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Significado de 2 Coríntios 2:12-17
Paulo, agora, passa a atualizar os coríntios a respeito de onde havia ido em suas viagens ao invés de visitá-los, como havia planejado. Anterioirmente, ele os informara que havia cancelado sua viagem a Coríntios para poupar tristeza tanto para si quanto para eles. Agora, ele acrescenta que houve também uma grande porta aberta de oportunidade, o que também parece ter desempenhado um papel na sua mudança de planos. Ele diz: “Quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e quando me foi aberta uma porta no Senhor” (v. 12).
Troas era uma cidade na parte noroeste da atual Turquia, à época a antiga província romana da Ásia. Estava do outro lado do Mar Egeu na Grécia. Foi um dos portos por onde Paulo passou em suas viagens. Novamente, uma das críticas feitas a Paulo era a de que ele havia mudado seu itinerário, quebrando seu compromisso de visitar os coríntios (2 Coríntios 1:23).
Podemos inferir que seus acusadores alegavam que sua mudança de agenda era pelo fato de estasr muito ocupado "mercadejando a palavra de Deus" para seu próprio ganho financeiro (2 Coríntios 2:17). Isso é um tanto irônico porque em, 1 Coríntios Paulo, defende uma atitude oposta.
Portanto, Paulo é claro ao proclamar que suas jornadas eram pelos Evangelho de Cristo, apenas isso. Ele não dá detalhes sobre a porta aberta em Troas, mas afirma claramente que era pelo Evangelho de Cristo. Essa porta aberta era “no Senhor”. Ou seja, Paulo seguia a Deus, não o contrário.
Paulo estava sendo extraordinariamente aberto e vulnerável com os coríntios. Ele continua a abrir seu coração enquanto escreve: “não tive alívio para o meu espírito, porque não achei a meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedônia” (v. 13).
Paulo havia planejado uma visita de volta a Corinto; porém, como vimos, isso não aconteceu. Seu motivo para o cancelamento foi para evitar causar mais "tristeza" tanto para ele quanto para a igreja. Em vez disso, ele envia uma carta: "em muita tribulação e angústia de coração, vos escrevi com muitas lágrimas" (2 Coríntios 2:4). Ele, então, envia Tito a Corinto para saber como eles haviam recebido a carta. Após isso, ele viaja a Troas, onde ele e Tito haviam combinado de se encontrar.
Paulo, ansioso por ouvir notícias dos irmãos em Corinto, não encontrando Tito meu irmão, sentiu que não deveria continuar o que parecia ser um ministério frutífero em Troas. Em 1 Coríntios 16:9, Paulo usa a mesma metáfora da "porta" - "Porque se me abriu uma porta grande e eficaz" - como usada aqui no versículo 12.
Sua ansiedade, expressa na expressão “não tive al´[ivio para o meu espírito” tem sido referida por alguns como sua "ansiedade pastoral", ou seja, uma experiência comum a muitos líderes espirituais. No capítulo 11, quando Paulo apresenta novamente uma defesa de seu ministério e de seus sofrimentos, ele diz: "Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, o cuidado de todas as igrejas" (2 Coríntios 11:28).
Assim, cheio de preocupação, amor e agonia de espírito pela igreja em Corinto, Paulo decide deixar o ministério em Troas, despedindo-se deles. Depois, ele seguiu para a Macedônia. A Macedônia estava no norte da Grécia e, portanto, estava localizada ao norte de Corinto (Ver Mapa).
Sua angústia com a situação em Corinto não terminou, pois mesmo quando chegou à Macedônia ele ainda carregava o pesado fardo, conforme vemos em 2 Coríntios 7:5: "Pois, ainda quando chegamos à Macedônia, nenhum repouso teve a nossa carne; antes, por todos os lados, sofremos tribulação; combates fora, sustos dentro".
As Escrituras nos instruem a lançar nossos cuidados sobre Deus, pois Ele cuida de nós (1 Pedro 5:7). Jesus disse que não devemos nos preocupar com o amanhã (Mateus 6:25). Paulo, porém, falava consistentemente sobre como o cuidado das igrejas pesava sobre ele. No entanto, ele também diz confiar em Deus para seu conforto (2 Coríntios 7:6). O apóstolo havia aprendido a se gloriar-se em sua fraqueza (2 Coríntios 12:9, 10). Assim, ele tinha cuidados e preocupações, mas ativamente as entregava a Deus e anda na dependência Dele, confiando em Seu conforto, em vez de confiar nas circunstâncias.
Paulo combatia suas próprias dúvidas e temores, que eram reais e difíceis, colocando sua fé em Deus: “Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e que por nosso meio faz sentir o cheiro do seu conhecimento em todo lugar” (v. 14).
A palavra “conduz” aqui no versículo 14, assim como a expressão “em triunfo”, são ambas traduções da palavra grega "thriambeuo". Esta palavra significava uma "procissão triunfal" e é empregada apenas aqui e em Colossenses 2:15. Esse termo traria aos leitores de Paulo a imagem de uma procissão triunfal romana. As procissões eram desfiles militares resultantes de conquistas bem-sucedidas nas guerras.
Esses desfiles de "thriambeuo" incluíam não apenas os exércitos conquistadores, mas também os despojos da vitória, ou seja, os soldados inimigos capturados e os líderes de seus exércitos. Em muitos desses desfiles, os soldados inimigos eram executados. Assim, para eles, o desfile era o oposto de uma celebração, pois pessoas estavam sendo levadas à morte.
Ao trazer esta imagem à mente deles, Paulo tem o cuidado de apontar para Deus, que sempre nos conduz em triunfo em Cristo. Não era Paulo quem liderava o desfile, mas ele era um dos escravos ou servos sendo levados à morte pelo serviço de Cristo. Assim, era um desfile do triunfo de Cristo. Entendemos seu uso em Colossenses, ode o efeito da obediência de Jesus a Seu Pai, morrendo na cruz pelos pecados do mundo, é encontrado:
...e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu abertamente, triunfando deles na mesma cruz (Colossenses 2:15).
A expressão “triunfando” é a tradução da palavra "thriambeuo". Vemos aqui que Jesus triunfou através dos sofrimentos e da morte (Hebreus 2:9).
Paulo muda o teor de sua carta do versículo 13 para o versículo 14, na medida em que passa de sua própria angústia e ansiedade para sua confiança na vitória da cruz: “por nosso meio faz sentir o cheiro do seu conhecimento em todo lugar” (v. 14).
A referência de Paulo à imagem dessa procissão triunfal no versículo 14 é de crentes marchando firmemente, fazendo com que aqueles que assistem ao desfile sintam o doce aroma do conhecimento de Cristo, enquanto o desfile triunfante passa.
Esta marcha triunfante ocorre em todos os lugares onde os crentes vão. Não se limita às manhãs de domingo ou visitas à igreja. O aroma do conhecimento de Jesus é sentido por todos com quem entramos em contato, em todos os lugares por onde passamos.
Paulo usa a imagem do aroma em sua imagem da marcha triunfal. Um aroma é algo que as pessoas sentem, querendo ou não. Olhar e ver requer atenção. O mesmo vale para ouvir um som. Às vezes ouvimos uma banda tocar, mas se alguém desligar o rádio, a banda desaparece. Não é o caso do aroma. O aroma se impõe e sempre é notado.
É o caso dos crentes que caminham em fidelidade, demonstrando amor e serviço em seu compromisso diário. É algo impossível de ser ignorado. Ele traz a todos a "fragrância" do conhecimento de Cristo. Assim, o "thriambeuo" ou a marcha triunfal do crente, significa caminhar pela fé pelos altos e baixos na vida diária. Quando vivemos no poder da ressurreição de Jesus, caminhamos em uma marcha triunfal.
Os leitores de Paulo estavam familiarizados com a linguagem da adoração, sacrifício e oferta. A queima de incenso como oferenda no altar de sacrifício era um ritual tanto nas práticas judaicas quanto em algumas práticas pagãs. Ao sermos conduzidos neste triunfo em Cristo, Cristo manifesta através de nós o doce aroma do conhecimento Dele em todos os lugares (v. 14).
Embora os rituais das oferendas aromáticas ocorressem principalmente nos templos, Paulo diz que, em Cristo, esse doce aroma e fragrância vai além do templo, sendo expresso por nossa vida diária em todos os lugares. Os que estão "em Cristo" (2 Coríntios 5:17) são novas criaturas e manifestam a fragrância de Cristo. Cada um de nós é templo de Deus (1 Coríntios 3:16).
Através do triunfo da cruz, mesmo em circunstâncias difíceis, sabemos que Deus continuará a operar Sua presença e propósito em nós e através de nós: “Pois para Deus somos o bom cheiro de Cristo nos que são salvos e nos que perecem” (v. 15).
Na medida em que a oferta de sacrifício é feita, nos tornamos a fragrância de Cristo para Deus. Os holocaustos no Antigo Testamento eram descritos como um "aroma suave ao Senhor" (Levítico 1:9). O quadro que Paulo pinta aqui é que, quando vivemos em obediência a Deus, exalamos a fragrância de Cristo para Deus, assim como os holocaustos no Antigo Testamento exalavam o "aroma suave" a Deus, mostrando o povo estava seguindo às Suas instruções e pedindo Seu perdão.
Paulo traz palavras semelhantes em Romanos 12:1, onde escreve:
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Romanos 12:1).
A imagem do "sacrifício vivo" não era o de um animal morto cozido em um altar como "aroma suave" que agradava a Deus, sendo depois preparado para ser comido pelo povo, agradando às pessoas também. Pelo contrário, a figura é do crente que agrada a Deus vivendo sua vida em obediência a Cristo.
Os crentes refletem essa imagem do "sacrifício vivo" quando caminham para a morte do pecado e para si mesmos e ressuscitam em Cristo para a nova vida nesses "vasos de barro", que são nossos corpos (2 Coríntios 4:7). Vivemos a morte de Cristo ao nos considerarmos mortos para o pecado. Vivemos a vida de Cristo ao vivermos na verdade de termos sido ressuscitados para a vida eterna. Quando vivemos essas realidades, escapamos da escravidão e da condenação, ou as consequências do pecado (Romanos 6:7, 8).
Esta deve ser uma abordagem constante e duradoura em nossas vidas, pois Paulo dirá mais tarde que devemos "sempre carregar no corpo a morte de Jesus, para que a vida de Jesus também se manifeste em nosso corpo mortal" (2 Coríntios 4:10). É assim que cumprimos a imagem de viver como fragrância de Cristo para Deus, vivendo a vida como "sacrifício vivo" que produz um "aroma suave" a Ele. Os crentes em Jesus fazem isso ao caminhar no poder da ressurreição, vivendo como Deus os instrui a viver:
Pois para Deus somos o bom cheiro de Cristo nos que são salvos e nos que perecem. Para uns, na verdade, cheiro de morte para morte, para outros, porém, cheiro de vida para vida. E para essas coisas quem é idôneo? (v. 15,16).
No entanto, ao mesmo tempo em que os crentes fiéis são um "aroma suave" para Deus (fragrância de Cristo), esses mesmos crentes, por sua fidelidade, são sacrifícios vivos e exemplos “entre aqueles que estão sendo salvos” (v. 15). A frase “ser salvo” refere-se à salvação do poder do pecado em nossa caminhada diária. Quando vemos a palavra "salvar" nas Escrituras, algo ou alguém está sendo liberto de alguma coisa. Assim, precisamos olhar para o contexto e ver o que está sendo liberto do quê.
A raiz da palavra grega traduzida como “salvação” é "sozo". Esta raiz é traduzida como "ficar curada” em Mateus 9:21; naquele contexto, uma mulher acreditava que se tocasse a bainha das vestes de Jesus, ela seria salva/liberta da doença. A "salvação" espiritual pode ser vista como tendo três tempos:
Podemos ver essa salvação em Romanos 13:11, onde Paulo diz: "Porque agora está mais perto de nós a salvação do que quando recebemos a fé". Podemos ver neste versículo que, na medida em que avançamos, começando no novo nascimento, nos aproximamos da "salvação" final. Claramente, então, a "salvação" falada aqui está no futuro, não no passado. Neste contexto, Paulo está falando do fim dos tempos, quando todos serão julgados e tudo será corrigido.
Para os que buscam andar pela fé e estão no processo de “serem salvos” do poder do pecado, não permitindo que ele afete negativamente suas vidas, o exemplo e a inspiração dos que andam como sacrifícios vivos ao Senhor é um aroma de vida. A frase parece se referir ao exemplo de uma vida de fidelidade, que inspira a vida de outros.
O princípio aqui parece ser o de que uma vida vivida em fidelidade desperta a fidelidade de outras pessoas que busquem aprender a andar em fidelidade. Este é, sem dúvida, o principal propósito para os crentes se reunirem regularmente, visando encorajar uns aos outros (Hebreus 10:24).
Por outro lado, para os que não andam na fé, os que perecem, o exemplo de alguém que viva fielmente como sacrifício vivo é um aroma de morte. Isso fala dos que estão mortos em seus pecados. Para eles, estar perto de alguém que esteja vivendo fielmente faz com que sintam ainda mais a sua própria morte.
Eles estão afastados de Deus; assim, estar perto das coisas de Deus faz com que eles se sintam piores. Eles já têm a sensação de morte/separação de Deus. Quando estão perto de alguém que vive em fidelidade a Cristo, seu senso de separação é aumentado, tornando-se um aroma de morte.
O aroma exalado pela pessoa fiel fala da realidade de sua morte com Cristo. Assim, o crente fiel, que está morto para o pecado, causa desconforto, um "fedor" para os que vivem na morte do pecado. O contraste de viver em retidão é, para eles, um aroma fétido.
Os crentes vivem a ressurreição de Cristo quando andam em Seu poder de ressurreição, seguindo ao Espírito em novidade de vida (Romanos 6:13; Gálatas 6:8).
Os que estão em Cristo exalam aromas diferentes a pessoas diferentes, dependendo do que crêem. Isso pode ser entendido à luz de João 3, que afirma que todo aquele que não crê em Jesus já está julgado (João 3:17, 18). Para a pessoa que não crê, a fragrância de Cristo cheira a julgamento. Aqueles que não crêem trazem condenação sobre si mesmos.
Paulo traz uma pergunta razoável: “E para essas coisas quem é idôneo?” (v. 16). Quando vemos o exemplo de alguém que exala a fragrância de Cristo por causa de sua caminhada fiel, é razoável perguntar: "Mas, como é isso? Quem está fazendo isso? Quem é adequado?”
Paulo nos diz que nem todo crente exala esse aroma de Jesus, apenas aqueles que andam no Espírito, conforme registrado no capítulo seguinte:
"...mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos fez idôneos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; pois a letra mata, mas o espírito vivifica (2 Coríntios 3:5b-6).
Isso deixa claro que Paulo tinha ciência que era, de fato, um exemplo de alguém que exalava o aroma agradável de Cristo. Ele era adequado para essas coisas. No entanto, sua adequação não vinha de sua obediência às regras religiosas ou pelo fato de mostrar às pessoas o quão piedoso ele era. Essa seria a "letra" da lei e não traria vida. A "letra mata" (2 Coríntios 3:6).
Paulo afirma que sua adequação vinha de Deus, porque Deus o fez servo da "nova aliança" que estava no sangue de Cristo. Era por causa do Espírito que Paulo era adequado para essas coisas.
O que levanta a questão: "Quem não é adequado?" Paulo responde: “Pois não estamos, como muitos, mercadejando com a palavra de Deus” (v. 17). Paulo não elabora a respeito, mas infere-se que ele estava ciente de que o povo em Corinto entenderia de quem ele estava falando. Faz sentido lógico que os crentes exalassem a agradável fragrância de Cristo quando andassem em Espírito pela fé, operando como sacrifícios vivos.
Se todos os crentes automaticamente vivessem como sacrifícios, não faria sentido para Paulo exortá-los a investir tempo e esforço em renovar suas mentes e serem transformados (Romanos 12:1, 2). Da mesma forma, se todos os crentes vivessem automaticamente como aromas agradáveis, eles já seriam salvos da presença do pecado, não sendo, portanto, descritos como “sendo salvos” (v. 15) da luta contínua contra o impacto negativo do pecado (1 João 1:8).
Crescer e amadurecer na caminhada de fé em Cristo é como crescer como ser humano: requer trabalho árduo através de lições aprendidas. É por isso que Paulo descreve os crentes como aqueles que estão “sendo salvos”; ele se refere à necessidade de sermos libertos dos impactos negativos do pecado neste mundo através da obediência da fé.
Paulo, então, contrasta seus motivos com o daqueles que tinham o ganho financeiro como sua principal motivação para trabalhar no ministério: “mas é com sinceridade, mas é de Deus, perante Deus que, em Cristo, falamos” (v. 17).
Em tudo o que era, em tudo o que dizia, em tudo o que fazia, Paulo estava ciente da presença de Deus. Por um lado, esta era uma afirmação extremamente ousada, pois o apóstolo estava afirmando que, ao falar, era como se Deus falasse. Por outro lado, dera uma declaração preocupante do ponto de vista humano porque, em vez de falar como dono dos coríntios - "falo por Deus, então vocês têm que fazer o que eu mando" - Paulo ensina que falava de Cristo perante Deus.
Ao destacar que seu ministério estava sendo exercido diante dos olhos de Deus, Paulo destaca a realidade de sua primeira carta, enfatizando novamente o tema nesta carta. Ou seja, ao reconhecer que tudo o que dizia era feito diante do Senhor, o apóstolo era totalmente responsável perante Deus. Tudo o que ele fizesse seria julgado por Deus.
Vemos isso também em 1 Coríntios 3, onde Paulo afirma que os coríntios não deveriam discutir se deveriam seguir a Paulo ou a Apolo. Em vez disso, eles deveriam se preocupar sobre como Jesus julgaria suas obras no tribunal de Cristo (1 Coríntios 3:13-15). É com isso que o próprio Paulo estava preocupado (1 Coríntios 3:7, 4:2-5). Mais adiante nesta carta, Paulo exortará os coríntios a viver agradando a Cristo, preparando-se para o dia do juízo:
É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe agradar. 10Pois é necessário que todos sejamos descobertos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, conforme o que praticou, o bem ou o mal (2 Coríntios 5:9, 10).
A preocupação de Paulo não era alcançar poder sobre os coríntios. Era ser um bom pastor para eles, porque essa era sua mordomia para o Senhor. Paulo sabia que prestaria contas a Deus por seu pastoreio. Portanto, ele estava sendo verdadeiro com seus filhos na fé, instruindo-os a discernir a diferença entre um bom e um mau exemplo.
No capítulo seguinte, Paulo levantará novamente uma defesa contra aqueles que aparentemente procurava diminuir sua autoridade apostólica. Faria sentido lógico que alguém que estivesse mercadejando a palavra de Deus tentasse derrubar Paulo e se elevar sobre ele, obtendo mais dinheiro dos coríntios.
É triste reconhecer que muitas pessoas que se apresentam como ministros da palavra de Deus coloquem os ganhos monetários ou o status acima de seu ministério. Porém, este foi o caso aqui na fundação da igreja cristã. Assim, não devemos nos surpreender ao ver isso se repetir em qualquer outra época.
É interessante que, embora Paulo desejasse que seus seguidores tivessem uma compreensão sóbria de tais coisas e soubessem que exemplo seguir, ele estava feliz pela pregação da Palavra de Deus, mesmo que fosse da boca de pessoas com motivações distorcidas (Filipenses 1:15-18). Isso provavelmente ocorresse porque Paulo conhecia o poder das Escrituras: a Palavra de Deus jamais retorna vazia (Isaías 55:11).