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Significado de 2 Coríntios 1:12-14

Paulo declara que sua confiança estava em sua consciência limpa. Ele defende suas ações diante dos coríntios e afirma não estar agindo pela sabedoria do homem, mas pela graça de Deus.

Terminados seus comentários introdutórios, Paulo inicia o corpo principal de sua segunda carta aos Coríntios, defendendo seu caráter e integridade. Ele começa com a declaração: “Pois, a nossa glória é esta” (v. 12). O restante do capítulo 1 e o início do capítulo 2 são textos complementares.

Quando Paulo começa o versículo 12, ele dá testemunho sobre a base de sua própria integridade, que estava sendo desafiada: “Pois, a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência” (v. 12). Para Paulo, esta era uma declaração poderosa, pois uma consciência limpa era fundamental em seu ministério. Os versículos a seguir mostram o quanto o exame de sua consciência e de seu trabalho eram temas relevantes para Paulo.

Em suas cartas a Timóteo, ele insiste:

Mas o fim dessa admoestação é o amor que procede de um coração puro, de uma consciência boa e de uma fé não fingida (1 Timóteo 1:5).

Em 1 Timóteo 3:9, o apóstolo escreve que os líderes da igreja deveriam liderar "conservando o mistério da fé em uma consciência pura".

Focando a seu próprio ministério, ele escreve em 2 Timóteo 1:3: "Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados sirvo, com consciência pura".

Quando Paulo recebeu acusações dos principais sacerdotes e do Sinédrio, ele as enfrentou corajosamente:

Paulo, fixando os olhos no Sinédrio, disse: Irmãos, eu me tenho portado diante de Deus com toda a boa consciência até o dia de hoje (Atos 23:1).

Ao afirmar seu amor pelo povo judeu, seu povo, ele declara em Romanos 9:1: "Digo a verdade em Cristo, não minto, dando testemunho comigo a minha consciência no Espírito Santo".

Em sua carta aos romanos, Paulo transforma este argumento em um princípio geral, dizendo "...tudo o que não provém de é pecado" (Romanos 14:23b). O apóstolo nos ensina que devemos seguir nossa consciência e, se a violarmos, pecamos.

No caso de Paulo, ele havia examinado a si mesmo e estava confiante de que seus motivos eram puros (2 Coríntios 13:5). Ele diz algo semelhante em sua primeira carta aos coríntios, porém mantém uma posição de humildade, reconhecendo que, no fim das contas, todos seremos julgados por Jesus:

Porque nada sei contra mim; contudo, nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor. Por esse motivo, nada julgueis antes de tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à luz as coisas escondidas, que são das trevas, mas também manifestará os conselhos dos corações; e, então, de Deus receberá cada um o seu louvor (1 Coríntios 4:4, 5).

Paulo afirma ter exposto sua consciência diante de Deus e estava convencido de O estar seguindo de todo seu coração. Porém, ele reconhece que Deus era quem sonda o coração dos homens. Ele reconhece que a verdadeira sabedoria vem unicamente da graça de Deus.

A base para o testemunho de sua consciência era que ele havia se conduzido diante dos coríntios em santidade e sinceridade piedosa. Sua confiança não vinha de si mesmo ou de sua sabedoria carnal, mas da graça de Deus.

É provável que seja a esse autoexame de sua própria consciência que Paulo se refira no capítulo 13 ao ordenar aos coríntios: "Examinai-vos se estais na fé, provai-vos a vós mesmos". Estar "na fé" significava andar em coerência com o que eles sabiam ser verdadeiro e correto. Paulo examinara a si mesmo e afirma diante dos coríntios: "Desconheço alguma área na qual eu não esteja vivendo em fidelidade". Ao dizer isso, Paulo estava essencialmente apelando a Deus como sua testemunha, Aquele que conhecia a todos os pensamentos e intenções do seu coração (Hebreus 4:12).

Paulo contrasta a confiança que vinha da graça de Deus com a confiança proveniente da sabedoria carnal. A sabedoria carnal refere-se aos caminhos, valores e princípios deste mundo. A palavra grega "sarkinos" é traduzida aqui como “carnal”. Paulo usa esse termo em seus escritos como um ponto oposto à espiritualidade piedosa. Isso fica evidente quando Paulo contrasta a sabedoria carnal com a graça, a santidade e a sinceridade de Deus. O apóstolo estava confiante de que suas intenções estavam focada em seguir a Deus e fazer o que era melhor para os irmãos em Corinto. Ele não estava seguindo aos caminhos egoístas e exploradores do mundo.

Paulo, assim, declara que sua confiança não vinha deste mundo, mas de Cristo. Ele usa a palavra grega "kauchesis", traduzida como “confiança” seis vezes em 2 Coríntios, aplicando-a várias vezes para se gloriar em relação à fidelidade dos crentes em Corinto. Um dos exemplos está no capítulo 8, onde Paulo pede que eles fizessem uma oferta generosa para ajudar aos judeus perseguidos da Judéia. Aqui, a frase "prova da nossa glória" é a tradução do termo "kauchesis":

Dai-lhes, portanto, diante das igrejas, prova do vosso amor e da nossa glória a vosso respeito (2 Coríntios 8:24).

Paulo tinha uma gloriosa confiança de que ele e Timóteo haviam se conduzido de maneira piedosa, especialmente em relação aos destinatários da carta:Pois não vos escrevemos outra coisa, senão aquilo que ou ledes ou mesmo reconheceis; e espero que o reconhecereis até o fim(v. 13).

Paulo desejava que os coríntios lessem e entendessem. Porém, ele desejava que eles fizessem isso até o fim. Podemos inferir do versículo 14 que esse fim era o “dia do nosso Senhor Jesus” (v. 14). O dia do nosso Senhor Jesus referia-se ao dia em que Jesus voltará e julgará a terra. Todos os crentes terão suas obras avaliadas e receberão recompensas de acordo com suas obras (2 Coríntios 5:10). A esperança de Paulo era que os coríntios tivessem constantemente em mente sua admoestação de viver prontos para "aquele dia", vivendo uma vida que agradasse a Deus.

Aparentemente, Paulo cria que os coríntios haviam entendido sua mensagem até certo ponto, dizendo: “Assim também nos reconhecestes em parte, que somos a vossa glória, assim como vós também sois a nossa no Dia de nosso Senhor Jesus(v. 14).

Paulo e Timóteo desejavam se orgulhar dos coríntios e os coríntios deveriam se orgulhar de Paulo e Timóteo no dia de nosso Senhor. Esta era sua mensagem. Isso inferia que, quando os que ministram são recompensados por Cristo pelas obras feitas em suas vidas, aqueles a quem eles ministraram terão orgulho deles. É como ver um ente querido receber uma grande recompensa. Paulo desejava que todos os envolvidos tivessem em mente que seu principal propósito na vida era viver como testemunhas fiéis, agradando a Deus com suas vidas.

O versículo 14, além de outras referências, parecem revelar a existência de uma outra carta escrita por Paulo aos coríntios além desta e de sua primeira carta; porém, ela parece ter-se perdido. Em 1 Coríntios 5:9, Paulo diz: "Na minha carta, vos escrevi"; e, novamente, no versículo 11: "Mas, sendo assim, vos escrevi".

Portanto, em 2 Coríntios 2:3,, 4 Paulo se refere a uma carta que parecia ter uma letra diferente da epístola de 1 Coríntios:

Isso mesmo escrevi, para que, chegando, eu não tenha tristeza da parte dos que me deviam alegrar, tendo esta confiança em todos vós que o de meu gozo é o de todos vós. Pois, em muita tribulação e angústia de coração, vos escrevi com muitas lágrimas, não para que fôsseis entristecidos, mas para que conhecêsseis o amor que mais abundantemente tenho para convosco (2 Coríntios 2:3, 4).

Talvez, alguns irmãos na igreja em Corinto não tivessem entendido tudo o que Paulo e Timóteo haviam escrito naquela carta e essa falta de compreensão tenha desempenhado um papel crucial nas acusações contra ele. Assim, o apóstolo declara, com base em sua consciência limpa, que sua mensagem havia sido clara. Ele havia dito exatamente o que precisava dizer.

Sua mensagem fazia referência a 1 Coríntios 2:4, 5: "O meu ensino e a minha pregação não foram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e do poder, para que a vossa fé não se baseie na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus". Talvez sua falta de clareza na carta desconhecida fosse parte da razão pela qual ela tenha se perdido.

De qualquer forma, Paulo enfatiza aos coríntios que eles precisavam entender claramente suas palavras e seu coração.

“...somos a vossa glória, assim como vós também sois a nossa no Dia de nosso Senhor Jesus” (v. 14). Paulo, agora, revela que a confiança deveria ser a expectativa que cada parte deveria ter em relação à outra. Ele esperava que no dia do Senhor Jesus ele e Timóteo se orgulhassem dos coríntios, pois eles seriam recompensados por Cristo popr seu serviço a Paulo e Timóteo. Da mesma forma, Paulo e Timóteo esperavam que os coríntios se orgulhassem deles ao serem recompensados por seu ministério aos coríntios. Continuando a manter seus olhos no prêmio do chamado em Cristo, agradando-O em todas as coisas, todos eles receberiam a grande recompensa por sua fidelidade.

Ao lembrar das orações dos coríntios por eles no versículo 11, Paulo e Timóteo desenvolvem o tema da missão através de parceria mútuas. Cada um beneficia ao outro, cada um é abençoado pela recompensa recebida das mãos de Jesus por seu serviço um ao outro. Está implícito aqui que ambos os grupos se beneficiariam das recompensas por seu serviço fiel a Jesus e uns aos outros.

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