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Significado de 2 Timóteo 3:1-9
Paulo, agora, se volta à discussão sobre o que Timóteo deveria esperar no futuro. Paulo estava preso, aguardando sua execução. Ele exorta Timóteo a olhar para suas cadeias sem nenhuma vergonha ou medo. Paulo desejava que Timóteo tivesse a coragem de seguir seus passos, vivendo sem medo do que os homens poderiam fazer com ele. Ele desejava que Timóteo fosse uma testemunha fiel de Cristo e seguisse ao exemplo de Cristo, que não temeu a rejeição, a perda ou a morte. No entanto, embora as coisas já estivessem ruins, Paulo diz que elas iriam piorar.
Falando sobre o futuro, Paulo diz: Sabe, porém, isso, que nos últimos dias virão tempos difíceis. É provável que Paulo cresse estar vivendo nos últimos dias, ou pelo menos na iminência dos últimos dias. Os “últimos dias” seriam os dias imediatamente anteriores ao retorno de Jesus à terra. Sabemos que este era um tópico central nos ensinos de Paulo através de suas cartas aos tessalonicenses. Paulo não conseguiu ensinar por muito tempo em Tessalônica antes que a perseguição o expulsasse da cidade. Porém, durante sua curta estada lá, talvez semanas ou meses, sabemos que ele falou do retorno iminente de Jesus. Isso porque em suas cartas aos tessalonicenses, escritas logo após sua visita, ele aborda uma série de questões sobre o tema. Os tessalonicenses esperavam tanto que a volta de Cristo que passaram a se preocupar com o que aconteceria com aqueles que haviam morrido antes da volta de Jesus (1 Tessalonicenses 4:13-18).
Em 1 Tessalonicenses, Paulo fala do "dia do Senhor" como um "ladrão na noite". Ladrões invadem as casas inesperadamente. A lição de Paulo aos tessalonicenses era: estejam prontos, estejam preparados para a chegada de Jesus a qualquer momento. Em nossos dias atuais, ainda que já se tenham passado 2000 anos dos escritos de Paulo, ainda é apropriado considerarmos a volta de Jesus como iminente. Pedro aborda a questão das pessoas dizerem que Jesus estava demorando a voltar. Pedro responde:
"...para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos como um dia. O Senhor não é lento em relação à Sua promessa, como alguns contam, mas é paciente para convosco, não desejando que nenhum pereça, mas que todos venham ao arrependimento" (2 Pedro 3:8b-9).
Deus é paradoxal do ponto de vista de nossa perspectiva humana e finita. Um dos paradoxos é o de que Deus está tanto dentro do tempo quanto fora do tempo. Na era moderna, aprendemos que o tempo varia com as mudanças no gradiente gravitacional. Assim, mesmo dentro do que sabemos, é possível 24 horas aqui sejam milhares, milhões ou bilhões de anos em outros lugares do universo. Da perspectiva de Deus, todos os tempos são iguais, embora Deus sempre viva no momento atual.
O retorno de Jesus era iminente durante os dias de Paulo e ainda é iminente agora. Paulo e Timóteo estavam nos últimos dias e nós estamos nos últimos dias. Os últimos dias seriam como uma mulher em trabalho de parto. Quanto mais próximas e severas forem as contrações, mais próximo estará o parto (Romanos 8:18-24).
Houve tempos difíceis nos dias de Paulo e Timóteo e ainda há tempos difíceis hoje. Porém, os ciclos continuarão se intensificando e cada ciclo será mais severo. Em cada ciclo de impiedade os homens exibirão cada vez mais as seguintes características:
Na época de Paulo e Timóteo havia pessoas assim; Paulo instrui Timóteo a evitar homens como estes. Portanto, esta atitude mundana sempre influenciou negativamente a igreja. Assim, podemos esperar que, com o passar do tempo, as coisas progridam em ciclos com intensidade crescente, até os últimos dias desta era, quando surgirá o anti-Cristo. Podemos esperar que a cultura do mundo continuará a influenciar as pessoas dentro da igreja. Esta é a razão pela qual o ensinamento de Paulo de 2 Timóteo é aplicável a todos os crentes, em todas as épocas.
Dentro da igreja haverá uma forma externa de piedade, mas sem o poder do Espírito Santo nas pessoas. Também haverá uma forma de piedade representada pelo sistema mundial separado da verdade de Deus. Paulo logo nos dirá que o antídoto para a podridão da cultura do mundo era a ingestão da verdade das Escrituras (2 Timóteo 3:16).
Descobrimos aqui que um grupo de tais homens, que exibiam esse estilo de vida auto-focado e em busca de prazer, como aqueles que estavam influenciando a igreja de Éfeso, onde Timóteo ministrava. A estratégia para se livrar de homens como esses era evitá-los, incluindo mantê-los fora das posições de liderança na igreja, a fim de proteger ao rebanho de Cristo e minimizar a exposição das pessoas a eles.
A razão para a instrução de evitar esses homens é que, entre eles, alguns estavam se envolvendo em uma série de práticas exploratórias que atacavam aos fracos. Dada a descrição anterior e a descrição que se segue, parece que esses homens aos quais Paulo desejava que Timóteo evitasse falavam e agiam de modo a parecerem ter uma forma de piedade, quando na realidade seu verdadeiro objetivo era o de explorar as pessoas para satisfazerem suas próprias paixões. Paulo cita vários exemplos de como eles exploravam ao próximo:
Paulo diz que aqueles homens eram como Janes e Jambres, que se opuseram a Moisés. Esses nomes não aparecem em nenhum outro lugar da Bíblia. A tradição extra-bíblica indica que esses dois homens foram os dois magos que se opuseram a Moisés quando o líder de Israel confrontou ao Faraó em Êxodo capítulo 7:11-12. Aqueles magos foram capazes de fazer com que seus cajados se transformassem em serpentes, emulando o milagre de Arão. No entanto, as serpentes de Arão engoliram às suas serpentes. Janes e Jambres tinham uma forma de poder, mas não era o poder de Deus. Da mesma forma que aqueles magos se opuseram a Deus com falsos substitutos, também esses homens se opõem à verdade.
Esses homens tinham uma "forma de piedade", mas sem o poder do Espírito. Eles eram homens mundanos, de mente depravada, rejeitados em relação à fé. Porém, sua "forma de piedade" e hábito de "sempre aprender" aparentemente lhes fornecia legitimidade religiosa entre os menos perspicazes. Como líder na igreja, era tarefa de Timóteo confrontar àquelas pessoas com a verdade quando não pudessem ser evitadas, da mesma forma que Moisés confrontou a Janes e Jambres.
A frase “réprobos quanto à fé” pode significar uma de duas coisas: primeiro, que eles não criam verdadeiramente em Cristo. No entanto, isso é bastante improvável. A Bíblia raramente aponta para o coração das pessoas. Deus nos mostra o coração de Abraão, dizendo que ele creu em Deus (Gênesis 15:6). No entanto, a menos que Deus revelasse o coração desses homens a Paulo, ele não saberia seu status diante de Deus em termos de serem ou não Seus filhos. Nascer de novo tem a ver com a graça, não com obras.
Esta frase - “réprobos quanto à fé” - provavelmente signifique que aqueles homens seriam rejeitados e não alcançariam as recompensas da fé. Eles teriam suas recompensas negadas devido à sua desobediência. Conforme Paulo afirma no capítulo 2, "se O negarmos, Ele também nos negará". O apóstolo aqui fala da recompensa de reinarmos com Cristo (2 Timóteo 2:12b). Deus é o Juiz, não Paulo. Neste caso, porém, a desobediência daqueles homens eram tão aparente que o apóstolo era capaz de rotular suas obras como rejeitadas.
Ninguém que nasça de novo na família de Deus jamais será rejeitado por Deus. Como Paulo diz também no capítulo 2, logo depois de apontar a negação das recompensas pela infidelidade, "se formos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a Si mesmo" (2 Timóteo 2:13). Nada pode separar a um filho de Deus de Seu amor (Romanos 8:39). Porém, qualquer obra egoísta feita para se alcançar recompensas terrenas será rejeitada e queimada na forja do julgamento de Cristo (1 Coríntios 3:15).
Paulo expressa confiança de que aqueles homens réprobos não iriam adiante, porque sua insensatez seria manifesta a todos, assim como a loucura de Janes e Jambres. Sua insensatez de seguir aos caminhos do mundo era aparente o suficiente para que Paulo pronunciasse seus atos como "réprobos quanto à fé". A aplicação parece ser a de que, se Timóteo continuasse a ensinar a verdade, opondo-se ao que era falso, custasse o que custasse, com o tempo a insensatez daqueles que resistiam à verdade seria óbvia a todos.
No entanto, nada seria automático. É por isso que Paulo admoesta Timóteo a persistir diligentemente a pregar e viver a verdade, "manejando bem a palavra da verdade" e "com gentileza corrigindo aqueles que estão em oposição" (2 Timóteo 2:15, 2 Timóteo 2:25).