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Significado de Sofonias 3:8

Como nenhuma nação estava buscando a justiça, Deus anuncia Sua decisão de destruir a Terra e todas as nações. Ele diz que, primeiro, se levantaria como testemunha, o que pode se referir ao primeiro advento de Jesus, quando Ele ressuscitou dos mortos e derrotou a morte.

O SENHOR começa esta seção com a palavra “Portanto” (v. 8) para se referir ao que havia dito anteriormente. Na última seção, Ele havia falado sobre julgar as nações, esperando que Judá aprendesse com seu exemplo e se voltasse a Ele para evitar a destruição por suas iniquidades. Em vez disso, eles caminhavam a passos largos para a perversidade. Portanto, Deus, agora, pronuncia Sua intenção de julgar a toda a Terra. Parece que Seus seguidores não estavam desempenhando seu papel de bons exemplos, significando que não houvesse testemunho positivo que redimisse à Terra. Assim, assim como havia feito nos dias de Noé, destruindo a terra e recomeçando por ela ter-se enchido de violência (Gênesis 6:11), Deus determina destruir a terra e começar de novo (2 Pedro 3:7, 12-13).

As nações pagãs se rebelavam contra Deus. Cometiam maldade dia após dia. Infelizmente, Jerusalém não era melhor que elas: "Ela não confiava no Senhor; não se aproximou do seu Deus" (Sofonias 3:2). Portanto, todas as nações estavam à beira do juízo. O SENHOR introduz Sua sentença de julgamento de uma maneira interessante, dizendo: Espera-Me (v. 8). Isso pode ser um indício de que haveria um intervalo de tempo significativo entre o pronunciamento da sentença e sua implementação. Até o momento em que este artigo é escrito, já se passaram mais de 2.500 anos.

Este sentimento é ecoado por Pedro em sua segunda epístola, observando que para Deus um dia é como mil anos (2 Pedro 3:3-8). A promessa de Deus de julgar o mundo só está sendo adiada por causa da misericórdia de Deus e do desejo de que muitos se arrependam (2 Pedro 3:9).

O Senhor pode demorar, mas Seu julgamento é certo. Para enfatizar a certeza de Seu julgamento, Deus acrescenta a expressão: Declara o SENHOR (v. 8).

A frase “Declara o SENHOR” é significativa na Bíblia. É uma fórmula profética, uma afirmação de que os profetas falavam em nome de Deus. O profeta era alguém que recebia uma mensagem de Deus e tinha a responsabilidade de entregá-la ao povo de Deus. Quando o profeta Sofonias diz “Declara o SENHOR”, ele acrescenta peso e ênfase à sua mensagem, indicando que a mensagem vinha diretamente do SENHOR. Como tal, aquilo certamente aconteceria, porque Deus era fiel às Suas palavras (Números 23:19).

Depois da fórmula profética, o SENHOR diz ao povo que eles poderiam esperar pelo dia em que eu me levantasse como testemunha (v. 8). A frase “levantar-se como testemunha” pode se referir ao testemunho de Jesus ressuscitando dentre os mortos, vencendo ao pecado e à morte (1 Coríntios 15:21-22, 54-55). Em Seu primeiro advento, Jesus não veio à Terra para julgar (João 3:17, 8:15). Mas, em Seu retorno à Terra, Ele julgará as nações. Esta frase do v. 8 soa semelhante à cena profetizada sobre a volta de Jesus descrita em Apocalipse 19:17-19:

“De fato, Minha decisão é reunir nações, reunir reinos, derramar sobre elas Minha indignação e toda a Minha ira ardente” (v. 8).

A partícula, de fato, é enfática. Isso acrescenta peso à afirmação divina: Minha decisão é reunir nações e reunir reinos. O termo “decisão” tem o significado geral de justiça. Porém, aqui, significa "ação" ou "determinação". A verdade é que as pessoas comparecerão diante do Rei ou Juiz para uma decisão judicial (Juízes 4:5; 2 Samuel 5:2). Deus decide reunir todas as nações para derramar sobre elas a Minha indignação, toda a Minha ira ardente (v. 8).

Os termos “indignação” e “ira” são sinônimos. Referem-se à ira ardente do SENHOR contra o pecado. De acordo com o profeta Naum, quando o SENHOR vem em juízo, "Sua ira é derramada como o fogo" (Naum 1:6). Em Sofonias, o SENHOR expressa a mesma verdade ao declarar: Porque toda a terra será devorada pelo fogo do Meu zelo (v. 8).

O termo “fogo” denota a manifestação física de Deus. Nos tempos antigos, as pessoas usavam o fogo para cozinhar alimentos (Êxodo 12:8; Isaías 44:15-16) e para servir de luz (Isaías 50:11). Elas também o usavam para refinar metais (Isaías 1:25) e queimar lixo (Levítico 8:17). Elas também usavam o fogo como um instrumento de guerra com o qual os conquistadores queimavam às cidades dos derrotados (Josué 6:24; Juízes 1:81 Reis 9:16).

Em nossa passagem, o fogo é usado para demonstrar o julgamento e o poder de Deus no julgamento de todas as nações. Deus é zeloso e irá restaurar à Sua criação ao seu projeto original. Deus promete criar uma nova terra na qual a justiça habita (2 Pedro 3:13). Não haverá mais governantes corruptos abusando de sua autoridade para explorar aos outros. Em vez disso, haverá amor e serviço uns aos outros, como Deus pretendeu e como Ele exigiu em Sua aliança com Israel.

Assim, assim como o fogo arde intensamente, Deus derramará Sua ira sobre as nações. Seu julgamento será universal e a terra atual será destruída. A seguir, ela será substituída por um novo céu e uma nova terra (Apocalipse 21:1). Na próxima seção, Deus afirmará que esse expurgo da velha terra através do fogo é um prelúdio para a purificação da terra e para trazer Seu povo de volta à justiça e amor, ao invés da exploração do próximo.

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