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Significado de 2 Tessalonicenses 1:11-12
Paulo encoraja os tessalonicenses a continuarem a suportar a perseguição. No retorno de Jesus, Ele castigaria àqueles que não colocaram sua fé Nele, aqueles que haviam afligido aos crentes e recompensaria aos que suportaram fielmente aos sofrimentos.
Para este fim também, Paulo escreve, oramos por vós sempre, para que nosso Deus vos considere dignos de seu chamado e realize todo desejo de bondade e obra de fé com poder. A frase “para este fim” refere-se aos versículos anteriores, que falam sobre suportar a perseguição e ser encontrado fiel na volta de Jesus, recebendo as grandes recompensas reservadas aos que perseverassem como testemunhas fiéis.
Paulo não ora para que os tessalonicenses fossem poupados das dificuldades, mas para que Deus os considerasse dignos de seu chamado. Em vez de orar por circunstâncias melhores, Paulo ora para que Deus cumpra o desejo que os tessalonicenses tinham de buscar o bem. Isso é semelhante ao que Paulo diz aos filipenses:
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honroso, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa reputação, se há alguma excelência e se alguma coisa digna de louvor, detenham-se nestas coisas" (Filipenses 4:8).
Nesta passagem de Filipenses, Paulo instrui seus filhos na fé a se debruçar sobre as coisas boas. Em 2 Tessalonicenses 1:11 Paulo ora para que Deus cumpra os desejos que eles tinham de viver na bondade.
Além disso, Paulo também ora para que os tessalonicenses tivessem poder para completar toda obra de fé. Se os tessalonicenses tivessem seu desejo de bondade realizado e o poder para completar as obras da fé, isso seria um sinal de que Deus os considerava dignos de seu chamado. Por extensão, isso pode significar que se Deus desse aos crentes apenas circunstâncias confortáveis, isso significaria que Ele não os encontraria dignos de seu chamado. Deus permite que os buscadores de conforto, como Esaú, que estava faminto e trocou seu direito de primogenitura por uma tigela de ensopado, encontrem suas próprias recompensas. O prato de sopa satisfez a Esaú e o deixou confortável naquele momento; mas, ele ficaria eternamente arrependido depois ao perceber que havia perdido sua grande herança (Hebreus 12:16-17). Esaú ainda era amado por seu pai. Ele ainda era filho de seu pai. Mas, perdera sua herança.
Os crentes podem perder a recompensa da herança ao buscar os confortos deste mundo, ao invés de viver para honrar a Deus e suportar a rejeição do mundo. Ao longo de suas cartas, Paulo exorta a Seus filhos na fé a perseverar em fiel obediência a Cristo e a fazer todas as coisas com o motivo de agradar a Deus (Filipenses 3:7-8, 14-15). É assim que alcançamos a recompensa da herança (Colossenses 3:23). O processo ao qual Paulo chama de santificação é o processo pelo qual suportamos fielmente aos sofrimentos, aprendemos com nossos erros e crescemos a cada dia.
A nossa santificação é vontade de Deus (1 Tessalonicenses 4:3). Somos chamados a suportar a perseguição e a rejeição, vencendo o mundo, assim como Jesus o venceu (João 16:33, Apocalipse 3:21). Somos considerados dignos quando Jesus realiza os desejos de bondade que temos. Quando buscamos o que é verdadeiramente bom, podemos esperar oposição e rejeição por parte do mundo. Também somos considerados dignos quando Deus nos permite realizar obras de fé com poder. Deus nos chamou para andar em comunhão com Ele, servindo-O diariamente através da fé (Romanos 12:1).
Essa relação paradoxal entre nossas escolhas e as escolhas de Deus é encontrada em todas as Escrituras. Neste capítulo, Paulo ora para que Deus realizasse boas obras em seus filhos espirituais - algo que envolvia Suas escolhas -, ao mesmo tempo em que exorta os tessalonicenses a continuarem a fazer boas escolhas eles próprios.
Paulo diz algo semelhante em sua carta aos Efésios:
"Porque somos obras Suas, criados em Cristo Jesus para boas obras que Deus preparou de antemão para que andássemos nelas" (Efésios 2:10).
Neste versículo de Efésios, Paulo paradoxalmente chama seus filhos espirituais a escolher fazer boas ações já preparadas por Jesus. Isso vai além da nossa compreensão humana, algo ao qual Paulo reconhece em seus escritos:
"Oh, profundidade das riquezas, tanto da sabedoria quanto do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são Seus juízos e quão insondáveis Seus caminhos!" (Romanos 11:33).
Paulo não tenta "descobrir" Deus. Ele começa com Deus. Esta é a abordagem usada em toda a Bíblia. A Escritura começa com a frase "No princípio, Deus". Isso também é paradoxal do nosso ponto de vista como criaturas, na medida em que Deus estava lá antes do princípio. O próprio Deus é paradoxal, conforme refletido em Seu nome, "Eu Sou". Deus se descreve como "a existência". Isso também está além da nossa compreensão. Embora Deus e Seus caminhos sejam paradoxais, eles se encaixam em nossa experiência, uma vez que todas as coisas refletem Deus, pois Ele é o Criador de todas as coisas (Salmo 19; Colossenses 1:16-17).
O raciocínio humano sempre precisa começar com uma definição, um ponto de partida. Como na matemática, que começa com um axioma. Na matemática, às vezes, os axiomas sçao conflitantes, mas ainda assim funcionam, como ocorre com a geometria euclidiana e não-euclidiana. Paulo começa seu raciocínio com "Deus é Deus" e se concentra no que podemos fazer como criaturas para viver de acordo com nosso projeto e, assim, cumprir nosso propósito, visando obter a maior alegria possível. Paulo deixa claro que isso significa que devemos seguir ao caminho que Deus estabeleceu para nós, fazer as boas obras que Ele coloca diante de nós e andar plenamente em Seus caminhos.
O resultado de cumprirmos o chamado de Deus, Seu propósito para nossas vidas, é que o nome de nosso Senhor Jesus será glorificado em nós e nós Nele, de acordo com a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. Este também é um ponto de santificação, um processo de crescimento espiritual que nos transforma para sermos como Cristo (Romanos 8:29, 2 Coríntios 3:18). Ele viveu uma vida de fé e obediência de servo perfeito (Filipenses 2:5-11). Quando cumprimos o propósito para o qual Deus nos criou, obtemos a maior realização da vida, pois vivemos de acordo com o propósito para o qual fomos criados.
A palavra “graça” na frase “de acordo com a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo” é "charis", que também pode ser traduzida como "favor". É o favor de Deus sobre nós que nos permite ter a incrível oportunidade de escolhermos ser testemunhas fiéis, não temendo a rejeição do mundo. Quando caminhamos como testemunhas fiéis, temos o incrível privilégio de ter o nome de nosso Senhor Jesus sendo glorificado em nós. A palavra "glória" (do grego "doxa") significa o caráter ou a essência de alguém ou algo que é observado (1 Coríntios 15:40-41).
Quando permitimos que o poder da ressurreição de Jesus flua através de nós e andamos em Seus caminhos, mostramos Sua essência aos outros e, ao fazê-lo, O glorificamos. Jesus disse algo semelhante ao falar a Seus discípulos em João 15. Lá, Ele usou o fruto da videira como ilustração das boas ações. Seus discípulos só poderiam fazer essas boas ações se permanecessem Nele, a Videira, que nutre a Seus seguidores:
"Meu Pai é glorificado nisso, que dêem muito fruto, e assim provem ser Meus discípulos" (João 15:8).
Quando andamos em obediência, abraçando à rejeição, às dificuldades e até ao ódio do mundo, nos preparamos para sermos recompensados e glorificados com Jesus. Cristo é glorificado em nós porque andamos nas obras que Ele preparou de antemão (Efésios 2:10).