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Significado de 2 Coríntios 2:10-11
Na seção anterior, Paulo exortou os crentes em Corinto a provar sua obediência e fé em Jesus Cristo através da expressão de perdão e amor à pessoa que havia perturbado a igreja. Essa pessoa aparentemente atacou a Paulo e seus ensinamentos, gerando muita tristeza. Paulo, agora, os exorta a perdoá-lo e a afirmar seu amor por ele.
A quem vós perdoais alguma coisa, também eu; pois o que eu tenho perdoado, se alguma coisa tenho perdoado, é por amor de vós na presença de Cristo (v. 10).
Paulo parece deixar a critério dos coríntios determinar se a parte ofensora havia se arrependido o suficiente para ter sua sua comunhão restaurada. O que eles decidissem seria aceito. Paulo também perdoaria a quem quer que a igreja em Corinto tenha perdoado.
O perdão do qual Paulo fala aqui trata-se da restauração da comunhão, não da natureza jurídica do perdão. Aos olhos de Deus, todos os pecados foram pregados na cruz em Cristo (Colossenses 2:14). Portanto, todos os pecados foram judicialmente pago no que diz respeito à nossa posição aos olhos de Deus. Tudo o que é necessário para obtermos o benefício dessa graça incrível é recebê-la com fé (João 3:14-15).
Porém, o companheirismo é uma questão diferente. Conforme afirmado por João, para que nossa alegria seja plena, devemos andar em comunhão com Deus, confessando nossos pecados (1 João 1:3,, 49). Jesus afirmou em Seu ensino do "Pai Nosso" que nossa comunhão com Deus e Seu perdão dependerá de nossa disposição em perdoar uns os outros (Mateus 6:14, 15).
Paulo diz que expressava seu perdão na presença de Cristo. Ao dizer isso, ele parecia estar aplicando o mesmo tipo de confissão espiritual ensinado pelo apóstolo João em 1 João 1. Paulo faz isso “por sua causa”. Seu objetivo era o bem-estar deles. Isso novamente apoia o ensino bíblico de que a plenitude da nossa alegria vem através do exercício do perdão uns para com os outros.
Isso tem uma série de aplicações práticas. Somos propensos, como seres humanos, a buscar controlar o passado. É claro que isso é uma ilusão, nenhuma tristeza atual popde mudar o passado. Também somos propensos a tentar controlar o futuro - novamente, nenhuma quantidade de preocupação com o futuro conseguirá determinar eventuais resultados. Também somos propensos a punir ou controlar as pessoas por meio da amargura, raiva ou ódio. Infelizmente, isso só nos envenena.
Não obstante a aparente futilidade da busca pela ilusão do controle, estamos sempre propensos a fazê-lo. Parte da razão é por causa das obras de Satanás em nós. A afirmação de Paulo é que o perdão nos protege de Satanás. Ele nos diz que perdoar as pessoas deveria ser do nosso interesse: “...para que Satanás não ganhe alguma vantagem sobre nós, porque não ignoramos as suas maquinações” (v. 11).
A palavra grega traduzida como “maquinações” significa:
Paulo parece ter em mente aqui um modelo mental ao qual Satanás constantemente sussurra ofensas, procurando fazer com que nos vejamos como vítimas e aos outros como inimigos que precisam de punição. Se permitirmos que ele tenha sucesso, isso nos levará ao egocentrismo e nos afastará do verdadeiro amor.
Ao ficarmos obcecados conosco mesmos e insistirmos em tomarmos a posição de juízes no lugar de Deus, somos roubados da alegria e da comunhão uns com os outros.
Paulo conhecia as maquinações de Satanás; ele não ignorava seus esquemas. Aparentemente, o apóstolo buscava ensinar essa lição aos coríntios ao dizer-lhes: “Nós” ignoramos suas maquinações. A maneira de frustrar Satanás e seus esquemas é perdoar. O perdão entrega a ofensa a Deus e permite que Ele seja o Juiz. Conforme Paulo afirma em sua primeira carta:
Por esse motivo, nada julgueis antes de tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à luz as coisas escondidas, que são das trevas, mas também manifestará os conselhos dos corações; e, então, de Deus receberá cada um o seu louvor (1 Coríntios 4:5).
É nossa natureza tomar a cadeira de Deus e pronunciar julgamento sobre os outros. Porém, Deus sabe tudo. Ele vê os pensamentos e as intenções do coração (Hebreus 4:12). Ele julgará corretamente. Nosso foco deve ser ter um coração limpo diante Dele, examinar-nos e confessar nossos pecados diante Dele para termos um coração limpo e andarmos na pureza da fé. Este é o caminho para a nossa maior realização, tanto nesta vida como na próxima.
Essa alegria é algo do qual Satanás aparentemente procura nos afastar por meio de suas maquinações. O apóstolo Pedro descreve Satanás como sendo como um "leão que ruge", estando sempre à espreita, procurando aqueles a quem ele possa "devorar" (1 Pedro 5:8).
Pedro instrui seus seguidores a resisti-lo. Tiago promete que se resistirmos ao diabo, submetendo-nos a Deus, ele fugirá de nós (Tiago 4:7). Podemos concluir que, quando seguimos os caminhos de Deus, perdoand-nos uns aos outros como Ele nos perdoou, escapamos das armadilhas que o diabo coloca em nosso caminho destinadas a nos roubar a alegria, a paz e a realização.