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Significado de Atos 5:33-39
Quando os judeus devotos se reuniram para ouvir ao sermão de Pedro no Pentecostes, quando Pedro os chamou ao arrependimento, eles foram "trespassados ao coração" e responderam: "Irmãos, o que faremos?" (Atos 2:37). Infelizmente, esta não foi a mesma resposta dos líderes religiosos do Concílio.
Mas quando os líderes religiosos ouviram a mesma mensagem, eles se enfureceram e pretendiam matar os apóstolos. Como os judeus devotos que ouviram ao sermão de Pentecostes, os membros do Concílio sentiram-se impactados. Porém, em vez de demonstrarem remorso, eles planejam se vingar dos apóstolos. Deus lhes deu a chance de se arrependerem, mas eles responderam com fúria assassina.
Mas, um fariseu chamado Gamaliel, professor da Lei, respeitado por todo o povo, levantou-se no Concílio e deu ordens para colocarem os homens do lado de fora por um curto período de tempo. Gamaliel era um fariseu, desta forma, talvez menos envolvido ou irritado com o que acontecia no templo em relação aos saduceus, que viam o templo como pertencente a eles. Lucas nos diz que ele era respeitado por todas as pessoas, o que nos dá a impressão de que ele era um fariseu com caráter marcante. Não sabemos a resposta do seu coração. O que sabemos é que ele demonstra sabedoria. Ele responde com alguns conselhos pragmáticos para se manter a ordem e provavelmente também para se evitar injustiças. Ele retira os apóstolos do lugar por um curto período de tempo para que pudesse acalmar a temperatura emocional da sala e tentar trazer algum sentido a seus colegas membros do Conselho.
Lemos mais tarde que o apóstolo Paulo foi ensinado por Gamaliel: "Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade, educado sob Gamaliel, estritamente de acordo com a lei de nossos pais, sendo zeloso por Deus como todos vós sois hoje" (Atos 22:3).
Aqui está o conselho de Gamaliel para o resto do Sinédrio, que resultaria na libertação de Pedro e dos apóstolos:
Homens de Israel, cuidai do que vos propões a fazer com esses homens. Há algum tempo Teudas levantou-se, alegando ser alguém, e um grupo de cerca de quatrocentos homens se juntou a ele. Mas ele foi morto, e todos os que o seguiam foram dispersos e não deram em nada. Depois desse homem, Judas da Galiléia levantou-se nos dias do censo e arrastou algumas pessoas com ele; ele também pereceu, e todos os que o seguiram foram dispersos.
Duas rebeliões/movimentos religiosos haviam ocorrido num passado recente. Uma delas havia sido liderada por um homem chamado Teudas, que se tornou famoso por afirmar ser alguém. Quem ele dizia ser? O texto não diz, mas o resto do Conselho certamente sabia. Parece provável que ele afirmasse ser o Messias. Ele acumulou um número de quatrocentos homens. As pessoas estavam interessadas em seguir àquele homem, embora ele estivesse fora da autoridade do Conselho e talvez representasse uma ameaça ao seu poder. Mas o que aconteceu com Teudas? Ele foi morto e todos os que o seguiam se dispersaram e não deram em nada. Seu movimento e missão morreram com ele.
Depois houve outro homem, Judas da Galiléia. A Galiléia era a área do norte de Israel, de onde Jesus e os apóstolos também eram. Este Judas causou comoção nos dias do censo. O censo havia ocorrido cerca de trinta anos antes, duranrte o nascimento de Jesus em Belém, já que Seu pai terreno, José, foi obrigado a ir para sua cidade natal para ser contado (Lucas 2:1-6). Judas, outro tipo de falso profeta ou falso Messias, arrastou algumas pessoas como ele, o suficiente para o Sinédrio ouvir falar e se preocupar. Mas o que aconteceu com Judas da Galiléia? Ele também pereceu e todos os que o seguiram foram dispersos. Seu movimento e missão também morreram com ele.
Assim, Gamaliel lhes recomenda a ficar longe dos apóstolos e a deixá-los ir, pois se o plano ou ação deles fosse de homens, seria derrubado, assim como o plano e a ação de Teudas e Judas haviam sido dstruídas após suas mortes. Porém, o Sinédrio deveria ficar longe dos apóstolos e deixá-los em paz, porque havia uma chance de que eles realmente estivessem representando Deus. Gamaliel argumenta: Se o ensinamento deles vem de Deus, vós não sereis capaz de destrui-los, ou serão encontrados lutando contra Deus.
Esta era uma perspectiva bastante razoável, dadas as circunstâncias, exceto crer e professar que o que os apóstolos diziam era verdade, trazendo arrependimento e obediência a Jesus como o Messias. No entanto, mesmo que Gamaliel não cresse nisso, ele pode ter sido usado por Deus para salvar a vida dos apóstolos, por ora.
Os apóstolos operavam milagres diariamente, o que só poderia ser feito pelo poder de Deus. Neste ponto, já haviam se passado mais de dois meses desde a morte de Jesus e mais de 5.000 israelitas continuavam a afirmar que Ele era o Messias, o Filho de Deus, reunindo-se e ensinando em Seu nome. Dada a sabedoria de Gamaliel, ele pode ter percebido isso e estava jogando um "jogo interno". No entanto, não sabemos sua história.
É claro que o legado de Jesus Cristo não morreu com Ele, como havia ocorrido com Teudas e Judas, porque Jesus não ficou morto. Ele realmente era o enviado de Deus. O conjunto da fala de Gamaliel parecia ser a resposta final com base em sua própria construção lógica: Jesus e Seus apóstolos eram de Deus. No entanto, parece que, naquele momento, o Conselho não iria acreditar em nada, por mais sobrenatural que fosse.
O argumento de Gamaliel é bem recebido. Ele observa que, de fato, era impossível derrubar alguém que estivesse agindo debaixo de uma missão de Deus; em segundo lugar, se opor a um mensageiro de Deus significaria lutar contra o próprio Deus. É claro que era exatamente isso o que o Concílio estava fazendo e continuaria a fazer. Porém, nenhum saduceu, fariseu ou qualquer um dos homens e mulheres de Israel gostaria de ser visto como lutando contra Deus. Assim, este argumento reputacional foi provavelmente o mais persuasivo para o Concílio, pois já sabemos que sua principal preocupação era como eram vistos pelo povo (Atos 4:21).
Em suma, a sabedoria de Gamaliel era: "Sejam cautelosos. Coisas incríveis estão inegavelmente acontecendo através desses homens. Se Deus não estiver envolvido, este movimento acabará, quer vocês tentem pará-lo ou não. Porém, se Deus estiver de fato por trás dele, então nada o impedirá. E se vocês optarem por se opor a isso, vocês estarão se opondo a Deus." Neste caso, a sabedoria de Gamaliel prevalece, embora os apóstolos fossem açoitados.