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Significado de Deuteronômio 12:8-12
Depois de encorajar ao povo de Deus a buscar ao SENHOR no lugar em que Ele havia escolhido para Sua morada, Moisés explica como deveriam conduzir sua adoração na terra de Canaã. Quando se estabelecessem na Terra Prometida, eles não fariam de forma alguma o que estamos fazendo aqui hoje, cada um fazendo o que é certo aos seus próprios olhos.
A frase "fazer o que é certo aos seus próprios olhos” é precedida pela frase "Não farás de forma alguma o que estamos fazendo aqui hoje.” Claramente, Moisés está dizendo que Israel não deveria fazer, mas que estavam fazendo naquele dia. O que levanta a questão: "O que os israelitas estavam fazendo naquele dia em particular que se encaixaria na descrição de tudo o que é certo aos seus próprios olhos, à qual Moisés estava proibindo?” O contexto imediato desta passagem trata de Moisés indicando a Israel o que eles não deveriam fazer: "...aja assim para com o Senhor, seu Deus", referindo-se a adorar a Deus sob "toda árvore verde" ou em "altas montanhas", como acontecia com a adoração pagã. Ao invés disso, Israel recebe o mandamento de "buscar ao Senhor no lugar que o Senhor, vosso Deus, escolherá de todas as suas tribos, para estabelecer Seu nome ali para Sua morada". Moisés instrui Israel a adorar no lugar específico escolhido pelo SENHOR, uma vez que eles já habitavam na Terra Prometida.
Naquele dia em particular, naquele momento específico, o povo estava reunido para ouvir Moisés falar as mesmas palavras registradas em Deuteronômio. Eles estavam ouvindo a Palavra de Deus antes de ser escrita. Eles estavam no lado leste do rio Jordão, acampados em Moabe (Deuteronômio 1:1-5). Moisés estava citando o texto de Deuteronômio diretamente a eles. E eles estavam reunidos para ouvi-lo. Eles provavelmente tenham se reunido num lugar conveniente. Talvez sob a sombra de algumas árvores, ou em um lugar elevado. Isso seria eficiente e útil para o propósito de ouvirem a Moisés. Parecia correto a seus próprios olhos. Ou seja, fazia sentido para a conveniência daquele momento. Eles estavam ouvindo Moisés fazer um longo discurso. O livro de Deuteronômio tem cerca de 28.000 palavras. Supondo que Moisés tivesse falado a uma proporção de 125 palavras por minuto, seu discurso deve ter se aproximado de 4 horas. Assim, faria sentido que cada pessoa procurasse um lugar conveniente para ouvir a palestra.
Não era assim que eles deveriam adorar a Deus quando entrassem na terra. Eles não deveriam procurar o lugar de maior conveniência, como "toda árvore verde". Eles deveriam ir ao local específico dentro de Israel, o lugar ao qual Deus escolheria. Adorar a Deus não deveria ser uma questão de conveniência, algo que fosse certo aos seus próprios olhos. Moisés estava enfatizando o ponto já levantado, usando a ilustração das pessoas reunidas para ouvir a seu discurso. Há tempos nos quais podemos buscar o que é mais conveniente; por exemplo, durante o período em que ouviam a Moisés. Porém, a a adoração a Deus na Terra Prometida seria diferente. Eles deveriam seguir aos mandamentos de Deus, em vez de buscar suas conveniências, adorando no lugar que Deus definiria.
Desde o momento em que os israelitas partiram do Egito até chegarem à planície de Moabe, o santuário contendo a arca da aliança havia sido móvel (Êxodo 25:8). Os israelitas ofereciam sacrifícios ao Deus Sussernao em qualquer lugar. Porém, o que havia sido permitido durante o tempo de transição de Israel não deveria ser considerado como norma duradoura. Os israelitas adoraram em vários lugares porque ainda não tinham chegado ao lugar de descanso e à herança que o Senhor, seu Deus, lhes estava dando. Uma vez em Canaã, o povo de Deus deixaria de adorá-Lo em vários lugares. Eles não deveriam adotar as práticas pagãs de adoração em lugares de sua escolha (o que era certo aos seus próprios olhos). Eles adorariam a seu Deus Susserano em um lugar específico, o lugar que Ele escolheria.
Tudo isso mudaria assim que os israelitas cruzassem o Jordão e habitassem na terra que o SENHOR, seu Deus, lhes estava dando para herdar, e lhes desse descanso de todos os inimigos ao redor para que vivessem em segurança. Como havia feito muitas vezes antes (Deuteronômio 3:28, por exemplo), o SENHOR cumpriria Sua promessa dando ao Seu povo de aliança a terra de Canaã, sua "herança".
A mudança seria que se trouxesse ao lugar em que o SENHOR, vosso Deus, escolherá para fazer habitar o Seu nome, ali trarás tudo o que te for ordenado. O povo, em vez de levar presentes e ofertas a um tabernáculo móvel, deveria levá-los agora para o lugar onde SENHOR escolhesse para ali fazer habitar o Seu nome. Além disso, eles saberiam o que trazer, porque o Senhor também lhes instruiria.
Uma das coisas que Deus lhes instruirá a trazer seriam os holocaustos. A palavra hebraica para “holocaustos” ("'ōlâ") é literalmente traduzida como "aquilo que sobe", geralmente como fumaça. O adorador que trouxesse esta oferenda imporia as mãos sobre os animais para declarar que aquela dádiva lhe pertencia e que os benefícios daquele holocausto seriam seus (Levítico 1). O adorador deveria oferecer um animal "sem defeito", isto é, sem danos físicos (Levítico 1:3; 1:10). Esta é uma imagem do sacrifício final de Jesus, que não tinha pecado e morreu pelos pecados do mundo (1 Pedro 2:22). Havia vários outros itens que Deus ordenaria que Israel trouxesse para o local designado de adoração:
Inicialmente, a localização permanente do tabernáculo seria em Siló. O tempo de paz e segurança de Israel ocorreria sob a liderança de Josué, já que Moisés não entrou na Terra Prometida. O livro de Josué nos diz que, após a conquista da terra de Canaã por Israel, eles ergueram o tabernáculo em Siló, no território da tribo de Efraim: "Então toda a congregação dos filhos de Israel se reuniu em Siló e montou a tenda de reunião lá; e a terra foi subjugada diante deles" (Josué 18:1). O tabernáculo de Deus permaneceu em Siló entre 1350-1100 a.C., até que Siló foi destruída e a arca foi capturada pelos filisteus (1 Samuel 4:11). Depois, o tabernáculo mudou-se para outros lugares (1 Samuel 4-6; 1 Cron. 16:39). Eventualmente, o tabernáculo de Moisés foi substituído por uma tenda construída por Davi no Monte Sião, em Jerusalém, onde ele colocou a arca (2 Samuel 6:16-19) e depois pelo templo de Salomão (1 Reis 6:1). Jerusalém permaneceu como o local escolhido para o culto sacrificial corporativo até sua queda em 586 a.C. (2 Reis 25).
Moisés diz ao povo que, quando se reunissem diante do SENHOR no tabernáculo, se regozijassem diante do SENHOR, teu Deus, tu e teus filhos e filhas, teus servos e servas e o levita que está dentro de tuas portas (v.12). Como pode ser visto aqui, a celebração e o regozijo incluíam a todos os que viviam na casa. A adoração a Deus tinha aspectos solenes. Porém, deveria ser um momento de alegria e companheirismo familiar, talvez semelhante o nosso feriado de Natal. Parte do sacrifício deveria ser comido com alegria festiva.
Também deveria incluir ao levita que estava dentro de seus portões. Os levitas tinham um papel especial em Israel, ou seja, o de cuidar do tabernáculo e seu conteúdo, ajudando aos sacerdotes no culto. Eles viviam das ofertas e sacrifícios que as pessoas traziam. Os israelitas que recebiam as bênçãos de Deus devolviam uma porção ao Senhor, oferecendo parte de seus sacrifícios aos levitas, para seu consumo (a oferta movida, Deuteronômio 12:11). Tudo deveria ser feito com alegria em seus corações.
Os levitas haviam sido informados anteriormente que não teriam uma "herança" (como a posse de terras) na Terra Prometida, como as outras tribos (Deuteronômio 10:9). Eles receberam 48 cidades específicas para viver em vários territórios tribais. Isso porque eles foram reservados para o serviço do Senhor. Como resultado, os israelitas das outras tribos deveriam apoiar os levitas por meio de suas ofertas. Assim, Moisés lembra aos israelitas de suas responsabilidades de prover aos levitas, já que eles não tinham nenhuma porção ou herança entre o povo. Os levitas dentro de seus portões deveriam ser cuidados. Esta expressão refere-se aos portões das cidades especificadas.