contra o SENHOR (v. 17). “Pecar” significa transgredir aos desígnios de Deus para Sua criação e/ou rebelar-se contra Seus caminhos de amor e colaboração (Deuteronômio 9:7; Josué 1:18). Deus agiria em juízo contra os seres humanos porque eles haviam abandonado a Seus caminhos; em vez de se amarem uns aos outros, afundaram-se na exploração uns aos outros, como nos dias anteriores a Noé, quando a terra se encheu de violência (Gênesis 6:11).

Deus julga os pecados na intenção de redefinir as coisas de acordo com Seu projeto original para a criação. Encher a Terra de "justiça" significa alinhá-la com Seu padrão de colaboração mútua, serviço uns aos outros e visão compartilhada para o florescimento humano. Dito de outra forma, amar a Deus com todo o nosso ser e amar ao próximo como a nós mesmos (Mateus 22:37-39).

Em Sofonias, quando o SENHOR exercer juízo, seu sangue será derramado como pó e sua carne como esterco (v. 17). Esta profecia provavelmente tenha uma aplicação imediata ao iminente cerco e conquista de Jerusalém pela Babilônia, que ocorreria em dois estágios (2 Reis 25:1-9). Porém, também pode se aplicar figurativamente ao grande dia do julgamento do Senhor sobre toda a terra (Apocalipse 19:17-18).

O termo “pó” na frase em questão é usado de forma figurativa para demonstrar como Deus derramaria o sangue dos homens. Este era um quadro de morte em larga escala. Da mesma forma, o termo “esterco” na frase é usado para retratar a maneira como Deus trataria à carne do homem. Assim como o esterco era lançado para fora da cidade como resíduo, assim seria a carne dos homens por causa das montanhas de cadáveres. Este evento é retratado graficamente no livro de Jeremias:

"Portanto, eis que virão dias", declara o Senhor, "quando já não se chamará Tofé, nem o vale do filho de Hinon, mas o vale da Matança; porque sepultarão em Tofete, porque não há outro lugar. Os cadáveres deste povo serão alimento para as aves do céu e para os animais da terra; e ninguém os assustará" (Jeremias 7:32-33).

O "vale do filho de Hinon" referido nesta passagem de Jeremias era um vale que fazia fronteira com Jerusalém, chamado pelo mesmo nome até hoje. Jeremias afirma que haveria tantos cadáveres que ninguém teria tempo ou espaço para enterrá-los, pois eles encheriam o vale. O Vale de Hinon era usado na antiguidade como uma espécie de aterro sanitário, para onde resíduos e carcaças de animais eram levados. Desta forma, a carne dos habitantes de Jerusalém se tornaria como esterco e seria descartada no Vale de Hinon. No Novo Testamento, o Vale de Hinon é referido no grego como "Geena", geralmente traduzido como "inferno" (veja nosso artigo Tópicos Difíceis sobre "O que é o inferno?").

Esses dois termos ( e esterco) referem-se a coisas sem nenhum valor. Haveria morte generalizada de seres humanos e gente/espaço insuficientes para enterrar aos cadáveres. Isso seria inevitável e se aplicaria tanto aos pobres quanto aos ricos: Nem sua prata nem seu ouro serão capazes de libertá-los no dia da ira do Senhor (v. 18). Aqueles que confiavam em suas riquezas, em vez de confiarem no Senhor, ficariam extremamente desapontados.

Esta imagem possui aplicação profética imediata a Judá, mas há também uma futura aplicação do julgamento de Deus sobre o mundo inteiro. Em Apocalipse 18, vemos o lamento dos interesses comerciais do mundo, "porque em uma hora tamanha riqueza foi destruída!" (Apocalipse 18:17). Isso faz parte de uma sequência de eventos que leva o mundo ao momento do retorno de Jesus para destruir aos exércitos das nações da terra, quando suas carcaças serão amontoadas como no dia da destruição de Jerusalém (Apocalipse 19:11, 17-18). A iminente invasão babilônica era um retrato da conquista da terra por Jesus no fim dos tempos.

Desde o período patriarcal até os dias atuais as pessoas medem a riqueza em termos de bens e metais preciosos, particularmente a prata e o ouro (Gênesis 13:2). Esses metais permanecem como meios de troca universalmente aceitáveis. As pessoas ricas na época de Sofonias não seriam capazes de confiar em suas riquezas para segurança no dia da ira do Senhor contra o pecado.

Deus sempre derrama Sua ira sobre o pecado (Romanos 1:18). As Escrituras dizem que Deus institui governos humanos como agentes para infligir Sua ira ao mal e à injustiça (Romanos 13:3-4). Deus também derrama Sua ira sobre o pecado, removendo Sua mão de proteção e permitindo que o pecado colha sua consequência natural, ou seja, a morte (Romanos 1:24,,, 26286:23). A morte significa separação; grande parte da consequência natural do pecado é separar os seres humanos de seu projeto original. No lugar de uma comunidade harmoniosa de colaboração e florescimento mútuo, o pecado leva à exploração e à violência.

E toda a terra será devorada no fogo de Seu zelo (v. 18). O versículo mostra a consequência da ira de Deus sendo derramada sobre o pecado da terra naqueles dias, porém também fala do julgamento universal sobre toda a terra no fim dos tempos. O julgamento aqui é descrito como fogo, um símbolo usado para o juízo de Deus em toda a Escritura (1 Coríntios 3:13). As Escrituras dizem que Deus é um fogo consumidor, ou seja, Ele é a essência não apenas da própria existência, mas também da justiça (Hebreus 12:29).

O substantivo “zelo” é "qinʾâ" ou "qannāʾ" no hebraico. Refere-se a uma zelosa preservação do relacionamento, como quando um cônjuge tem sentimentos intensos de preservar a unidade do casamento. Neste caso, o SENHOR seria zeloso para restaurar a terra a seu desígnio original, ou seja, ser cheia de justiça (2 Pedro 3:13). O termo bíblico "justiça" nesta aplicação refere-se ao funcionamento harmônico de todas as coisas, de acordo com o projeto original de Deus.

Deus pretendia que os seres humanos reinassem sobre a terra em serviço e harmonia com Ele, uns com os outros e com a natureza (ver nosso comentário sobre o Salmo 8). Quando a humanidade caiu, a terra se encheu de violência, exploração e separação (Gênesis 6:11).

Como resultado, Ele trará um fim completo, na verdade um dia aterrorizante a todos os habitantes da terra (v. 18). O dia da ira e do julgamento do SENHOR acabaria com a abominação na terra, purificando-a da exploração, da violência e do engano e restaurando-a à sua intenção original. Aqueles que vivem suas vidas como um testemunho fiel e vencem a influência do mundo alcançarão a imensa recompensa de reinar na nova terra em alegria e harmonia com Cristo (Apocalipse 3:21).

Este versículo ecoa uma passagem encontrada no livro de Apocalipse, que retrata o dia do julgamento do Senhor em detalhes gráficos:

"Os reis da terra, os grandes homens, os comandantes, os ricos, os fortes, todos os escravos e libertos, esconderam-se nas cavernas e entre as rochas das montanhas; e disseram aos montes e às rochas: Caia sobre nós e esconda-nos da presença daquele que está sentado no trono, e da ira do Cordeiro; porque chegou o grande dia da sua ira, e quem é capaz de resistir?'" (Apocalipse 6:15-17).

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