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Significado de Deuteronômio 11:18-21

Os israelitas são instruídos a refletir constantemente sobre as leis do pacto, a ensiná-las diligentemente a seus filhos e a compartilhá-las com toda a comunidade.

Esta seção é uma repetição de Deuteronômio 6:6-9, com algumas pequenas variações. Moisés instrui os israelitas a refletir constantemente sobre as leis da aliança de Deus: Portanto, imprimirás estas minhas palavras em teu coração e em tua alma. O verbo traduzido como “imprimir” significa "colocar", "definir" ou “gravar”. Em outras palavras, Moisés pede aos israelitas que coloquem essas palavras no coração e na alma. A palavra “coração” descreve a sede do sentimento e do intelecto. A palavra “alma” refere-se à parte invisível do homem e é a sede dos desejos e paixões. Juntas, as palavras coração e alma enfatizam a obediência completa a Javé. Em suma, Moisés instrui cada israelita a refletir constantemente sobre os princípios do pacto, a fim de permanecerem fiéis ao seu Deus Susserano (Josué 1:8; Salmos 1:2).

Assim como Moisés fala figurativamente sobre colocar os mandamentos de Deus no coração e na alma, ele também se refere a como usar cópias dos mandamentos no corpo. Esta é uma forma figurativa de ressaltar a importância dessas leis. Moisés repete a ordem de Deuteronômio 6:8: Prenda-as como sinal em tua mão e serão como frontais em tua testa. Dito de outra forma, os israelitas deveriam constantemente ter os mandamentos de Deus diante de seus olhos e em suas mentes, a fim de observá-los cuidadosamente. A cuidadosa observância das leis de Deus demonstraria o amor genuíno de Israel por Deus e seria uma demonstração pública de seu compromisso com Ele. Isso também faria com que eles vivessem de maneira autônoma, servindo uns aos outros e criando benefícios mútuos. Isso, é claro, produziria uma sociedade cheia de prosperidade e segurança.

O israelita não apenas precisava refletir constantemente sobre as leis de Deus, mas também repassar seu conhecimento a seus descendentes. Em outras palavras, o conhecimento de Deus deveria sair do coração do indivíduo e alcançar sua família. Moisés novamente afirma que o povo precisava ensinar os mandamentos de Deus a seus filhos, falando deles sentar em sua casa e ao andar pela estrada e ao se deitar e ao se levantar. A combinação desses pares de verbos contrastantes é um dispositivo literário (chamado de merismo) que une duas palavras contrastantes para se referir a um todo. Assim, o contraste entre sentar em sua casa e caminhar ao longo da estrada era uma forma antiga de dizer "todas as horas de todos os dias". Esta combinação sugere que o ensino não deveria ser feito em uma única atividade. Pelo contrário, deveria ser feito regularmente, uma atividade constante e contínua.

Moisés também ordena aos israelitas que se lembrem dos princípios do pacto de Deus toda vez que saíssem e voltassem a suas casas. Ele os instrui a escrevê-las nos umbrais da casa. Os israelitas não apenas precisavam escrever as leis em suas portas, mas também escrevê-las em seus portões (de forma figurada). Os portões referem-se aos portões das cidades. No antigo Israel, a maioria das casas não tinha portões. Moisés usa a palavra portão (porta da cidade) porque era o lugar mais apropriado para tornar públicos quaisquer assuntos, já que as pessoas passavam constantemente por ela quando viajavam de um lado para o outro para a cidade (Rute 3:11Provérbios 31:31).

Assim, escrever as leis de Deus nos umbrais das casas e nos portões implica compartilhar as leis de Deus com a comunidade para que todos possam se familiarizar com elas. Isso levaria Israel a viver da maneira que Deus desejava que vivessem, ou seja, como um reino de sacerdotes e uma nação santa (Êxodo 19:4-6). Eles deveriam viver de maneira autônoma, servindo uns aos outros e gerando benefícios mútuos.

Moisés conclui esta seção explicitando o propósito de se obedecer a esses mandamentos. Ele diz que Israel deveria obedecer ao SENHOR para que os vossos dias e os dias dos vossos filhos se multiplicassem na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, enquanto os céus permanecerem acima da terra. O verbo “multiplicar” refere-se ao crescimento numérico, uma forma de bênção que era comum no antigo Oriente Próximo. Assim, foi prometida aos israelitas longevidade na terra de Canaã, caso obedecessem cuidadosamente a todo o corpo das leis de Deus. A expressão “enquanto os céus permanecerem acima da terra” implica permanência. É uma maneira vívida de dizer que, se andassem em obediência, os israelitas teriam a terra para sempre.

Se o povo de Deus permanecesse fiel a Seus mandamentos, eles não seriam removidos da terra de Canaã. Deus havia concedido a terra de Canaã a Abraão e seus descendentes para sempre (Gênesis 13:15). Esta era uma promessa incondicional e irrevogável (Romanos 11:29) e era uma recompensa para Abraão por seu serviço fiel. Deus escolheu os descendentes de Abraão (Israel) para serem Sua propriedade (Êxodo 19:4-6) e eram eles os que herdariam a terra em perpetuidade.

No entanto, para viver e prosperar na terra, eles deveriam honrar sua aliança com Deus e andar em obediência. A concessão da terra como recompensa aos pais de Israel nunca seria interrompida. Porém, para desfrutarem dos benefícios dessa concessão, seria necessário obedecer cuidadosamente às leis da aliança de Deus. Os israelitas perderiam o privilégio de viver e permanecer em Canaã caso se mostrassem infiéis ao seu Deus Susserano (Governante).

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