Significado de Atos 8:9-13

Filipe, o evangelista, curava as pessoas e pregava o Evangelho na cidade de Samaria.

Neste ponto, somos apresentados a um homem chamado Simão, um mágico famoso entre os samaritanos. O povo de Samaria havia se afastado do judaísmo, ensinando apenas os cinco livros de Moisés como a palavra de Deus, ignorando o resto do Antigo Testamento. Suas crenças eram heréticas e equivocadas, a ponto de evidentemente honrarem um feiticeiro como enviado por Deus. O livro de Deuteronômio, um dos livros aos quais eles supostamente reverenciavam, ensinava duramente contra a feitiçaria (Deuteronômio 18:10-13); mas, por qualquer motivo, eles eram seduzidos por Simão, o mago. A Bíblia é clara de que a prática mágica não é de Deus.

O rei Manassés de Judá cometeu atos terríveis ao praticar a magia:

"Ele fez seus filhos passarem pelo fogo no vale de Ben-Hinom; e praticava feitiçaria, usava adivinhação, praticava feitiçaria e lidava com médiuns e espíritas. Fez muito mal aos olhos do Senhor, provocando-o à ira" (2 Crônicas 33:6).

A feitiçaria também é mencionada como uma das "obras da carne" que nos impedem de herdar o Reino de Deus (Gálatas 5:19-21).

Não está claro se Simão era meramente um ilusionista, ou se realmente era ajudado por poderes demoníacos na prática de magia na cidade. Quaisquer que fossem os trabalhos que ele fazia, fossem eles verdadeiramente sobrenaturais ou apenas enganos habilidosos, ele cativava a atenção da cidade. Todos os samaritanos, todos, do menor ao maior, davam atenção a ele. Dos mendigos nas ruas aos ricos, das crianças aos mais velhos, todos reverenciavam a Simão por sua magia.

Por causa de sua magia, Simão afirmava ser alguém grande e o povo de Samaria concordava. Eles deram a Simão um título especial: "Este homem é o que se chama o Grande Poder de Deus". Eles acreditavam que Simão tinha que ser de Deus para realizar sua magia. Ele se beneficiava desse status. Os samaritanos lhe davam atenção porque ele os havia surpreendido por muito tempo com suas artes mágicas. Então, ele estava na cidade há algum tempo. Porém, sua carreira estava prestes a chegar ao fim.

Lucas, o autor de Atos, escreve que Simão anteriormente praticava a magia e que os samaritanos lhe davam atenção., Agora, Filipe, o evangelista, um servo do verdadeiro Deus, havia chegado a Samaria. Filipe tira a atenção outrora dada a Simão por causa de sua pregação e "dos sinais que realizava" (v. 6).

Os sinais de Filipe, que atestavam seus milagres, não eram apenas exibições surpreendentes como a rotina de Simão. Ele realizava atos sobrenaturais de cura para os samaritanos, expulsando demônios e curando paralíticos e coxos, levando-os a andar e mover seus membros novamente (vs. 7-8). Os milagres de Filipe, realizados pelo poder do Espírito Santo, eram benéficos para o povo de Samaria.

A sensação que temos sobre as artes mágicas de Simão é que elas não faziam nada pelos samaritanos, além de chocá-los e espantá-los, enquanto impulsionavam sua carreira e status social entre as pessoas. Ele aparentemente nunca havia curado a ninguém, já que os samaritanos imediatamente voltaram sua atenção a Filipe quando ele começou a curá-los. Também sabemos que esses atos de cura sobrenatural e expulsão de demônios só podem vir de Deus (Mateus 12:26, João 9:32-33, Atos 3:12-16). A magia de Simão só beneficiava ao próprio Simão. O poder de Deus beneficiava aos perdidos e quebrantados, proporcionando cura e reconciliação com Ele.

Os samaritanos não apenas respondiam às curas, mas como procuravam saber de onde vinha a cura. Embora anteriormente chamassem Simão de "o Grande Poder de Deus" devido à sua magia, eles não aplicaram a Filipe qualquer tipo de título honorífico ou divino. Eles ouviam sua pregação das boas novas sobre o Reino de Deus e o Nome de Jesus Cristo. Eles viam que as curas vinham de Deus e eram realizadas no Nome de Jesus, o Filho, o Messias, o Cristo. Este era o verdadeiro Grande Poder de Deus, a boa nova da morte e ressurreição de Jesus, a salvação do pecado e da destruição. Os samaritanos creram, e foram batizados, homens e mulheres.

E, pasmem, o próprio Simão creu. Ele reconhece um poder maior do que o seu, ou, supondo que fosse apenas um ilusionista, finalmente encontrara a coisa real. Ele crê em Jesus e, depois de ser batizado, continuou seguindo a Filipe. Filipe fazia algo que Simão apenas fingia fazer. Porém, seus motivos não eram puros. Parece que ele continuou seguindo a Filipe não apenas para aprender mais sobre Deus, mas para tomar notas e ser como Filipe. Enquanto seguia a Filipe por perto, ele observa sinais e grandes milagres acontecendo, e ficava constantemente maravilhado.

Embora o texto afirme claramente que Simão realmente creu e foi batizado, sua vida anterior ainda minava suas motivações. Ele ainda não havia sido transformado pela renovação de sua mente, uma oportunidade dada a todos os crentes em Jesus (Romanos 12:1-2). Ele logo encontraria o Espírito Santo e faria uma escolha entre a cobiça pelo poder para seus próprios benefícios, ou a canalização do poder do Espírito para beneficiar a outros, a serviço de Deus.